Novos dados sugerem fim de estímulo do Fed

 

O crescimento no setor de serviços dos Estados Unidos acelerou em agosto para o ritmo mais rápido em quase oito anos, mostrou relatório do instituto ISM.

O índice de serviços subiu para 58,6, maior nível desde dezembro de 2005, ante 56 em julho. A leitura superou com folga as expectativas dos economistas de 55 e ficou acima das projeções mais otimistas. “Os serviços representam aproximadamente 85% da economia, então a expansão contínua do setor é crítica para a continuidade da recuperação da economia em geral”, escreveu o economista Thomas Simons, da Jefferies, em nota a clientes.

Além disso, os empregadores do setor privado abriram 176 mil vagas em agosto, e os novos pedidos de auxílio-desemprego caíram na semana passada para a mínima em quase cinco anos.

Os dados podem ajudar a convencer o Fed de que a maior economia do mundo está pronta para se sustentar por si só, apta a resistirá redução dos US$ 85 bilhões por mês em compras de títulos.

Entretanto, as encomendas de bens industriais recuaram 2,4 % em julho com a maior força em quatro meses, uma indicação preocupante sobre o crescimento no terceiro trimestre.

Embora a economia dos EUA tenha em geral ganhado ímpeto nos últimos meses, a recuperação tem sido irregular, com dados mistos ocasionalmente ofuscando o cenário para a política do Fed.

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Atos previstos em 172 cidades

O Globo

Depois da onda de protestos de julho e julho e em pleno julgamento dos recursos do mensalão, o Brasil chega amanhã ao Dia da Independência com protestos marcados em pelo menos 172 cidades. Batizado de Operação 7 de Setembro, os atos são apoiados por diversos grupos que se dizem ligados ao Anonymous e por organizações como o Brasil Contra a Corrupção.

Nas redes sociais, pelo menos 400 mil pessoas confirmaram presença nos atos. No site que agrega todas as cidades participantes, os organizadores, já estão que afirmam ser “suprapartidários” divulgam as seis pautas j principais da manifestação, escolhidas, segundo eles, numa votação que mobilizou 26 mil eleitores prisão imediata dos envolvidos no mensalão, fim do voto obrigatório, aprovação e cumprimento do Plano Nacional de Educação, redução de deputados e representantes, reforma tributária e aprovação e cumprimento da Lei de Combate à Corrupção.

Nos comentários e postagens de simpatizantes do movimento no Facebook, é possível perceber uma variada gama de posições ideológicas. Enquanto alguns defendem a tática dos black blocs, outros pedem uma “intervenção militar” no país.

A grande diversidade política dos manifestantes fez com que a organização do protesto fosse acusada, ao mesmo tempo, de atender a interesses políticos de esquerda e de direita.

Professor de Ciências Sociais da PUC-Rio, Luiz Werneck Viana, diz acreditar que a exclusão dos jovens dos processos de participação política causa essa dispersão de objetivos e o variado espectro político de reivindicações.

— São pautas complexas e sem foco. Pelo visto, os protestos continuam com a mesma postura das jornadas de junho. As décadas que a juventude ficou marginalizada na política estão cobrando seu preço agora. Os manifestantes lutam por temas anacrônicos e difusos. Tudo isso é sinal de exclusão deles da vida política — afirma.

No Rio, cerca de 18 mil pessoas confirmaram presença no Face-book no protesto, que está marcado para começar às 7h30m na Cinelândia.

No Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública estima uma adesão de 50 mil manifestantes. Além do desfile do Dia da Independência, outra preocupação é com o amistoso entre Brasil e Austrália. O comando da PM do DF avisa que prenderá todos os mascarados. O mesmo ocorrerá em Pernambuco. No Rio, máscaras estão permitidas, mas a PM poderá pedir aos manifestantes que descubram o rosto e se identifiquem. Se o policial quiser, pode encaminhar suspeitos para a delegacia.

