Vazamento de informações preocupa o Fed

 

Alguns operadores de Chicago parecem ter recebido antes da hora a informação de que o Fed manteria os estímulos. Segundo dados avaliados pela CMBC cerca de US$ 600 milhões em ativos foram negociados segundos antes do comunicado  unia grande diferença em relação aos baixos volumes que antecedem decisões do Fed.

O fundador da empresa de análises de mercado Nanex, Eric Hunsader?”foi quem observou o diferente padrão de negociação e alertou a CNEC.

Em comunicado à rede de TV, o Fed disse estar em contato com empresas jornalísticas. “Como geralmente é o caso na divulgação de informações importantes ao mercado, as organizações midiáticas concordam formalmente em não tornar a informação pública até a hora certa da divulgação”, diz a nota. Um porta-voz se recusou a dizer com quais empresas o Fed entrou em contato.

Os bancos dos Estados Unidos devem incorporar as regras mais rígidas de Basileia III nas próximas avaliações sobre a saúde das instituições  financeiras, conhecidas como testes de estresse, disse ontem

O Federal Reserve.

O banco central dos EUA adotou duas regras, uma para bancos com US$50 bilhões ou mais em ativos consolidados, e outra para grupos com ativos de US$ 10 bilhões a US$ 50 bilhões.

O grupo dos bancos maiores  tem de levar em conta Basileia  III nos próximos testes de estresse? que começam em 1.° de outubro? disse o Fed. Para a maioria dos bancos do segundo  grupo há um período de transi: cão de um ano.

As duas regras entram em vigor imediatamente mas ainda podem ser revistas após um período de comentário público. O Fed adotou as regras de Basileia III em julho, dizendo que  os bancos devem usar mais de  seu capital para financiar seus  negócios e torná-los mais robustos, depois da crise de 2007 a  2009.

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Novos leilões serão mais rentáveis, diz Mantega

O Estado de S. Paulo

As próximas rodovias que vão a leilão no Brasil serão as mais rentáveis, com maior tráfego e devem despertar interesse dos investidores estrangeiros, disse ontem, em Nova York, o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Sem demora, vamos oferecer quatro rodovias para leilão.”

Além das rodovias, Mantega disse que o governo está finalizando a modelagem para oferecer ferrovias aos investidores e ressaltou que o dinamismo da economia brasileira nos próximos anos virá desses investimentos em infraestrutura. “Estamos falando de um novo ciclo de expansão da economia de longo prazo”, disse a jornalistas. Como exemplo, ele destacou que cada R$ 1 milhão investido em infraestrutura gera de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões em riqueza nacional.

Mantega, que almoçou ontem com 20 grandes investidores de Wall Street, disse que pôde perceber, pelas perguntas dos presentes no encontro, o interesse em investir no Brasil. Ele disse ainda que teve a chance de explicar alguns pontos que geravam dúvidas.

A grande aposta do governo para destravar os investimentos em infraestrutura no País, o programa de concessões começou de forma truncada. Uma das duas primeiras rodovias do programa, o trecho da BR-262 entre Minas Gerais e o Espírito Santo, simplesmente não atraiu investidores, apesar de ser apresentado como o “filé mignon” do programa. No caso dos aeroportos, o governo reduziu as exigências para Confins, em Minas Gerais, uma forma de atrair mais investidores.

Oportunidade

De qualquer forma, segundo Mantega, o Brasil é hoje no mundo um dos poucos lugares onde é possível ganhar dinheiro com investimento. Ele ressaltou que o governo ainda está aprendendo e aperfeiçoando os modelos de concessão e trabalhando para deixá-los mais interessantes e lucrativos para o setor privado, sem esquecer dos benefícios ao consumidor.

Com os altos investimentos exigidos, Mantega afirmou que o Brasil não tem condições de financiar os projetos sozinhos, por isso a necessidade de parceiros internacionais. O ministro ressaltou que os bancos privados brasileiros têm mostrado interesse em participar dos financiamentos e que as instituições públicas – Caixa, Banco do Brasil e BNDES – vão participar dos projetos, mas em parcerias com seus pares privados.

