Olhar Comunista

Siemens é declarada inidônea pela Justiça Federal

A empresa transnacional Siemens S.A., já indiciada por fraude na licitação para a construção do metrô de São Paulo, com evidência de formação de cartel, foi declarada inidônea pela Justiça Federal e não poderá participar de licitações até 2018, devido a irregularidades verificadas nos contratos da empresa com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, entre 1999 e 2004.

A informação foi amplamente divulgada na mídia, nos primeiros dias de março. De acordo com O Globo (01/03/14), além de tentar formar um cartel para burlar a concorrência com a subcontratação de empresas concorrentes, a Siemens pagou propina em troca de informações sobre o processo licitatório dos Correios.

Entendemos que as leis anticartel e anticorrupção devem ser rígidas e punir também os dirigentes empresariais envolvidos. Mas não tenhamos dúvidas: a formação de cartéis e outros arranjos entre empresas para burlar a concorrência e obter favores especiais dos governos, envolvendo o pagamento de propinas e outras formas de corrupção são decorrentes da estrutura capitalista da economia, onde os grandes grupos “compram” vantagens para a garantia de seus lucros junto ao Estado capitalista que, em sua essência, os representa.

Venezuela tem apoio para que Mercosul e Unasul debatam saída para a crise

Este foi o resultado do giro diplomático feito pelo chanceler venezuelano, Elias Jaua, a países sulamericanos, nos últimos dias de fevereiro. “A Unasul – União das Nações Sulamericanas – é o âmbito natural para que estas questões sejam tratadas”, disse Jaua a agências internacionais.

A movimentação teve como saldo o fortalecimento do apoio  ao governo de Caracas contra as ações de desestabilização interna da Venezuela promovidas com apoio dos Estados Unidos, que tendem a pressionar a Organização dos Estados Americanos – OEA – a adotar medidas de retaliação à Venezuela.

Desigualdade entre homens e mulheres persiste, no Brasil

Segundo relatório “The Global Gender Gap – 2013”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil está em 62º lugar no “ranking” da desigualdade entre homens e mulheres, de um total de 136 países pesquisados. Foram usados indicadores econômicos e de acesso à saúde, à educação e à participação política.

Países vizinhos, com PIB menor que o brasileiro, estão à frente, como nos exemplos da Bolívia (23º lugar), Argentina (34º) e Equador (17º). No mercado de trabalho, as mulheres ganham, em média, 30% a menos que os homens, para as mesmas funções.

Este quadro revela, além da superexploração do trabalho feminino pelas empresas privadas, o atraso brasileiro em relação à igualdade social, em geral, e na questão da mulher, em particular.

Caem os investimentos públicos no Brasil

Entre 2012 e 2013, os investimentos previstos no Orçamento Federal caíram de 1,35% para 1,31% do PIB. A tendência para esse ano é a estagnação desses gastos, de acordo com analistas ouvidos pelo jornal O Globo (06/03/14). Os ministérios das Cidades, dos Transportes e de Integração estão entre os mais afetados.

O quadro é preocupante e reflete a continuidade da política de manutenção do superávit primário – a economia de recursos feita pelo governo para  garantir o pagamento de juros da dívida pública aos bancos –, reforçado com o corte de cerca de 44 bilhões de reais em áreas sociais. O aumento dos investimentos públicos é fundamental para compensar o já visível esgotamento do incentivo ao consumo como “puxador” do crescimento e para dar um rumo mais consequente à economia brasileira, hoje dominada pelo setor financeiro, pelo agronegócio e  pela mineração, estes voltados para a exportação. O Brasil vem apresentando, ainda,  fortes indícios de desindustrialização.