— Nós não queremos ver se repetir no DF o que nós temos visto em outras unidades da federação. Vamos agir com rigor para que aquelas pessoas que não querem se divertir sejam detidas. Qualquer um que sair da norma se transforma num contraventor e será preso. Mascarados vão ser detidos — alerta o comandante geral da Polícia Militar do DF, Jooziel de Melo Freire,

— Temos a informação de que, entre manifestantes de bem, pessoas vão se infiltrar para promover atos de vandalismo e violência. Há a informação de que há, inclusive, pessoas vindo de outros estados para cá — diz o secretário de segurança pública, Sandro Avelar.

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BNDES detalha condições para crédito às concessões

O Estado de S. Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem as condições de financiamento para a terceira etapa de concessões de trechos de rodovia federais, que faz parte do Programa de Investimentos em Logística (PIL).

O pacote financeiro não apresenta grandes mudanças em relação ao anunciado no início do ano, em janeiro, quando o leilão de dois trechos de rodovias chegou a ter data marcada, mas foi adiado.

Zero a zero – Anunciado há um ano, o programa de investimentos em logística ainda não teve um leilão sequer. Agora, as privatizações serão retomadas, começando pelos leilões dos trechos da BR-262 (Minas e Espírito Santo) e da BR-050 (Goiás e Minas), marcados para o próximo dia 18.

O custo do financiamento do BNDES será de TJLP (a Taxa de Juros de Longo Prazo, hoje em 5% ao ano) mais 2% ao ano, conforme determinado pelo Ministério da Fazenda no fim de julho.

Os juros são ligeiramente acima do anunciado pelo BNDES em janeiro deste ano, para quando os primeiros leilões de rodovias do PIL – então, dos trechos da BR-040 (de Minas a Brasília) e da BR-116 (Minas e Bahia). Naquela ocasião, o banco trabalhava com custo de TJLP mais 1,5% ao ano.

Fora isso, as condições anunciadas ontem já estavam previstas no pacote informado no início deste ano. É o caso da possibilidade de ter o BNDES como sócio e de ter o mesmo custo (TJLP mais 2%) no empréstimo-ponte.

O empréstimo-ponte é um financiamento emergencial que adianta os recursos enquanto o pedido de empréstimo de longo prazo é analisado.

Por ter vencimento de curto prazo, usualmente tem custo mais elevado.

Segundo o banco de fomento, nas concessões rodoviárias contempladas pelo programa, o empréstimo-ponte terá valor limitado a 30% do financiamento de longo prazo.

Já a participação acionária nas concessionárias exigirá um aporte mínimo de R$ 100 milhões e máximo de até 20% do capital social da benefíciá-lia ou o equivalente a 30% do c ipital próprio (equity) relativo à referida concessão – o que ror menor.

A BNDESPar, empresa de participações do banco, poderá comprar tanto ações quanto títulos conversíveis ou permutáveis em ações das concessionárias. Para isso, a concessionária deverá ser uma sociedade anônima, com sede no Brasil e com controle majoritaria-mente privado.

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Acordo para evitar ações protecionistas deve sair hoje

O Globo

O Brasil liderou um movimento apoiado por Ar­gentina e África do Sul, para evi­tar a renovação de um acordo que bloqueia novas medidas de protecionismo, previsto em ato firmado em 2008 pelos países do G-20. Sem apoio da maioria do grupo, a questão ficou a cargo dos líderes do G-20; e a decisão final deve ser anunciada hoje.

O acordo expiraria em dezem­bro. Mas na reunião do G-20 de 2011, na França, já se acertou a prorrogação para 2016, o que vi­nha reforçando o argumento dos países desenvolvidos, que acu­sam Brasil, Argentina e África do Sul de defender o protecionismo.

O entendimento político, que não tem efeitos jurídicos, tam­bém congela as ações tomadas até a data do acordo. Ou seja, mantém como estão os instru­mentos de proteção dos países ricos à agricultura, uma das mai­ores queixas de Brasil, Argentina e África do Sul. Sem saber se conseguiriam simplesmente suspender o mecanismo, os três países passaram a considerar a ideia de uma prorrogação mais curta. Mas não chegaram a um acordo sobre o novo prazo.

