Haiti: por quem gastas, Brasil?

“O que começou como uma operação emergencial de seis meses, com um custo previsto de R$ 150 milhões, completou no início deste mês oito anos de duração, a um preço de quase R$ 2 bilhões”. Assim começa matéria da Folha de S. Paulo sobre a atuação do Brasil no Haiti, destaque do Olhar Comunista desta terça-feira.


O gasto (R$ 1,97 bilhão) equivale a cerca de dois anos do programa de segurança pública da União, o Pronasci. Boa parte do dinheiro está assim dividido veículos (R$ 162,3 milhões), explosivos e munições (R$ 24,3 milhões), armamentos (R$ 22 milhões) e embarcações e equipamentos para navios (R$ 18,1 milhões).

Em nota, o Ministério da Defesa afirmou à Folha que os gastos “estimulam a indústria militar brasileira”. Donde podemos chegar ao âmago da questão: a invasão de um país irmão, com uso de violência sobre a sua população, serve a interesses da burguesia brasileira e não apenas àquela da indústria armamentista.

É lamentável que esta realidade seja usada como argumento oficial de algum ministério em nota à imprensa. Pior, entretanto, é saber que foi ultrapassado o limite das desculpas esfarrapadas, e que o Governo Federal gasta por seus burgueses, às custas dos povos haitiano e brasileiro.