As eleições e seus verdadeiros resultados



O caso mais emblemático, nesse pleito de 2012, talvez seja o do Rio de Janeiro – cidade escolhida como sede das Olimpíadas de 2016 e cujo maior estádio, o Maracanã, será final da Copa de 2014. Os dois fatos, aliás, serviram de propaganda política ao candidato vencedor – financiada principalmente por empreiteiras… – durante a campanha eleitoral.

Com a vitória no primeiro turno, e numa tentativa de legitimar o prefeito reeleito através de uma suposta vitória acachapante, todos os veículos de comunicação estampam em suas manchetes que ele obteve 64,6% dos votos válidos.

O embuste está justamente aí: citam um percentual verdadeiro, porém de difícil compreensão para a maioria da população, desconhecedora da matemática eleitoral e de temas como “sobra de coligação”, “coeficiente eleitoral”, etc. Desconhecimento, aliás, que é marca inequívoca de nossa “democracia” burguesa…

A verdade, porém, é que Paes foi eleito em primeiro turno apesar de não ter nem chegado perto da metade do eleitorado carioca. Como? Observe o eleitorado total (4.719.607), que inclui os que se abstiveram de votar (965.214), e compare com a soma de votos do vencedor (2.097.733), chegando à conclusão de que a verdadeira manchete deveria ser: “Mesmo sendo a escolha de apenas 44% dos eleitores, Paes é reeleito. E ainda querem chamar a isto de democracia?”