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BC acredita em corte de gastos, mas juro subirá

Correio Braziliense

Depois de muito criticar a gastança patrocinada pelo Ministério da Fazenda, fato que ajudou a inflação a quase sair do controle — neste ano, em nenhum momento, os índices que medem o custo de vida ficaram abaixo de 6% —, o Banco Central baixou o tom das cobranças e, mais uma vez, deu um voto de confiança à promessa do ministro Guido Mantega, de fazer um ajuste fiscal consistente neste ano e em 2014. O risco de o BC se frustrar é grande. Por isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) avisou, em ata divulgada ontem, que a alta da taxa básica de juros (Selic), que passou de 7,25% para 9% ao ano desde abril último, continuará, até ter a certeza de que a carestia está domada. As apostas são pelo menos mais dois aumentos, um de 0,5 ponto percentual, em outubro; outro de 0,25, em novembro.

Segundo o BC, há “condições” para que a política fiscal, até então tachada de “expansionista”, “se desloque para a zona de neutralidade”, ou seja, deixe de contribuir para a elevação dos preços. Até o início deste ano, a autoridade monetária expressava a mesma crença, mas o que se viu foi uma onda de truques fiscais comandados pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, para esconder gastos excessivos, que minaram a confiança na política econômica do país. O estrago causado por essas manobras foi tamanho que, a despeito de o Copom ter subido os juros, a credibilidade não foi retomada. Famílias e empresários continuam com o pé atrás em relação ao compromisso do governo com a estabilidade do país.

Na opinião de especialistas, a ata referente à reunião do Copom em que os juros saltaram de 8,50% para 9% traça um quadro de perigoso otimismo. O BC prevê um “ritmo de atividade doméstica mais intenso neste e no próximo ano”, indica a retomada dos investimentos produtivos e garante a continuidade do avanço do consumo das famílias, favorecido pelas transferências de recursos públicos e pelo vigor do mercado de trabalho, “que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários”.

O Copom destacou ainda que há um mar de oportunidades para o empresariado nacional, como “os programas de concessão de serviços públicos, as permissões para exploração de petróleo, entre outros, (que) criam boas perspectivas para os investimentos e para a produção industrial”.

Retrovisor

Para a economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, essa avaliação reflete unicamente o que vinha ocorrendo no país no segundo trimestre do ano, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,5%. Agora, disse ela, a realidade é outra. “O que vimos na ata (do Copom) foi uma avaliação de retrovisor, e não há hoje como se imaginar um outro bom resultado como ocorreu no primeiro semestre”, cravou.

Na mesma toada, o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, afirmou que viu um BC “muito otimista” com relação à retomada do crescimento interno. Na opinião dele, esse excesso de boa vontade com os números serve, na verdade, a outro propósito: o de preparar terreno para uma eventual interrupção no ciclo de alta nos juros básicos, no momento em que a autoridade monetária se deparar com a realidade mais amarga, principalmente no terceiro trimestre do ano, em que se espera queda de até 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). “Quando vierem os dados ruins, o BC vai falar: bem, o quadro está pior do que a gente previa, então não precisa subir os juros tanto assim.”

Perfeito acredita que o Copom prosseguirá com a elevação da Selic até novembro, quando levará a taxa para 9,75%. Depois, deverá mantê-la inalterada durante todo o ano de 2014. Com isso, se evitaria desgaste político à presidente Dilma Rousseff, que buscará à reeleição ao Palácio do Planalto. Sob condição de anonimato, um importante operador do mercado financeiro disse apostar todas as fichas (e dinheiro) nessa avaliação e cravou: “Neste ano, o BC vai ser técnico para, em 2014, ser político”, disse.

Ser técnico, no jargão econômico, quer dizer seguir a cartilha de alta de juros, com o objetivo de esfriar a economia e, com isso, frear a inflação. Mas nem o próprio BC parece confiar no sucesso dessa estratégia. Tanto que, pelas suas projeções, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), parâmetro oficial para o custo de vida, ficará acima do centro da meta definida pelo governo, de 4,5% ao ano. Na verdade, a inflação deve ficar nesse patamar elevado até pelo menos o segundo trimestre de 2015, o que, nas palavras dos diretores do BC, “subtrai o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias”.

Nesse ambiente, a alta do dólar constitui outro fator de preocupação, pois parte da valorização da moeda será repassada aos consumidores. Mas, na visão dos economistas Ilan Goldfajn e Caio Megale, do Itaú Unibanco, o quadro não é desesperador, e “a alta adicional de juros necessária para (o Copom) equilibrar as pressões inflacionárias não é muito grande”. Isso, é claro, se a Fazenda não trair o BC novamente.

