Toda solidariedade ao Prof. Wanderlan

imagemA corrente sindical Unidade Classista e o Partido Comunista Brasileiro (PCB) vêm a público se solidarizar de forma irrestrita com o professor Wanderlan Porto. Companheiro de luta em defesa da educação pública e gratuita, Wanderlan tem sido vítima da escalada neofascista que anima parcela da sociedade brasileira e que busca instaurar o medo justamente na escola, onde deveria imperar o diálogo democrático. Se não bastassem os grupos de extrema-direita que há alguns anos buscam impor a mordaça na educação brasileira, os inimigos da liberdade e dos anseios populares estão hoje no Palácio do Planalto e almejam instituir o pleno Estado policial no Brasil, destruindo completamente os parcos direitos sociais e as liberdades democráticas arduamente conquistadas pelas classes subalternas em décadas de luta.

Docente do IFAL, Wanderlan milita há alguns anos no seio do SINASEFE e participou ativamente das lutas populares dos últimos anos. Coerente com esse histórico de ativismo, no último dia 29 de maio ele participou de uma atividade de mobilização no campus Maceió do IFAL, atendendo ao chamado do Grêmio Estudantil e do Sintietfal/Sinasefe. Na oportunidade, durante o intervalo de aulas foi feita uma série de pronunciamentos por servidores e estudantes em defesa da participação democrática no Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Educação, o 30M, em repúdio ao corte de verbas de custeio e investimentos que atingiu todas as instituições federais de ensino. Como não poderia ser diferente, Wanderlan pediu a palavra e expôs sua indignação e conclamou os presentes a marcharem no 30M.

Sua fala carregada de emoção, típica de quem provém da educação pública e tem a convicção da sua importância para os trabalhadores, externou a insatisfação diante da possibilidade real de os Institutos Federais e de as Universidades Federais colapsarem por escolha política de um governo cuja agenda econômica é ultraliberal e personificada na figura do ministro Paulo Guedes. Sua fala é absolutamente resguardada pela legalidade democrática instituída em 1988 e que tanto quer ver destruída Jair Bolsonaro e os seus seguidores na sociedade.

Vocalizando a posição ideológica dos fascistas, o ministro da educação, Abraham Weintraub, gravou uma série de vídeos em redes sociais conclamando os seus adeptos a perseguirem e denunciarem professores na Ouvidoria do MEC, tentando, com isso, intimidar os trabalhadores da educação, estudantes e a população em geral que no dia 15 de maio já tinham ido às ruas de todo o Brasil defender a educação pública e se contrapor ao governo ultraliberal. O ministro se utilizou do vídeo com a fala do professor Wanderlan para disseminar nacionalmente o clima persecutório e emular as hordas fascistas nas redes sociais, convertendo uma fala democrática em um suposto crime contra a ordem.

A Unidade Classista e o PCB têm absoluta clareza de que as demonstrações de força da classe trabalhadora e dos estudantes, como demonstrado nos 15M e 30M, estão prejudicando a estratégia neofascista de Bolsonaro, contribuindo para que parcelas da burguesia, da classe política e do Judiciário já comecem a cogitar o fim do seu governo. O enfraquecimento do presidente nas pesquisas de opinião e o ativismo popular aguçam as disputas interburguesas. As frágeis manifestações neofascistas de 26 de maio e a ridícula posição do ministro Weintraub expressam a tentativa de resistência do bolsonarismo-olavismo diante da oposição interburguesa da direita tradicional – que dada a fragilidade do governo busca neutralizá-lo ou, no limite, derrubá-lo – e, principalmente, diante de seu inimigo mortal: as classes subalternas organizadas nas organizações de esquerda (democratas, socialistas e comunistas).

Cabe aos trabalhadores e estudantes se manterem em luta permanentemente e construir a Greve Geral de 14 de junho, condição necessária para não apenas derrotar o neofascista Bolsonaro, mas também a direita tradicional inimiga da democracia e da igualdade social. Apenas a força da classe trabalhadora e dos estudantes é capaz de derrotar o consenso ultraliberal e antipopular da burguesia e da direita no Brasil. Somente os trabalhadores têm o interesse em defender plenamente as liberdades democráticas contra o Estado autocrático que desde 2016 se fortalece no país. Não calarão Wanderlan Porto! Não nos calarão!

SOMOS TODOS WANDERLAN!

RUMO À GREVE GERAL DE 14 DE JUNHO!

UNIDADE CLASSISTA
PCB/AL