Entrevista com Maria Carol, dirigente da UJC e da UNE
Maria Carol, entrevistada por Marta Barçante, coordenadora do Programa e responsável pela Secretaria Nacional de Mulheres do PCB, fala inicialmente de sua infância. Nascida e criada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, Carol relata que hoje as crianças têm cada vez menos a possibilidade de fazer coisas que faziam parte da rotina de um menino ou menina da sua idade, como brincar na rua, em virtude da violência que tem crescido nos bairros do subúrbio do Rio e da ausência de políticas públicas voltadas à criança e ao adolescente. Para ela, fica evidente o descaso dos governos burgueses com a infância e a juventude, expresso por exemplo na ausência cada vez maior das praças públicas e espaços de convivência e de lazer.
Estudante de Licenciatura em Geografia na Universidade Rural do Rio de Janeiro, Carol afirma que seu ingresso e permanência na universidade representam, além da conquista de um projeto pessoal e de sua família, o resultado de um esforço coletivo diário para enfrentar as barreiras existentes àqueles estudantes oriundos das camadas proletárias, apesar das maiores possibilidades de acesso, ainda que muito insuficientes, principalmente para jovens negros e negras. Numa conjuntura de intensificação dos ataques à educação pública, esses problemas se avolumam, e crescem as lutas para que seja garantida a assistência estudantil e a manutenção dos jovens pobres dentro da universidade. Segundo ela, hoje a luta é para, em primeiro lugar, garantir a continuidade da universidade pública, profundamente ameaçada pelo Governo Bolsonaro, e avançar para a conquista de mudanças estruturais na educação brasileira, na perspectiva da escola e da universidade popular.
Carol fala do início de sua militância estudantil, aos 16 anos, ainda no ensino médio, nas lutas pelo passe livre em 2013. Quando se interessou por participar da disputa de chapas para o grêmio da sua escola, conheceu a galera da UJC (União da Juventude Comunista), e sua militância deu um salto de qualidade. Participou então do Congresso da UJC de 2015 e, a partir de então, mergulhou de cabeça nas atividades da organização e no movimento estudantil, até o momento atual, que reflete a ampliação do trabalho dos jovens comunistas, que retornaram à Executiva da União Nacional dos Estudantes, caminho este construído sobre um programa de lutas que envolve o projeto da Universidade Popular, através do MUP (Movimento por uma Universidade Popular), uma universidade que seja voltada a atender os interesses e necessidades dos filhos e filhas da classe trabalhadora.
No segundo programa, Maria Carol relatou a experiência vivida como candidata a deputada federal pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), buscando representar a juventude do Estado do Rio, aprendizado marcante ao permitir que ela viajasse por todo o Estado e entrasse em contato com diversos grupos sociais e organizações, como quilombos, comunidades indígenas, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras, verificando as condições de vida das pessoas e os desafios colocados para enfrentar as políticas oficiais de retrocessos e de violência estatal implementadas pelos governos Bolsonaro e Witzel.
Assista a entrevista na íntegra em:
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