Os investimentos nesse setor terão em sua estrutura uma parte em financiamento e outra em equity (ações). Mantega disse que a primeira deve ficar entre 60% e 70% de cada projeto, com a parte em ações respondendo pelo resto. “O setor privado vai ter chance de financiar a infraestrutura no Brasil”, afirmou o ministro.

“As regras dos projetos estão claramente definidas. Ocorreram arestas em relação à atratividade de cada um”, disse o ministro, ao responder a um questionamento de um jornalista se os investidores estrangeiros mostraram preocupação com a mudança das regras nos projetos brasileiros. O ministro citou que os primeiros leilões de rodovias precisaram ser adiados porque estavam baseados em estudos antigos, desatualizados e, por isso, precisaram ser revistos. “Pudemos apresentar um modelo de concessão que será bem-sucedido”, afirmou.

Hoje, Mantega participa de um evento para discutir oportunidades de investimento no Brasil, organizado pelo banco Goldman Sachs e pelo Grupo Bandeirantes. Além dele, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, estará presente. A presidente Dilma Rousseff deve fechar o evento.

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Contas externas têm déficit recorde: US$ 5,5 bi

O Globo

O Brasil registrou um déficit em transações correntes (total do que o país recebe do exterior e envia) de US$ 5,505 bilhões em agosto. O resultado, recorde para o mês, contribuiu para o saldo negativo de US$ 57,9 bilhões acumulado de janeiro a agosto. Com isso, só nos oito primeiros meses do ano o déficit externo já supera o total contabilizado em 2012, de US$ 54,2 bilhões. Nos últimos 12 meses, as contas externas estão deficitárias em US$ 80,6 bilhões, o equivalente a 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país).

O dólar alto não impediu que os brasileiros viajassem ao exterior. Em agosto, o gasto lá fora somou US$ 2,2 bilhões, recorde para o mês. No ano, as despesas com viagens atingiram US$ 16,8 bilhões, também a maior cifra já registrada desde o início da série histórica, em 1947. Ontem, o dólar comercial, que abriu em alta, fechou estável, a R$ 2,201, após o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmar que o BC continuará a fazer os leilões diários da divisa.

— Provavelmente, a situação se manteve porque, normalmente, viagens ao exterior são contratadas com dois a três meses de antecedência — disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

Ele afirma que a saída de recursos com os turistas ajudou a ampliar o déficit externo no mês passado, mas ressalta que o resultado se deveu, principalmente, ao comportamento da balança comercial.

Mesmo com a piora nos números do balanço de pagamentos, o BC manteve a projeção de déficit para este ano em US$ 75 bilhões. Mas reduziu de US$ 65 bilhões para US$ 60 bilhões a estimativa de ingresso de investimentos estrangeiros diretos (IED, voltado ao setor produtivo). A projeção para o saldo da balança comercial foi reduzida, de US$ 7 bilhões para US$ 2 bilhões.

Em agosto, o IED somou US$ 3,775 bilhões, ante US$ 5,035 bilhões no mesmo mês de 2012. No acumulado do ano, entraram no país US$ 39,014 bilhões, abaixo dos US$ 43,204 bilhões apurados em igual período do ano passado. Para setembro, a estimativa é de ingresso de US$ 4,8 bilhões em investimentos diretos. Este mês, prevê o BC, as contas externas devem ter déficit de US$ 1,3 bilhão.

Setembro tem fluxo negativo

O total de recursos que deixaram o país este mês, até o dia 20, superou os ingressos em US$ 3,260 bilhões, informou o BC. No ano, o Brasil tem déficit de cerca de US$ 1 bilhão. Neste mês, o saldo negativo teve como fator determinante as operações de comércio exterior, com déficit de US$ 4,561 bilhões. O mesmo raciocínio vale para o déficit acumulado no ano. As exportações somaram US$ 8,997 bilhões e as importações atingiram US$ 13,558 bilhões. Na conta financeira, as compras totalizaram US$ 31,363 bilhões e as vendas, US$ 30,062 bilhões. Com isso, houve superávit de US$ 1,301 bilhão.

