Palestina: Reconhecimento da ONU é importante vitória política



A favor, foram computados 138 votos, e houve 41 abstenções. Votaram contra a decisão EUA, Canadá, República Tcheca, Palau, Nauru, Micronésia, Ilhas Marshall e Panamá.

O reconhecimento foi comemorado em toda a Palestina. Para o Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, esta é a “única chance de salvar a solução dos dois Estados”.

Abbas lembrou, ainda, que a operação realizada pelo Exército de Israel contra a faixa de Gaza, há duas semanas, é um “doloroso lembrete” de que a solução de dois Estados é “uma escolha muito difícil, se não impossível”.

As condições atuais são realmente difíceis, pois a ocupação israelense reduziu sobremaneira as áreas palestinas, deixando-as cercadas por muros e, em muitos casos, desprovidas até mesmo de fontes de água e sujeitas a uma política de opressão militar por parte de Israel.

Líderes palestinos apontam para a solução de se ter, na região, um Estado único, laico, onde judeus, árabes e pessoas de outras origens possam conviver em paz. Mas essa solução não agrada aos interesses dos EUA na região (que mantêm forte apoio financeiro e militar a Israel) e à burguesia árabe e israelense, que se beneficiam com a exploração da força de trabalho árabe / palestina.

O reconhecimento da Palestina como Estado observador, pela ONU, não resolverá, por si, a questão. Mas é, sem dúvida, um fato importante, que revela a oposição da maioria dos países ao atual Estado de coisas na Palestina. Esta resolução pode fazer com que as negociações para a paz entre os povos avancem de fato, abrindo caminho para uma solução superior, como a da criação de um Estado único na região.