Novamente às ruas em 30 de Maio!
Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista (UJC)
Tivemos no dia 15 de maio um movimento importante e decisivo para a juventude e os trabalhadores no nosso país. Centenas de milhares de brasileiros, entre estudantes, professores, trabalhadores da educação, pesquisadores, pais, mães e familiares e outros, preocupados com os rumos do país, saíram às ruas para se colocar contra o governo Bolsonaro e suas medidas de sufocamento da educação pública e da pesquisa nacionais. As medidas, que incluem a suspensão de milhares de bolsas de estudo, cortes de mais de 30% nas verbas discricionárias das universidades, congelamento de bilhões de reais para a educação básica e ataques contra a autonomia universitária, demonstram cada dia mais a face antidemocrática, antipopular, antinacional e reacionária do governo.
O chamado para a luta foi ouvido e sentido em todo o país. Desde as primeiras horas de quarta-feira, as pessoas já tomavam as ruas para irem às grandes manifestações unitárias que aconteceram em todas as capitais e em inúmeras cidades menores. Em todas elas, vimos palavras de ordem, faixas e bandeiras conscientes de que nossa tarefa é derrotar os cortes do governo Bolsonaro e continuar a organizar nossa resistência. Derrotar essas medidas educacionais é o primeiro passo para o movimento social organizado preparar a contraofensiva e derrotar medidas igualmente terríveis para os trabalhadores brasileiros, como a Reforma da Previdência.
Bolsonaro, por sua vez, fugindo de qualquer responsabilidade para com o país, viajou aos EUA na mesma data, apenas para dar declarações de desprezo ao povo trabalhador brasileiro e nossas legítimas manifestações por nossos direitos e nossa educação. Seu Ministro da Educação, o privatista Abraham Weintraub, estava sendo sabatinado no Congresso Nacional e reforçou suas chantagens sobre os cortes do orçamento. Mentiu novamente sobre o caráter técnico que quer imprimir à educação – quando, sabemos, buscam retirar qualquer manifestação de contrariedade à política ou à ideologia antipopulares próprias do governo. Na mesma data, o presidente cassa o direito de reitores nomearem os pró-reitores e outros cargos nas universidades, atentando contra a autonomia universitária e coloca na mão do general ministro Santos Cruz o poder decisório sobre essas nomeações.
Para o dia 15, construímos desde as bases um forte movimento, combativo e consequente, organizado por meio das principais entidades estudantis e sindicais do país. Foram peças-chave nessa mobilização os Cas, DCEs, UEEs, UNE, UBES, ANPG, FENET, Federações e Executivas de curso e isso vemos com uma importância enorme: as entidades estudantis estão retomando os processos de luta e os estudantes estão vendo seus instrumentos de luta acessíveis e participativos. Podemos avançar nessa mobilização em um novo patamar de mobilização, com um Movimento Estudantil em nível nacional organizado e articulado com as entidades sindicais, como a FASUBRA, o ANDES, a CNTE e o CONEDEP.
Temos orgulho em dizer que o Movimento por uma Universidade Popular teve um papel de destaque nessa mobilização. Todos os lutadores que compreendem a importância desse projeto estratégico, da Universidade Popular, estão cerrando fileiras para mobilizar, organizar e fazer crescer a luta defensiva que temos agora, sem perder de vista que para superar os problemas da educação, precisamos de um projeto alternativo, radicalmente democrático, popular, ligado aos interesses do povo trabalhador e não das empresas e bancos nacionais e internacionais que tentam tomar a educação das nossas mãos.
Entendemos que a luta unitária deve superar suas debilidades e aumentar ainda mais o grau de articulação, para derrotarmos o governo e seus cortes. Nossas entidades estudantis e sindicais devem dialogar ainda mais com a população para mobilizar a todos os brasileiros preocupados com seus direitos. Nossa mobilização pode superar os mais de um milhão que foram às ruas nessa quarta-feira.
A tarefa agora é avançar, avançar, avançar! Já estão sendo marcadas novas manifestações para o dia 30 de maio, organizadas pelas entidades estudantis, e todos devem estar presentes. Teremos duas semanas para organizar debates, assembleias, atividades locais, rodas de conversa e todo tipo de mobilização estudantil, sindical e popular, para fazermos o movimento crescer. Organizar a luta, derrotar os cortes do governo – essa é a palavra de ordem que precisamos colocar, em alto e bom som, e esse é o compromisso da União da Juventude Comunista com a juventude, os estudantes e os trabalhadores brasileiros.
Lembramos também que essa luta, pela educação, não está separada das demais lutas dos trabalhadores no país. Construirmos com força um dia nacional de lutas no dia 30 de maio vai dar mais fôlego para a Greve Geral que faremos no dia 14 de junho. Nesse dia, em uma luta unitária, organizada por sindicatos, entidades estudantis e populares, movimentos de bairro, coletivos culturais e todo o povo trabalhador, venceremos a Reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes, dos empresários e banqueiros, e garantiremos nosso direito à Aposentadoria.
CONTRA OS CORTES NA EDUCAÇÃO! CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! ORGANIZAÇÃO PARA A LUTA!