98% das vítimas de ataques de aviões não-tripulados dos EUA são civis indefesos
O levantamento põe por terra os argumentos de que estas operações são de caráter “cirúrgico” e de que seu uso em áreas onde supostamente se concentram grupos como os Talibãs e a Al Qaeda, como no Afeganistão, fazem do mundo um lugar mais seguro.
De acordo com o jornal The Independent, os pesquisadores mostram que os efeitos dos ataques vão além das mortes de vivis e afetam psicologicamente a população e destruindo a economia local.
A pesquisa, em suas conclusões, pede ao governo dos EUA reavalie o programa de uso desses equipamentos, que vem se expandindo nos últimos dois anos em países como Somália, Iêmen e Paquistão.
Os bombardeios vêm sendo questionados nos tribunais por diversas organizações, como a Reprieve, que luta contra os ataques de aviões não tripulados em tribunais britânicos, paquistaneses e americanos.
As chamadas ações “cirúrgicas” foram inauguradas na Guerra do Iraque, a primeira, comandada pelo presidente Bush, o pai. Fazem parte de um extenso estoque de meios de intervenção dos países imperialistas nos países menos desenvolvidos para a garantia de seus interesses, como a espionagem, a sabotagem, os assassinatos políticos e outros mais.
São um triste corolário de uma escalada de desespero do sistema capitalista apoiado pelos Estados mais fortes, que não suporta o convívio com as lutas dos povos por sua autodeterminação e por justiça social.
Os bombardeios partem do princípio de que todos os cidadãos de países pobres são suspeitos de serem “terroristas”, ao mesmo tempo em que impõem o medo como forma última de dominação.
Os bombardeios têm que cessar. Merecem o total repúdio e exigem a denúncia e a mobilização militante de todos os que lutam por liberdade e justiça.