Cem mil indonésios cruzarão os braços



O jornal Jakarta Post noticiou hoje que cerca de cem mil trabalhadores de 27 distritos industriais vão cruzar os braços em protesto, principalmente, contra a terceirização de postos de trabalho com salários mais aviltados, além de reivindicarem o aumento do salário mínimo e a garantia de seguro saúde.

A Indonésia seguiu uma trajetória de industrialização capitalista tardia, e se insere no mercado internacional a partir de exportações de bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos, e não duráveis, como calçados, produzidos em seu território por empresas transnacionais que pagam salários baixos e impõem longas jornadas de trabalho a seus empregados.

O país foi governado, por muitos anos e até recentemente, por uma ditadura militar que, além de manter forte repressão interna, expandiu pela força o domínio do país sobre outros povos, como no caso do Timor Leste, e hoje passa por um momento semelhante ao brasileiro, não estando imune à crise, mas sem apresentar taxas de desemprego elevado e com uma crescente “nova classe média” surgida a partir do crescimento econômico observado nos últimos anos.

Essa greve reflete as contradições do capitalismo e a crescente mobilização dos trabalhadores de muito países asiáticos frente ao elevado grau de exploração a que são submetidos e a sua tomada de consciência imediata frente à crise internacional do capitalismo.