Brasil: ‘top 50’ de competitividade, na ‘rabeira’ das condições sociais…



O estudo do Fórum – Relatório Global de Competitividade – classificou as economias mundiais quanto à sua competitividade. O estudo leva em conta, além de dados econômicos, a opinião de mil presidentes de médias e grandes empresas brasileiras que atuam dentro e fora do país. Por conta do baixo índice de crescimento econômico predominante na maioria dos países, devido à crise, o Brasil, agora o nono maior mercado mundial, foi o único dos Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul) que subiu no ranking.

Além da constatação dessa enorme discrepância (9º mercado, 50º em competitividade), no entanto, um olhar mais cuidadoso sobre os dados mostra com clareza a nossa realidade social. O Brasil é o 79º em Instituições, 70º em infraestrutura, 88º em educação e saúde primária, 66º em educação superior. Mesmo as posições 49ª em inovação, e 69ª em eficiência do mercado de trabalho são reveladoras do que quer o empresariado: explorar mais o trabalhador, entrar em negócios sem risco, retirar todas as “amarras” que ainda pesam sobre o capital (ou seja, todo e qualquer controle social). A queda, em relação a 2011, registrada no item sofisticação nos negócios indica, ainda, a tendência de “reprimarização” da economia, centrada, cada vez mais, nos setores minerador e agroexportador.

Os dados confirmam as tendências recentes do capitalismo brasileiro. Aos trabalhadores, cabe a denúncia e o enfrentamento desse quadro.