Greve nacional dos correios

imagemCoordenação Nacional da Unidade Classista

Em Assembleia Extraordinária realizada em todo Brasil no dia 10/09, por unanimidade, os trabalhadores ecetistas deflagraram GREVE por tempo indeterminado. O movimento nacional de luta contra a retirada de direitos e em defesa dos Correios como empresa 100% Estatal deu um importante passo na luta contra os desmandos da direção da Empresa sob orientação do Governo Federal.

O SINTECT-PI (comandado pela Unidade Classista) foi o primeiro sindicato do país a aprovar a greve. Ao todo 36 sindicatos e as 2 federações (FENTECT e FINDECT) saíram juntas na luta a partir do dia 11/09.

ENTENDA O CASO

O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), documento que deve ser acordado e assinado entre a Empresa e a representação dos trabalhadores (Sindicatos/Federação), deveria ser discutido em junho/julho, porém, os representantes da direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT/Correios) se mostraram intransigentes, apresentando a retirada de diversos direitos e não abrindo espaço para se negociar.

A ECT por várias vezes desconsiderou o Comando Nacional de Negociação e Mobilização (CNNM), deixando de comparecer a reuniões agendadas em conjunto e demonstrando que não iria recuar nas propostas de retirada de direitos duramente conquistados pela categoria.

No final de julho, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) se propôs a realizar uma mediação entre as partes e prorrogou o ACT vigente (2018/2019) até o dia 31 de agosto. Inclusive, mantendo a situação dos pais no Plano de Saúde. Porém, no dia seguinte à prorrogação, a direção da ECT desautorizou o atendimento dos pais dos funcionários, permitindo apenas em caso de urgência.

Durante o período da prorrogação proposta pelo vice primeiro ministro do TST, a empresa se negou a participar e apresentar uma proposta que pudesse atender aos interesses dos trabalhadores, se negando a negociar e não aceitando a prorrogação proposta mais uma vez pelo TST para o dia 29/09.

O QUE QUEREM RETIRAR

A proposta da direção da ECT para os trabalhadores é a redução dos Tickets Refeição/Alimentação com aumento do com­partilhamento (5%, 10% e 15%); redução de 26 para 23 tickets e de 30 para 27 tickets; não pagamento dos tickets nas férias [com a manutenção do vale cesta]; não pagamento do vale peru; exclusão do Vale Cultura; redução do Adicional Noturno de 60% para 20%; redução da Grati­ficação de Férias de 70% para 33% conforme a CLT; redução do per­centual do valor pago do trabalho em dia de Descanso de 200% para 100% e um reajuste salarial pífio de 0,80% sobre o salário base.

Segundo alguns estudos realizados pela FINTECT, somando-se todos os ataques apresentados na proposta da direção dos Correios, a perda anual chega à média de 40%, um verdadeiro ataque contra a categoria.

A LUTA NÃO É SÓ ECONÔMICA

Outro fator que está mobilizando os ecetistas é o anuncio do presidente Jair Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, que pretendem privatizar os Correios, realizando um ataque contra a soberania nacional e pretendendo vender a empresa estatal mais antiga do país.

Para a categoria, existem 2 fatores fundamentais com relação à defesa dos Correios como empresa 100% pública: 1 – O fator de abrangência logística; 2 – O papel social dos Correios.

1 – Abrangência logística: os trabalhadores dos Correios sabem que a empresa está presente na vida do povo brasileiro em seus mais de 5.570 municípios, garantindo o direito à comunicação de toda população brasileira. Caso seja realizada a privatização, muitos municípios vão ficar descobertos.

A campanha de difamação articulada para enfraquecer a imagem dos Correios perante a opinião pública esconde que muitas empresas que tentam concorrer com os Correios só querem atender aos grandes centros e, quando as encomendas são para cidades distantes, essas empresas utilizam o serviço dos Correios para executar a entrega.

2 – A importância do papel social dos Correios: poucas pessoas sabem que os Correios são essenciais para a realização de políticas públicas e serviços sociais para a população. As campanhas de vacinação, campanha de amamentação, responsabilidade pela logística do ENEM, distribuição das urnas no período eleitoral, entrega de donativos e atuação em grandes tragédias como Mariana e a de Brumadinho. Além disso, há os serviços do Banco Postal, que faz o papel de uma agência bancária e permite a circulação de dinheiro em muitas localidades.

NÃO À CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO

Os trabalhadores também estão mobilizados contra essa campanha de difamação que tenta jogar a opinião pública contra os Correios para justificar a sua venda. Porém, não revelam para a população que a ECT é autossustentável, vem apresentando recuperação de seus ganhos, mesmo não sendo uma empresa voltada para o lucro, mas sim, para atender essa importante demanda social que é a comunicação.

Grande parte dos problemas gerados nos Correios é fruto da ingerência política que sempre aconteceu na empresa. Que compromete a gestão e apadrinha alguns poucos escolhidos.

Os trabalhadores também têm consciência de que muito se fala sobre a previdência dos trabalhadores, mas não é exposto para o grande público que o Ministro da Economia está sendo investigado por fraude no Postalis pela Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Ministério Público Federal, como já apresentaram diversas reportagens.

A UNIDADE CLASSISTA/FRAÇÃO CORREIOS está na luta contra a retirada de direitos e a favor dos Correios como empresa pública 100% estatal.

UNIDADE CLASSISTA!

FUTURO SOCIALISTA!