Câmara barra taxação de fortunas

O Olhar Comunista desta quinta comenta a “parceria” entre o lobby da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e parlamentares católicos e evangélicos que impediu a aprovação de projeto que cria a Contribuição Social das Grandes Fortunas (CSGF) na Câmara dos Deputados.

 


Os recursos provenientes do novo tributo seriam destinados exclusivamente para a pasta da Saúde. Através de uma burocrática manobra regimental, foi pedida a verificação de quórum na Comissão de Seguridade Social da Câmara. A iniciativa, que impediu a aprovação desse e de outros projetos, foi feita pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que é médico e se apresenta como “defensor da saúde”.

O interesse dos religiosos era impedir, mais uma vez, um projeto que tramita há anos no Congresso e que cria direitos previdenciários para dependentes de homossexuais. Já a bancada que está no bolso da CNI queria impedir a votação do projeto que taxa as grandes fortunas.

Pela proposta, são criadas nove faixas de contribuição a partir de acúmulo de patrimônio de R$ 4 milhões. A última faixa é a partir de R$ 115 milhões. O projeto, que atinge apenas 38 mil brasileiros – os mais afortunados do país – deve ir novamente à votação no colegiado.