Cresce inadimplência de brasileiros



O perfil mais freqüentes entre os inadimplentes é dos que têm renda familiar entre R$ 1.376 a 2.200 (a chamada classe C1) e entre R$ 2.201 e R$ 3.825 ((B2). Os que têm estabilidade no emprego também se expõem mais à inadimplência: 50% dos inadimplentes estão no mesmo emprego há mais de 2 anos.

O acesso ao crédito é o grande indutor do endividamento. O cartão de crédito (28,4%),  o cheque especial (12,1%) e a compra de bens (12, 9%) são as principais fontes da dívida, seguidos pelo crédito pessoal (6,2%), a compra de veículos (5,9%) e o financiamento imobiliário (1,5%). O quadro é revelador da demanda da maior parte dos trabalhadores pelo acesso aos bens de consumo que caracterizam o padrão de vida almejado, assim como a tendência daqueles que conseguem emprego, após um período sem renda garantida, de gastar mais do que ganham, no curto prazo, para suprir a falta daqueles bens.

O que os jornais não dizem é que grande parte do problema deve-se á armadilha armada pela política econômica do atual e do último governo, centrada na indução ao consumo pela oferta fácil de crédito. A mídia também não diz uma palavra quanto ao nível baixo dos salários pagos à maioria dos trabalhadores e à enorme precariedade dos empregos  criados nos últimos anos, sem carteira assinada, sem garantias, o que aumenta em muito, certamente, o risco da inadimplência.