Pela estatização do transporte público de massas
Não é à toa que as manifestações de Norte a Sul ocorrem quase ao mesmo tempo: em jogada para controlar o índice de inflação, o Palácio do Planalto submeteu às prefeituras ao seu desejo de que os aumentos ocorressem apenas em meados do ano. Foi atendido. Os agentes da Abin que monitoram os manifestantes nas redes sociais, como já foi noticiado na imprensa, podem informar à presidenta que a “culpa” desta “articulação nacional”, portanto, é dela mesma…
A repressão, entretanto, não se limita ao setor de inteligência. Na ponta “operacional”, a covardia e extrema violência policial é regra – seja em São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia, etc. Até mesmo delegado de polícia no rio de janeiro deu declarações à TV de que manifestantes presos não continuariam na delegacia pois a PM não conseguia identificar quem tinha feito o que. Enfim, qualquer transeunte, mesmo aqueles que não participam das manifestações, é vítima do tripé boçal: gás de pimenta, cassetete e camburão. Como asno não entende a linguagem humana, não tente argumentar com a PM nessas situações. Apenas “prepare o lombo”.
Parêntesis: alguém ainda se espanta com o fato de tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, representantes da base governista do PT (Fernando Haddad, Sergio Cabral e Eduardo Paes) avalizarem o uso da força?
E por que lutam os manifestantes? Por um serviço de qualidade e contra os preços absurdos que garantem apenas lucratividade aos empresários do setor, uma verdadeira máfia. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, o aumento percentual da passagem nos últimos 8 anos ficou em 458,3% (de R$ 0,60 em 2004 a R$ 2,75 em 2012), quase o dobro do aumento do salário mínimo (260% – de R$ 260 para R$ 678 no mesmo período).
Por essas e outras é necessário estatizar todo o setor de transporte público no país (nos trens e metrôs o serviço também é péssimo com tarifas ainda mais elevadas, uma aberração já que se tratam dos verdadeiros transportes de massa).