O Olhar Comunista começa a semana destacando as eleições francesa e grega
Na França, a despeito da derrota de Sarkozy, com sua política de “austeridade” (recessão e desemprego) e de sua recente e perigosa aproximação com a extrema-direita, pouco pode se afirmar quanto a possíveis avanços para os trabalhadores, na luta contra o capital: François Hollande, o eleito, já se declarou contra as nacionalizações de empresas e setores estratégicos da economia.
Além de sua agenda mais liberal no que tange aos costumes, a proposta mais “avançada” em termos econômicos é eliminar o déficit público da França até 2017, ainda que tenha acenado com a elevação de impostos, “principalmente dos ricos”, para financiar a retomada do crescimento e realizar gastos públicos prioritários em áreas como a educação. Vejamos…
Já na Grécia, os partidos que davam sustentação à política de cortes orçamentários, redução de aposentadorias e demissões de funcionários públicos, em favor da “estabilidade” do Euro e do atendimento aos interesses dos grandes grupos econômicos sofreram uma profunda derrota. As primeiras tentativas de formar um novo governo já caíram por terra nesta segunda-feira. O presidente Karolos Papoulias deu um mandato de três dias a Antonis Samaras – líder do conservador Nova Democracia, que conquistou o maior percentual de votos na eleição – para que forme uma coalizão. Samaras, entretanto, informou que não teria condições de formar o governo e desistiu do mandato.
Já o Syriza, que ficou em segundo lugar, com uma expressiva votação, terá a oportunidade de tentar formar uma administração. Papoulias vai se reunir com o líder do partido, Alexis Tsipras, nesta terça-feira, mas o líder afirmou que ” não vamos deixar entrar pela janela o que o povo grego chutou pela porta”.
No aparente vácuo de poder, o partido Comunista (KKE), que obteve 8% dos votos (mais do que na última eleição), já divulgou nota informando que não fará parte de nenhuma coalizão que não retire o país da Zona do Euro e reverta a atual conução da política no país, em geral, e conclamou o povo a organizar-se e prontamente a ocupar as ruas contra qualquer iniciativa que volte a manipular os reais problemas do país.