Manifestações no Chile

Muitas prisões e pancadaria generalizada tomaram as ruas, ontem, do centro de Santiago. A causa foi a resposta indignada dada, por milhares de manifestantes, ao ato público realizado em homenagem ao Ditador Augusto Pinochet, que governou o Chile entre 1973 e 1990, após assumir o poder com um golpe miltar contra o presidente Salvador Allende, legitimamente eleito pelo povo chileno. Pinochet foi o reponsável direto por mais de três mil mortes e desparecimentos, por maise 38 mil casos de torturas e perseguições contra opositores do regime e defensores da democracia e da justiça social.

As feridas abertas pela Ditadura continuam abertas e respondem pela indignação que tomou conta dos manifestantes de ontem, em Santiago, revoltados com a louvação que estava semdo promovida por parentes e saudosistas de Pinochet. No Chile, apenas 76 agentes da ditadura foram condenados até agora, de um total de 350 processos por mortes, desaparecimentos e prisões ilegais envolvendo 700 agentes civis e militares que trabalharam para o regime.

As feridas que teimam em permanecer abertas no Chile e em outros países da América Latina que viveram sob ditaduras nos anos 60, 70 e 80, como o Brasil, só se fecharão com a revelação de tudo o que ocorreu, com a identificação e a abertura de processos judiciais para todos os que participaram dos aparelhos de repressão dos Estados, desde os que executaram diretamente as ações até aqueles que, de longe e de cima, as idealizaram e comandaram.