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BC chinês injeta US$ 14,4 bilhões e acalma mercados

O Estado de S. Paulo

O banco central da China fez ontem sua maior injeção diária de fundos em sete meses, aliviando os temores de um aperto de crédito no fim do trimestre como o que afetou os mercados globais no fim de junho.

O BC chinês injetou ontem 88 bilhões de iuanes (US$ 14,4 bilhões) nos mercados de dinheiro por meio de operações de recompra reversa de títulos de seis diasl Foi a maior injeção em um dia desde a semana antes do feriado do Festival da Primavera, em fevereiro.

“A ação do banco central acalmou o humor das pessoas, O mercado melhorou em comparação com ontem”, disse um trader de Xangai.

A taxa de juros que os bancos cobram um do outro por empréstimos overnight caiu, atingindo 3,64% numa média ponderada, ante 3,87% no fechamento de segunda-feira.

Os bancos chineses costumam acumular dinheiro perto do fim do trimestre para cumprir medidas regulatórias e financiar pagamentos de produtos relacionado à administração de riqueza. Isso contribuiu para uma alta nos juros no fim de junho, quando a taxa referencial de sete dias atingiu 30% para alguns negócios.

O principal órgão de planejamento econômico da China, a Comissão Nacional de Desenvolvimento  e Reforma (NDRC), informou ontem que deve apoiar ofertas de bônus de empresas que participam de projeto de renovação de áreas habitacionais degradadas. A medida. é parte de uma plano mais a amplo para garantir crescimento econômico estável As empresas que fazem parte de projetos de melhoria das moradias de pessoas de baixa renda recebem tratamento preferencial nas aprovações de bônus, disse a Comissão em comunicado publicado em seu site.

A China usou um programa de “miniestímulo” de gastos do governo combinado com incentivos fiscais e redução da burocracia para ajudar a garantir que o crescimento econômico atinja a meta de 7,5% neste ano. O  governo tem. dado prioridade a  áreas cruciais, como transporte  municipal e renovação de áreas habitacionais.

“A comissão vai acelerar e simplificar o processo de solicitação e aprovação (de bônus), a fim de fazer um maior uso de  fundos corporativos e, assim, promover o crescimento econômico estável e a reestruturação econômica”, afirmou a NDRC em comunicado.

A renovação da habitação de pessoas com baixa renda também é parte importante da aceleração da urbanização – outra meta do governo a longo prazo. O órgão de planejamento econômico também disse que vai incentivar os governos municipais e regionais a subsidiarem os juros às empresas que emitem títulos para esses projetos.

O pacto vai obrigar os bancos a manter cerca de três vezes mais capital de alta qualidade do que o exigido. A Comissão acrescentou que haverá limites para o tamanho das emissões de títulos – e que eles não poderão exceder 70% do custo do projeto.

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EUA e Irã reforçam tom conciliatório

O Estado de S. Paulo

Na Assembleia-Geral das Nações Unidas, Obama e Rohani defendem diálogo para superar discórdia sobre programa nuclear iraniano, mas aguardado encontro em NY entre os dois não ocorre; presidentes mantiveram parte das críticas e ameaças mútuas

Embora não tenham concretizaram ontem o que seria o primeiro aperto de mão entre líderes dos EUA e do Irã desde 1979, os presidentes Barack Obama e Hassan Rohani usaram a Assembleia-Geral da ONU para reforçar o tom conciliatório e defender o retorno do diálogo sobre o programa nuclear de Teerã.

“Estamos encorajados pelo fato de que o presidente Rohani recebeu do povo iraniano um mandato para perseguir um curso mais moderado”, declarou Obama na manhã de ontem, em discurso de 40 minutos realizado logo depois do pronunciamento da brasileira Dilma Rousseff. À tarde, o iraniano disse estar preparado para conversações com prazo definido e objetivos concretos em torno do desenvolvimento nuclear de seu país e reafirmou que o programa atômico tem fins pacíficos.

“Armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã e contradizem nossas convicções religiosas e éticas fundamentais”, declarou Rohani na salão provisório montado pela ONU para o encontro. O plenário da Assembleia-Geral está fechado para reformas.

