Mais privatizações



A receita esperada pelo governo é de cerca de R$ 15,4 bilhões, e a razão alegada para a operação é a melhoria dos serviços. Foram anunciados, ainda, a criação da Infraero Serviços, para prestar serviços especializados, e investimentos de R$ 7,3 bilhões para construir e reformar 270 terminais de pequeno porte.

Galeão e de Confins seguem a trilha da privatização realizada com os terminais de Brasília, Viracopos e Guarulhos. É uma transferência de propriedade para empresas privadas que não investiram um centavo na construção dos terminais.

E, ao que tudo indica, vai se repetir o que ocorreu na grande maioria das privatizações realizadas pelos governos Collor, FHC e Lula: redução das escalas de operação, tarifas mais elevadas, baixo investimento em manutenção e quase nenhum gasto com expansão.

No limite, as concessionárias alegarão que não dispõem de recursos para investir e o Estado será chamado a financiar as obras. Os exemplos do setores elétrico e de transportes confirmam esta tendência.

Este é mais episódio que comprova a interligação direta entre o Estado brasileiro e os interesses privados, que acenam com serviços de luxo para os segmentos de alta renda – como no caso dos serviços de saúde – e deixam à míngua a grande maioria da população, da classe trabalhadora.

Em tempo: aeroviários e aeronautas de todo o país paralisaram o trabalho e realizaram manifestações, hoje, exigindo reajuste salarial de 11,4% (as empresas ofereceram de 1,5 a 6%).