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Empresas ‘X’, de Eike Batista, já são alvo de 32 investigações na CVM

O Estado de S. Paulo

Em meio aos fatos e boatos so­bre a reestruturação do grupo EBX, novas investigações pi­pocam na Comissão de Valo­res Mobiliários (CVM). O nú­mero de processos em curso para analisar potenciais irre­gularidades envolvendo as em­presas X já chega a 32, quase o dobro do que havia há dois me­ses, segundo levantamento da “Broadcast”, serviço em tempo real da “Agência Estado”.

Dois casos, envolvendo OGX e LLX, já ganharam status de processo sancionador. Isso sig­nifica que os “réus” podem ser julgados e punidos com medi­das que vão de multa até a inabi­litação para atuar no mercado.

O mais novo capítulo da in­vestigação é uma acusação for­mal contra cinco diretores da OGX, o controlador Eike Batis­ta e o empresário tunisiano e conselheiro da petroleira Aziz Bem Ammar. Eles podem ir a julgamento por violação ao parágrafo 4o do artigo 157 da Lei das Sociedades Anônimas, que trata do dever de informar.

A lei prevê que o administra­dor de companhia aberta deve de­clarar, ao firmar o termo de pos­se, o número de ações, opções de compra de ações, bônus de subs­crição, debêntures conversíveis em ações que detiver da própria companhia, de controladas ou outras empresas do mesmo gru­po. A autarquia indica que eles descumpriram a obrigação de di­vulgar uma decisão ou fato rele­vante capaz de influenciar na de­cisão de investimento nos pa­péis da companhia.

A lista dos “réus” inclui toda a diretoria executiva da OGX: Luiz Eduardo Carneiro (presi­dente), Reinaldo José Belotti Vargas (diretor de Exploração), Paulo de Tarso Martins Guima­rães (Exploração), Roberto Monteiro (Financeiro e Relações com Investidores) e José Roberto Penna Chaves Faveret Cavalcanti (Jurídico). Eike e Ammar também poderão ser condenados por não denunciar à CVM a omissão do diretor de RI na divulgação de informa­ções relevantes, eventualmen­te constatada.

Responsável pela área de RI, Monteiro é acusado também de infringir o artigo 6o da Instru­ção 358/02, que trata da presta­ção de informações por com pd nhias abertas. A norma preve que os fatos relevantes pocLm

deixar de ser divulgados quan­do os controladores ou a direto­ria avaliarem que sua publica­ção pode prejudicar os interes­ses da empresa. No entanto, a divulgação se torna obrigatória quando a informação “escapar ao controle ou se ocorrer oscila­ção atípica na cotação, preço ou quantidade negociada dos valo­res mobiliários de emissão da companhia”.

LLX. Outro processo sanciona­dor na autarquia corre contra Eike e três diretores da LLX e também apura supostas irregu­laridades em informações pres­tadas (ou omitidas) aos investi­dores. Todos apresentaram à CVM uma proposta de acordo, que ainda está em análise pelo Comitê de Termo de Compro­misso. Se aprovado o acerto, o caso é extinto sem presunção de culpa ou julgamento.

Só o tempo revelará o desfe­cho das três dezenas de investi­gações preliminares iniciadas j até aqui pela área técnica da CVM, mas é muito provável que outros processos cheguem ao estágio de processo sanciona­dor. Hoje a Superintendência de Empresas e a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) – que acompanha a oscilação das ações na Bolsa – têm analistas dedicados exclusivamente a acompanhar a novela X.

 

A CVM recebeu críticas por não ter se antecipado à crise do grupo. O mercado aponta, por exemplo, os comentários de Ei­ke Batista sobre seus negócios no Twitter e o volume de comuni­cados e fatos relevantes excessi­vamente otimistas da petroleira OGX sobre suas descobertas de petróleo. Depois do agravamen­to da crise, a CVM estreitou con­tato com a ANP, que foi convocada a apresentar os dados que embasaram os comunicados de des­coberta de petróleo e a comercialidade de áreas exploratórias.

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