Os EUA tem sim a ver com isso
A onda de protestos e ataques às representações diplomáticas dos Estados Unidos, gerada pela divulgação na internet de um vídeo amador, feito por americanos, que satiriza e ofende o profeta Maomé, levou a secretária de Estado Hillary Clinton a declarar que “o Governo dos EUA nada tem a ver com o filme”. O próprio presidente Obama vem fazendo esforços para amenizar o clima político e contornar a crise, que já se alastra por diversos países como a Líbia, o Egito, o Irã, a Bélgica e outros. Ao se referir ao Egito, Obama declarou que aquele país não é “nem aliado nem inimigo” dos EUA.
Parece claro que, realmente, o vídeo em questão não foi produzido por encomenda do governo norteamericano. Mas é igualmente claro que os protestos nas ruas e os ataques aos consulados e embaixadas dos EUA refletem o acúmulo de indignação gerado pelas ações daquele país, marcadas pelo apoio a governos autoritários e corruptos como o Shá do Irã (derrubado pela revolução dos Ayatolás que permanece no poder), de Bubarack, no Egito, pelas agressões aramadas a países como a Líbia e o Iraque e muitos outros exemplos, pela manutenção de ações de apoio às relações de exploração impostas por empresas estadunidenses aos trabalhadores de países pobres.