PCs da América Central e do México se reúnem e denunciam o imperialismo
Realizou-se em El Salvador, nos dias 1, 2, 3 de março de 2019, a VI Reunião de Partidos Comunistas da América Central e do México. O encontro propiciou uma rica troca de informações sobre a situação política e os enfrentamentos da classe trabalhadora na região. Em sua declaração final, os participantes prestaram uma homenagem aos 100 anos da Internacional Comunista por sua contribuição para a construção dos Partidos Comunistas e sua qualificação para a luta de classes.
Os partidos presentes rejeitaram e condenaram enfaticamente o processo de interferência imperialista nas nações soberanas e contra os povos da região, especialmente o povo venezuelano, uma agressão que “promove e financia a tentativa de golpe, a autoproclamação de Juan Gerardo Guaidó como ‘presidente encarregado’, a desagregação econômica, a intervenção militar e o roubo de bens, violando a soberania e autodeterminação do povo venezuelano”. O Encontro expressou seu apoio incondicional e sua solidariedade ao povo e à classe trabalhadora da Venezuela, que “resiste ao intervencionismo imperialista dos EUA, da União Europeia e dos governos subordinados ao imperialismo, como o caso do Grupo de Lima”. Os Partidos Comunistas exigem “respeito ao processo bolivariano, seu governo eleito pela vontade popular e sua autodeterminação, acossado pela administração do governo dos Estados Unidos e da União Europeia” e expressaram sua solidariedade para com o Partido Comunista da Venezuela e as forças anti-imperialistas que estão na vanguarda da luta pela defesa da soberania. Os partidos presentes decidiram intensificar a luta anti-imperialista em solidariedade ao povo venezuelano.
Foi condenada também a política de agressão contra o povo da Nicarágua pelo governo dos Estados Unidos, que “usa a mesma estratégia que foi colocada em prática na Venezuela para derrubar o governo”. O Encontro decidiu, ainda, apoiar qualquer iniciativa destinada a fornecer uma solução política para o conflito sem qualquer tipo de interferência imperialista e reiterou sua solidariedade com a Revolução Cubana, “que continua sendo sabotada pelo bloqueio econômico, pela ameaça imperialista e por sua interferência”.
O Encontro chamou a atenção para o fato de que a agressão imperialista em nossos dias é sempre precedida por campanhas que enfatizam falsas notícias e distorcem a verdade. A mídia pró imperialista contribui, segundo a resolução do Encontro, para a criminalização das expressões comunistas, operárias, revolucionárias e progressistas e dos protestos dos trabalhadores.
Os Partidos denunciaram o papel exercido pelas ONGs servis ao imperialismo, usadas para canalizar fundos que minam a autodeterminação dos povos e contribuem para a política anti-imigração e xenófoba dos governos dos Estados Unidos e México. Condenaram ainda a “dúbia moral dos países que criminalizam a imigração e, ao mesmo tempo, se aproveitam da mão de obra imigrante, tornando precária a sua condição de vida”. Na visão dos participantes, a imigração é uma consequência da imposição do modo de produção capitalista na região e por isso condenam os governos que continuam a administrar esse modo de produção, beneficiando a burguesia e os monopólios. Os Partidos Comunistas reafirmaram a necessidade de enfrentamento à política agressiva do capital contra a classe trabalhadora, o campesinato, os povos indígenas, as mulheres e a juventude, responsável por deteriorar suas condições de vida.
O Encontro reafirmou, também, a atualidade dos Partidos Comunistas, que, “diante dos limites históricos do capitalismo”, identificando que a alternativa viável é o socialismo, como a fase primária do comunismo. Os PCs reconhecem que, em toda a região, apesar das dificuldades, vem ocorrendo um processo de reorganização dos partidos comunistas, os quais reivindicam o caráter marxista-leninista, de classe e internacionalista. Declararam ainda que, após quase duas décadas de progressismo na América Latina, essas experiências, no fundamental, deram continuidade à administração do modo de produção capitalista e não resolveram os problemas de fundo enfrentados pelos trabalhadores.
Participaram da Reunião, além do Partido Comunista de El Salvador – organizador do evento, juntamente com a Juventude Comunista de El Salvador -, o Partido Comunista do México, o Partido Comunista de Honduras, o Partido Guatemalteco do Trabalho e o Partido Vanguarda Popular.
