Sobre escravos, “caras de empregada doméstica” e etc…
A histeria coletiva com a chegada dos profissionais cubanos atingiu seu ápice com vaias de sua “classificação” como “escravos” e o fato de uma (infeliz) jornalista ter afirmado que as profissionais cubanas “têm cara de empregada doméstica”.
Pausa para um parêntesis necessário: é essa a mentalidade disseminada socialmente por um governo que faz questão de afirmar que seu projeto maior “é ter um país de classe média”. Taí a “classe média”… A mentalidade advinda do consumismo, da Lei de Gerson, do reforço ao individualismo não poderia gerar coisa melhor.
A declaração da (infeliz) jornalista demonstra que a “Casa Grande” ainda não suporta a inexistência de “senzalas” sobre as quais pisar e tripudiar. E a atitude de “médicos” que vaiam colegas cubanos e até mesmo disseminam a idéia de não atender pacientes que tenham mal atendidos, como no caso do presidente do Conselho regional de Medicina de Minas Gerais, são provas cabais de que o corporativismo mais torpe não pode vicejar nessa e em nenhuma outra profissão.
São escravos da mesquinhez, da torpeza, de um sistema que os brutalizou ao ponto de entoarem o coro “Somos ricos, somos cultos, fora imbecis corruptos!”. Jumentos vestidos de jaleco, ou com microfones à mão.