Ivan Pinheiro faz palestra em Maracay, Venezuela
Maracay, 23 de maio de 2013
A América Latina e o Caribe despertam com força descomunal, avançando no novo século, transformada em cenário de uma grande torrente de lutas emancipadoras e antiimperialistas no mundo.
Não é somente a Venezuela, não é a Bolívia, não é o Equador, não é a Nicarágua… é um continente inteiro que busca com novos brios livrar-se dos restos do colonialismo, do neocolonialismo e da recolonização neoliberal que o apartaram do caminho da independência iniciado há mais de 200 anos: um bonito sonho naufragado na ambição dos oligopólios locais e do nascente imperialismo estadunidense, que souberam tomar pela traição e pela força o que com sangue e sacrifício nossos povos e suas lutas emancipadoras haviam alcançado de modo efêmero.
Venezuela: pioneira da nova vaga e a contra-revolução
A Venezuela de Bolívar e Chávez representou o farol e a luz inspiradora de um caminho explorado recentemente pela força de um povo, que desde sua nova e original rebeldia cívico-militar, entendeu que em um continente sob dominação imperial não era possível recuperar sua independência e alcançar sua liberdade plena sem unir vontades com as demais nações oprimidas, caminho para a Pátria Grande libertada e o socialismo redentor em meio às teimosas e perversas agressões imperialistas encabeçadas pelo Norte violento e brutal que nos explora e saqueia.
A Venezuela de Chávez – a que abraça Bolivar, Manuelita Saez Martí, O’Higgins, San Martín, Zapata, Sandino, Betances, Duarte, Che, Caamaño e Fidel – tem sido o dínamo e o fator solidário de uma transcendente e profunda vaga transformadora, o que os pérfidos inimigos de nossos povos não perdoam; confabulando entre si para gerar fascismo, contra-revolução interna e imperial, intervenção do Pentágono e guerra.
A Venezuela revolucionária – que sobrevive com galhardia, como posto-avançado do processo emancipador de nossa América, ao impacto delicado da dolorida morte induzida do comandante Chávez e que promete lealdade ao seu valioso legado – está por essa nobre razão submetida a um novo, agressivo e perigoso plano desestabilizador de caráter imperialista.
Este plano contra-revolucionário, que assume o desconhecimento dos resultados eleitorais desfavoráveis à direita, que nega a legitimidade provada e mundialmente reconhecida do novo governo do PSUV e do Polo Patriótico, que procura subverter as instituições vigentes, merece um rechaço categórico e inequívoco de nossos povos.
Esse plano destabilizador, que se desenvolve a partir da extrema-direita venezuelana e de Washington – acompanhado dos para-militares e de conspiradores, das declarações incitadoras do presidente Obama e seus assessores, do conluio com as forças do belicismo colombiano, das incitações do neofascismo a cargo da lúmpen-burguesia – exibe desde já o rosto genocida e criminoso da subversão anti-democrática, da agressão violenta e da ameaça de guerra; o que merece uma persistente mobilização interna e solidariedade mundial, até que se derrote politicamente essas funestas intenções.
Barrar o retrocesso continental e aprofundar as mudanças
Esse plano, obviamente, transcende as fronteiras venezuelanas e está presente e ativo contra todos os países da ALBA e contra todo o processo da conclusão da segunda independência continental, caminhando lado a lado com outros similares na Ásia, África, Oriente Médio e Europa.
Mas não vamos permitir retrocessos. Contribuiremos para derrotar a contra-revolução portadora de guerra e submissão, onde quer que ela surja; estendendo nossa solidariedade latino-caribenha para as lutas dos povos palestino, sírio, líbio, iraquiano, iraniano, curdo, afegão, basco, grego, espanhol, italiano, norte-africano…
Fazemos uma avaliação esperançosa do quanto avançamos em nossa América desde os dias em que a ALCA pretendia uma vez mais administrar como próprias as nossas riquezas e gerenciar e dirigir a partir da OEA, do FMI, do Banco Mundial, do Pentágono e da CIA… os destinos dos nossos povos.