PRONUNCIAMENTO DOS PARTIDOS COMUNISTAS DA AMÉRICA CENTRAL E DO MÉXICO
Nos marcos do VI Encontro de Partidos Comunistas da América Central e do México, realizado em El Salvador, com o propósito de intercambiar informações sobre a situação da luta de classes na região e coordenar ações para o fortalecimento de nossos partidos, manifestamos:
1. Os partidos comunistas e operários reunidos, rendem homenagem, à Internacional Comunista por ocasião do centenário de sua formação e reconhecem sua contribuição para a construção dos partidos comunistas, o que qualificou a luta da classe trabalhadora e dos povos de nossos países. 2. Rechaçamos e condenamos enfaticamente o processo de ingerência imperialista contra os povos, especialmente o povo venezuelano, agressão que promove e financia a tentativa de golpe de estado, a autoproclamação de Juan Gerardo Guaidó como “presidente encarregado”, a desagregação econômica, a interferência militar, o roubo dos ativos, violando a soberania e a autodeterminação do povo venezuelano. 3. Manifestamos nosso apoio incondicional e solidariedade para com o povo e a classe trabalhadora da Venezuela, que resiste ao intervencionismo imperialista estadunidense e da União Europeia e aos governos subordinados ao imperialismo, como no caso do Grupo de Lima. Exigimos respeito ao processo bolivariano, a seu governo eleito pela vontade popular e a sua autodeterminação, assediados pela administração do governo dos Estados Unidos e pela União Europeia. Expressamos nossa solidariedade para com o Partido Comunista da Venezuela e as forças anti-imperialistas que se encontram na primeira frente da luta em defesa da soberania. Nossos partidos comunistas intensificarão a luta anti-imperialista em solidariedade ao povo venezuelano. 4. Condenamos a política de agressão contra o povo da Nicarágua por parte do governo dos Estados Unidos, que utiliza a mesma estratégia que tem sido posta em prática na Venezuela para derrubar o governo. Respaldamos toda iniciativa orientada a dar uma solução política ao conflito, sem nenhum tipo de ingerência imperialista. 5. Reiteramos nossa solidariedade para com a Revolução Cubana, que continua sendo sabotada pelo bloqueio econômico, pela ameaça e ingerência imperialista. 6. De maneira contundente chamamos a atenção de que a agressão imperialista em nossos dias são precedidas por campanhas que enfatizam as noticias falsas e deformam a verdade. Nesse sentido, os meios de comunicação pró imperialista contribuem para a criminalização das expressões comunistas, operárias, revolucionárias, progressistas e o protesto do povo trabalhador. 7. Denunciamos o papel das ONG servis ao imperialismo, que são utilizadas para canalizar fundos que atentam contra a autodeterminação dos povos. 8. Denunciamos a política anti-imigrante e xenófoba dos governos dos Estados Unidos e do México. Da mesma foram, condenamos a dúbia moral destes países que criminalizam a migração e, ao mesmo tempo, se aproveitam da força de trabalho migrante, precarizando suas condições de vida. Enfatizamos que a migração é consequência da imposição do modo de produção capitalista em nossa região. Nesse sentido, condenamos os governos que continuam administrando o modo de produção capitalista, beneficiando a burguesia e os monopólios. 9. Combatemos a política agressiva do capital contra a classe trabalhadora, o campesinato, os povos originários, as mulheres e a juventude, responsável por deteriorar suas condições de vida. 10. Vigência dos partidos comunistas: diante dos limites históricos do capitalismo, a alternativa viável é o socialismo como fase primária do comunismo. É esperançoso que, em toda a região, venha se dando, apesar das dificuldades, um processo de reorganização dos partidos comunistas, reivindicando seu caráter marxista-leninista, de classe e internacionalista. Nossos partidos têm enfatizado que, há quase duas décadas de progressismo na América Latina, este somente continuou administrando o modo de produção capitalista, razão pela qual não solucionaram os problemas estruturais enfrentado pelo povo trabalhador. 11. Agradecemos ao Partido Comunista de El Salvador e à Juventude Comunista de El Salvador por viabilizar a realização deste VI Encontro, organizando e gerando as condições para seu desenvolvimento.
Proletários de todos os países, uni-vos! Viva o internacionalismo proletário!
Encontro dos partidos comunistas da América Central e do México. El Salvador 1, 2, 3 de março de 2019.
Partido Comunista de México Partido Guatemalteco do Trabalho Partido Comunista de El Salvador Partido Comunista de Honduras Partido Vanguarda Popular