UNESP sob ameaça! Por uma Universidade Popular!

imagemUJC – UNESP (Universidade Estadual Paulista)

O projeto de desmonte da educação brasileira levado a cabo pelo (des)governo do presidente Jair Bolsonaro e seus suportes neoliberais acaba com as possibilidades de estudo já escassas para a classe trabalhadora e seus filhos. A conjuntura atual, tanto em âmbito nacional, como em âmbito estadual com o governo do PSDB, representado na figura de João Doria (e, no caso da UNESP, do reitor Sandro, capacho das políticas do governo do Estado de SP), é de constantes mutilações que visam acabar com a produção científica e tecnológica, abrindo espaço para as parcerias público-privadas que entregam um pilar fundamental da sociedade aos interesses de empresas privadas e bancos – como o recente caso da bolsa oferecida pelo banco Santander para financiar estudos que lhe servem dentro das universidades ou ainda o projeto “Future-se” apresentado pelo Ministério da Educação.

Frente a este cenário de ataques cada vez mais incisivos, a UJC reforça a necessidade latente de luta pela permanência e representatividade direta dos estudantes! Desta forma, defendemos a reconstrução de um Diretório Central dos Estudantes (DCE) para manejar a inserção estudantil no órgão de deliberação máxima da universidade através de campanhas e debates políticos que possam de fato alcançar todas as 24 unidades da Unesp e seus demais alunos, para assim, denunciar as manobras da reitoria e conseguir o melhor planejamento e organização possível na luta dos estudantes contra os ataques desta.

Como entidade máxima dos estudantes, o DCE funcionará como catalizador de discussões e organização a nível estadual. Além de promover uma comunicação que hoje nos é inviável pela separação dos campi, a entidade será responsável por defender as lutas do movimento estudantil dentro e fora dos muros da Unesp, em consonância com outras universidades e movimentos sociais. Mesmo entendendo as entidades em seu âmbito de legitimação dos protocolos da reitoria, é necessário entendê-las também como forte contraponto hegemônico, capaz de aglutinar ações tanto para nossas pautas imediatas como no entendimento de um panorama de apagamento das conquistas populares e dos trabalhadores pela agenda neoliberal.

Neste sentido, a UJC tem se posicionado nos espaços estudantis da Unesp (como o CEU) em defesa de eleições conjuntas tanto para a gestão do DCE como para as cadeiras discentes ocupadas no Conselho Universitário, sendo estas últimas ocupadas de maneira proporcional. Desta forma, o engajamento entre ambos se dá de maneira a fortalecer nossas pautas e combates, com um planejamento mais direto e organizado. Também somos contrários ao modelo de e-voto para representantes discentes, pois entendemos que ele fomenta ainda mais a impessoalidade entre estudantes e a instituição em que se inserem, sendo a mobilização destes uma luta diária dentro de cada campus.

Junto a esse modelo de DCE e representação discente, também defendemos a paridade de votos entre as três instâncias da universidade pública e a eleição direta para reitor como essenciais na disputa por uma universidade que sirva à classe trabalhadora, e não à burguesia.

Entretanto, apesar de sua importância, é necessária a compreensão das limitações da representação discente no Conselho Universitário e em todos os órgãos colegiados dentro de nosso atual sistema. Precisamos, para além disso, defender a reconstrução urgente de um DCE combativo que massifique e organize nossas lutas e sirva de ferramenta para a construção de uma alternativa revolucionária para a Unesp, erguendo um projeto de Universidade Popular! Apenas com a luta por uma nova Universidade, em uma nova sociedade, teremos de fato uma universidade democrática!

A estruturação de uma Universidade Popular não é um caminho fácil, mas sua busca é certamente um grande passo na direção de uma sociedade verdadeiramente democrática. O projeto de universidade popular representa uma alternativa ao formato de educação que está imposto atualmente, entendendo também a necessidade de uma transformação radical na sociedade, e serve como ferramenta de emancipação política para a classe trabalhadora, para que contraponha os interesses da burguesia, buscando construir uma sociedade livre de exploração.

A Universidade como já conhecemos é formada pelo tripé universitário pesquisa-ensino-extensão, e quase sempre a extensão é feita e interpretada de forma errada, observamos também a dissociação dessas três áreas, e lutamos pela sua real integração. Mobilizamo-nos então pelo desenvolvimento e valorização de projetos de extensão popular, pois é por meio destes que conseguiremos nos articular com os trabalhadores, estabelecer uma troca dialética e, consequentemente, produziremos um conhecimento a serviço dos mesmos. Portanto, precisamos nos engajar cada vez mais na produção de uma ciência e de uma tecnologia para a classe trabalhadora, para que esta atenda as suas demandas. Por fim, faz-se necessária a luta pela universalização do ensino, e políticas de assistência e permanência estudantil, para que o filho da classe trabalhadora ao ingressar na universidade, consiga permanecer.

Unidade para Resistir aos ataques impostos pela reitoria e os governos federal e do estado!
Ousadia para avançar no projeto de Universidade Popular!
Juventude que ousa lutar constrói o poder popular!

União da Juventude Comunista (UJC)

Categoria
Tag