O Irã que a mídia não mostra



São mulheres comandando robôs experimentais e praticando esportes, torcidas organizadas assistindo a um jogo de futebol, multidões em plena oração, jovens tocando guitarra. Chama bastante atenção, particularmente, uma imagem de judeus rezando em uma sinagoga (os judeus iranianos são a maior comunidade judaica fora de Israel).

A mídia burguesa, em geral, se refere ao Irã como um país religioso, ortodoxo, governado por um ditador com projeto de construir armas nucleares, um país onde predomina a repressão política. Esta postura tem a clara intenção de demonizar o  regime político iraniano e criar as bases necessárias, junto à opinião pública internacional, para, por meio de boicotes econômicos ou mesmo através de uma agressão armada, impedir que aquele país siga desenvolvendo-se de forma independente dos interesses dos Estados Unidos na região.

O Irã é um país capitalista, seu governo é tutelado por um conselho de líderes religiosos – os Ayatolás – e há, certamente, além das contradições geradas pelo capitalismo, muitos problemas e dificuldades a superar pelos trabalhadores iranianos e que são denunciados e enfrentados por movimentos organizados. Mas a mídia burguesa jamais mencionou os fatos de que o presidente do país e o Congresso Nacional são eleitos pelo voto direto dos cidadãos, de que as mulheres têm pleno direito ao voto e aos direitos civis – há mulheres reitoras de universidades, por exemplo –, de há plena liberdade religiosa, de que o Irã apresenta índices de desenvolvimento social elevados. A mídia não se atreve a fazer, por exemplo uma comparação entre o nível de direitos civis do Irã e o das monarquias absolutistas do Oriente Médio, como a Arábia Saudita, aliada dos EUA, onde sequer se pode votar, onde as mulheres são desprovidas de direitos de cidadania plena, mesmo aqueles limitados da democracia burguesa.

Confia as imagens nesse link: http://www.theatlantic.com/infocus/2012/01/a-view-inside-iran/100219/