BNDES: mais dinheiro nosso para a burguesia – e as eleições de 2014
A crise da economia no primeiro semestre afetou os resultados do banco: a liberação de verba caiu 3,8% na comparação com os seis primeiros meses de 2011 – que já havia registrado queda de 6,3% em relação ao mesmo período de 2010, vale registrar. No setor industrial, o tombo foi ainda pior: 18,9% a menos que no mesmo período do ano passado. Já o de infraestrutura desembolsou 6,9% a menos. Com isso, o lucro do BNDES recuou 48%.
Ao mesmo tempo, o governo anunciou que vai reforçar o caixa do banco para “financiar os projetos de investimentos dos Estados e o programa de R$ 133 bilhões de concessões de rodovias e ferrovias, lançado pelo governo na semana passada”. O banco já tem uma linha de crédito aprovada de R$ 45 bilhões aberta com o Tesouro – dos quais já foram repassados R$ 10 bilhões.
Além de financiar a privatização, o BNDES também vai bancar investimentos dos Estados (o governo criou a linha “Prolnvest”, de R$ 20 bilhões, para os governadores fazerem novos investimentos e autorizou, na semana passada, que 17 estados contraíssem mais R$ 41 bilhões de novos empréstimos”. Segundo declarado por membros do governo à imprensa, a idéia é que “em 2014 os empréstimos estejam a todo vapor”.
Desse conjunto de informações podemos concluir:
– De nada adianta o governo apostar na manutenção do neoliberalismo para a economia brasileira, como demonstram os resultados do banco;
– “Nosso” dinheiro (Tesouro Nacional) vai bancar privatizações;
– A falta de discernimento do governo chegou ao limite. Não à toa, anuncia, com a cara mais deslavada do mundo, que a idéia é ajudar 17 governadores em ano eleitoral (2014).