FORA GOVERNO ASSASSINO!
Coordenação Nacional da Unidade Classista
Vivemos no Brasil um início de ano terrível. O país transformou-se em epicentro mundial de contaminações e mortes por Covid-19, enquanto os números no resto do mundo iniciam uma leve tendência de queda.
O governo assassino de Bolsonaro, com queda de popularidade, muda o discurso, agora dizendo que sempre valorizou as medidas de combate ao vírus e que tem trabalhado com afinco para comprar as vacinas. A tragédia da Covid-19 forçou Bolsonaro a demitir Pazzuelo e a nomear Queiroga, seu novo fantoche, como Ministro da Saúde.
O cenário de desemprego se amplia em todo o mundo, com raríssimas exceções, e o Brasil bate recorde neste quesito, pois nunca tivemos um índice de desemprego tão alto desde que os dados começaram a ser compilados institucionalmente.
A fome e a miséria também já demonstram números alarmantes, atingindo principalmente as mulheres, as negras e os negros, os indígenas e quilombolas, que são histórica e estruturalmente os que mais sofrem.
Em 2021, infelizmente, a exemplo do ano passado, as greves e manifestações têm ocorrido, mas ainda muito aquém da necessidade para combater o descaso com a vida dos trabalhadores, a falta de vacinas e os diversos ataques patronais em centenas de categorias.
Em 2020, em todo o mundo, várias lutas de resistência contra os ataques aos direitos e as condições de trabalho e em defesa da vida e a luta antirracista e antifascista foram fundamentais para iniciar uma contraofensiva aos governos de direita e extrema direita.
Neste ano, devido principalmente ao avanço da pandemia, foi deflagrado um movimento aguerrido, com ampla participação de trabalhadores no Paraguai, contra o descaso das autoridades com a crise sanitária, e nos Estados Unidos a derrota de Trump já propiciou alguns bons frutos, como a queda no número de contaminações e mortes derivada de uma campanha de vacinação em massa, a exemplo do que também ocorre em diversos outros países muito mais pobres que o Brasil.
Na América Latina, o impacto da crise mundial do sistema e da pandemia é ainda mais brutal, dada a sua histórica condição capitalista periférica e dependente. Sofremos com uma retração de 9,1% do PIB da região, a pior queda em 120 anos, que propiciou que a região fechasse 2020 com mais de 44 milhões de desempregados.
No Brasil, a campanha de vacinação “sem vacina”, a alta da inflação, principalmente com o aumento do preço dos combustíveis e de outros derivados de petróleo, dos alimentos da cesta básica, o aumento da taxa de juros, a aprovação da chamada autonomia do Banco Central, o pacote de privatizações, a contrarreforma administrativa esperada para os próximos meses, que pretende regulamentar o Estado como agente suplementar da iniciativa privada na prestação de serviços, o aumento do desemprego, a redução da massa salarial e o anúncio de um novo auxílio emergencial que não atinge nem a metade do valor e nem a metade dos trabalhadores que o receberam o ano passado, nos propiciam um cenário tenebroso, de ampliação da desigualdade, das opressões e da exploração do trabalho.
No Congresso, os representantes da burguesia negociam com Bolsonaro, no velho esquema do “toma lá dá cá”, enquanto o presidente tenta se distanciar do discurso negacionista para manter-se politicamente vivo, pois já tramita no Senado uma proposta de CPI para investigar a conduta de Pazzuelo durante a pandemia, além dos diversos pedidos de impeachment até agora engavetados.
Já o campo dos trabalhadores continua extremamente desorganizado, pois o Fórum das Centrais, hegemonizado pelo peleguismo e pela conciliação de classes, não tem sido capaz de mobilizar os trabalhadores para o necessário enfrentamento, tanto nas ruas, quanto nos locais de trabalho. A liberdade ainda que momentânea de Lula e a suspeição de Moro, deliberadas pelo STF, que com certeza são boas notícias, também tendem a antecipar o cenário eleitoral e, se mal conduzidas politicamente, podem esvaziar ainda mais as mobilizações pela base e conduzir a classe a adotar novamente um projeto estratégico de conciliação.
Nesta conjuntura, para resistir aos ataques, devemos desenvolver ações de agitação e propaganda para deslegitimar o discurso liberal, prestar solidariedade militante a todas as categorias em luta, redobrar os esforços no desenvolvimento do trabalho de base, principalmente nos setores estratégicos, além de organizar frentes e fóruns regionais de luta.
Precisamos dialogar diariamente com os trabalhadores e as trabalhadoras nos locais de trabalho, moradia e estudo, nos pontos de ônibus, barcas, metrô e nas portas de fábrica, buscando montar o quebra-cabeças da realidade, apontando a necessidade da luta e o rumo. Além, é claro, de prestar solidariedade junto aos movimentos populares e com as comunidades de trabalhadores (favelas e bairros operários), que sofrem com a ausência de assistência direta do Estado e que convivem cada vez mais com a fome e com a miséria.
Em meio à pandemia, precisamos desenvolver manifestações simbólicas com os devidos cuidados sanitários em diversas cidades e construir um Primeiro de Maio Classista, sem patrões, governos e pelegos, para impulsionar as lutas e para construir a necessária GREVE GERAL para derrotar Bolsonaro e Mourão.
Devemos ainda continuar organizando e mobilizando trabalhadores, sindicatos, movimentos populares e a juventude, para construir e enraizar o Fórum Sindical, Popular e da Juventude, de Luta por Direitos e Liberdades Democráticas em todas as regiões do país, para por meio dele, fortalecer as lutas de resistência, a reorganização da classe, a construção do ENCLAT e o poder popular, rumo ao socialismo.
Nesta conjuntura, reivindicamos:
• Lockdown nacional até que haja redução significativa no número de contaminações e mortes;
• Vacinação já e gratuita para todos os brasileiros pelo SUS;
• Auxílio emergencial de no mínimo 600 reais para todos que necessitarem;
• Não às privatizações e reestatização de todas as empresas estratégicas;
• Revogação imediata da emenda constitucional do teto dos gastos;
• Rejeição completa da Reforma Administrativa;
• Garantia de estabilidade no emprego, com salário integral e todos os direitos e garantias, a todos os trabalhadores com carteira assinada e estatutários no setor público e privado;
• Salário mínimo mensal, custeado pelo Estado, a todos os trabalhadores sem carteira assinada, como medida permanente;
• Suspensão imediata do pagamento da dívida pública;
• Taxação das grandes fortunas;
• Criação de Frentes de Trabalho e programa habitacional de construção e distribuição de casas populares para combater emergencialmente o desemprego e a falta de moradias.
FORA BOLSONARO E MOURÃO!
PELA CONSTRUÇÃO DO FÓRUM POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!
PELA REORGANIZAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA!
RUMO AO ENCLAT!
AVANTE CAMARADAS!
UNIDADE CLASSISTA, FUTURO SOCIALISTA!
COORDENAÇÃO NACIONAL DA UNIDADE CLASSISTA