A constituição da ALBA, PETROCARIBE, MERCOSUL, UNASUL e, mais recentemente, da CELAC, marcaram uma nova rota a ser traçada e que defendemos independentemente dos sacrifícios. O pacto de defesa mútua entre Cuba e Venezuela é uma contribuição qualitativa para a resistência contra a agressão imperialista e a ofensiva libertadora dos povos da região.
Avaliamos positivamente e assumimos sem vacilações a defesa dos processos em que as mudanças revolucionárias, as reformas sociais avançadas e a recuperação da soberania se combinam, convergem ou marcham paralelos, procurando derrotar definitivamente o neoliberalismo, abrindo caminho para as mudanças sociais, políticas e sociais mais profundas.
Sabemos, por experiência, que para consolidar e aprofundar essas mudanças – especialmente em meio desse duro confronto entre reforma e contra-reforma e entre revolução e contra-revolução – não bastam as vitórias eleitorais, mas é imprescindível mobilizar da maneira mais diversa e contundente as forças patrióticas e emancipadoras em cada país e em todo o continente. Só assim se pode defender as conquistas e radicalizar as transformações, e isso é absolutamente certo em um continente permanentemente assediado por um imperialismo associado ao que há de pior e determinado a conter sua decadência com o uso da força.
Dessa intensa e multifacetada batalha devem brotar as energias e os consensos multitudinários que, ao mesmo tempo que aprofundam todos os processos de mudança e expandem os níveis de resistência anti-imperialista em escala nacional e continental, estimulam novos avanços rumo à construção de uma sociedade de novo tipo, que supere a estagnação e as vulnerabilidades desses acidentados processos e possibilitem defender o já conquistado, impedir a marcha ré e assegurar a irreversibilidade através da renovação contínua do apoio e da participação popular.
Assumindo, hoje mais do que nunca, nosso papel e nossa responsabilidade nas lutas continentais, frente aos novos embates contra a Venezuela por parte do imperialismo estadunidense e de seus desprezíveis sócios locais, denunciando suas manobras contra a unidade dos povos latino-caribenhos e assumindo a luta pela paz continental, convocamos a partir deste 23 de maio a todos/as os/as revolucionários a participar ativamente desta Jornada Anti-Imperialista, unindo força e inteligência, desde a crítica contundente a este mundo capitalista em grande crise até a luta consequente pela libertação dos povos, enfrentando o grande inimigo dos povos da América e do mundo.
Nenhum passo atrás; avançar sempre!
UNIDADE, UNIDADE, UNIDADE… DEVE SER NOSSA BANDEIRA!
COM CHÁVEZ NA MEMÓRIA, AOS POVOS A VITÓRIA!
Radio Girardot de Maracay
Presidencia de la Cámara del Consejo Municipal de Girardot, Maracay.
Frente de Trabajadores Alfredo Maneiro, Maracay.
Movimiento Continental Bolivariano-MCB.
JORNADA ANTI-IMPERIALISTA
CHÁVEZ SEMPRE!
Crise mundial e agressões imperialistas: A Venezuela e as lutas emancipadoras na Nossa América.
Maracay, 23 de Março
Painel 1 – Crise Capitalista, EUA, Europa e nossa América-
Professor Jorge Beinstein (Argentina);
Ivan Pinheiro, Secretario Geral do PCB (Brasil)
Painel 2 – Intervencionismo Norte-americano, assegurar e manter a paz no Continente –
Vozes anti-imperialistas ;
Pavel Blanco, Secretario Geral PCM (México)
Painel 3 – Venezuela e nossa América na luta.-
Amílcar Figueroa,
Narciso Isa Conde (Rep. Dominicana), PCV
Proclamação da Declaração Anti-imperialista de Maracay