Sem vacina para todos é greve pela vida!

imagemNota Política da Unidade Classista
Base SINTRASEM e SINTRAM/SJ

O Brasil tem batido recordes seguidos de mortes e casos de COVID-19 nas últimas semanas, além disso, está evidente a postura do governo federal de provocar um genocídio da classe trabalhadora. Mesmo diante desse cenário e do conjunto de argumentos técnicos da área das ciências da saúde, os governos municipais de Gean Loureiro, de Florianópolis, e Orvino Coelho de Ávilla, de São José, preparam o retorno presencial das atividades pedagógicas em seus municípios.

Em São José foi lançado termo aditivo que proíbe trabalhadores ACTs que sejam grupo de risco de serem contratados, por não serem considerados “aptos”, mesmo que essa arbitrariedade não esteja no edital. Em Florianópolis, espera-se que a partir de 10 de março se iniciem as atividades híbridas, presencial e online, com lotação máxima da capacidade das salas de aulas, desde que a região não esteja na “bandeira vermelha”. Enquanto em São José já existe política de Grupo de Risco, em Florianópolis a prefeitura enrola os servidores desde o ano passado. Em suma, uma absoluta ineficiência na gestão da pandemia e superexploração do trabalho docente, os obrigando a preparar aulas presenciais e online.

Para quem conhece a realidade de uma escola e pisa efetivamente no chão de uma sala de aula, é consenso que as tarefas postas nos Planos de Contingência são impraticáveis; o fazer pedagógico será completamente afetado, crianças não poderão brincar entre si, limitando as trocas, prejudicando gravemente o processo de aprendizagem. Entendemos que os anos de luta para garantir às crianças e jovens educação como direito básico para seu desenvolvimento estão sendo desprezados, pois com esses protocolos estaremos retrocedendo em qualidade e voltando ao puro caráter assistencialista de receber crianças e estudantes no espaço escolar sem efetivamente podermos realizar um trabalho pedagógico qualificado.

A Unidade Classista defende a posição da não retomada de aulas presenciais sem condições sanitárias seguras, entre as quais perpassa a vacinação de toda a população!

É um desmerecimento à vida das pessoas quando as prefeituras demonstram, de fato, não se importarem com o contágio e a pandemia adentrando às escolas, como se nada pudesse ser feito para evitar os traumas e perdas que um retorno presencial poderá acarretar. “Vai acontecer”, dizem, como se fosse inevitável. É inaceitável a naturalização de uma doença que tem ceifado milhares de vidas no Brasil, e já passa de milhões no mundo. É inconcebível que um ocupante de cargo público naturalize a morte e ainda lance uma política que vise o aumento do sofrimento da população trabalhadora, enquanto que ele mesmo pode se manter protegido no conforto de sua casa.

O SINTRASEM e o SINTRAM/SJ não podem se eximir dessa luta! Em Florianópolis já acumulamos dois Estados de Greve e precisamos desde já convocar a categoria para entrar em greve caso a prefeitura queira o retorno presencial. Essa batalha precisa sair do campo das narrativas, e ir para o espaço concreto da luta de classes. De um lado temos um governo que ataca e não se importa com a vida das famílias da classe trabalhadora, de outro temos a nossa própria classe que somente pode se defender por ela mesma, lutando organizadamente com mediação de seus instrumentos de luta. É necessário que as direções assumam suas funções classistas e organizem imediatamente a GREVE PELA VIDA!

UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!

Florianópolis e São José, 03/02/2021

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