Apesar do tom mais moderado, ambos os presidentes mantiveram ameaças e críticas tradicionais mútuas. Obama afirmou que está pronto para usar todos instrumentos – incluindo a força militar – para defender os interesses dos EUA na região, entre os quais um Irã sem armas nucleares ocupa lugar proeminente.

Rohani atacou o intervencionismo e o militarismo americano, que estariam na origem dos problemas do Oriente Médio. Também afirmou que o Irã não representa nenhuma ameaça para o mundo e criticou as sanções econômicas impostas pelos EUA na tentativa de forçar Teerã a abandonar seu programa nuclear. “As sanções violam direitos humanos inalienáveis”, declarou o iraniano.

O bloqueio internacional fez as exportações de petróleo caírem de 2,4 milhões de barris/dia há dois anos para 1 milhão de barris/dia atualmente. Eleito em junho, o novo presidente iraniano substituiu Mahmoud Alimadinejad, que negava o holocausto e tinha uma posição de confronto com os EUA Nos últimos dias, ele surpreendeu o mundo com a libertação de 91 presos políticos e gestos como cumprimentar os judeus pela celebração do Ano Novo.

Em razão de declarações anteriores de Rohani favoráveis a um acordo, Obama lembrou ter determinado que o secretário de Estado, John Kerry, inicie negociações com seu colega iraniano, Mohamed Javad Zarif. Ambos se reunião amanhã, 110 primeiro encontro de chanceleres dos dois países em seis anos.

Ressaltando que os EUA e o Irã cortaram relações na Revolução Islâmica de 1979, Obama observou que as diferenças não poderão ser superadas da noite para o dia. “As desconfianças são profundas”, ressaltou.

“Os iranianos se queixam de uma história de interferência dos EUA em seus assuntos internos e do papel da América na derrubada do governo iraniano durante da Guerra Fria”, lembrou. Obama disse que, do outro lado, iranianos fizeram reféns na embaixada americana e mataram civis dos EUA e ameaçaram “nosso aliado” Israel.

“Desde que assumi a presidência, deixei claro – em cartas ao líder supremo (Ali Khamenei) e mais recentemente ao presidente Rohani – que os EUA preferem resolver nossas preocupações de maneira pacífica, mas estamos determinados a impedir que eles desenvolvam armas nucleares”, resumiu o presidente americano.

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Chefe do Cade omitiu vínculo com denunciante de cartel

O Estado de S. Paulo

O presidente do Conselho de Defesa do Consumidor (Cade), Vinícius Marques de Carvalho, omitiu em ao menos quatro currículos oficiais ter sido chefe de gabinete do deputado estadual Simão Pedro (PT) entre 2003 e 2004. Simão Pedro é responsável desde 2010 por representações que apontavam suspeitas de formação de cartel, superfaturamento e pagamento de propina em contratos do Metrô de SP e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O caso, denunciado pela Siemens, chegou ao Cade em 2012, ano em que Carvalho assumiu o comando do conselho. Integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) afirmam que o Cade deixou vazar informações com motivações políticas.

O presidente do Conselho Ad­ministrativo de Defesa Econô­mica (CADE), Vinícius Marques de Carvalho, omitiu em ao menos quatro currículos oficiais ter trabalhado para o deputado estadual Simão Pe­dro (PT), responsável por re­presentações que apontavam suspeitas de formação de car­tel, superfaturamento e paga­mento de propina envolven­do contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Documento da Assembleia Legislativa paulista registra a passagem de Carvalho pela che­fia de gabinete de Simão Pedro entre 19 de março de 2003 e 29 de janeiro de 2004. O vínculo não consta de nenhum currícu­lo oficial apresentado por ele desde 2008, quando passou a ocupar cargos no conselho. A omissão ocorreu, inclusive, quando ele viabilizou sua indicação à presidência do Cade pelo Senado em 2012. “Foi prova­velmente um lapso”, disse ao Estado o presidente do Cade.

O Cade, órgão que regula a concorrência empresarial no País, fechou em maio deste ano um acordo de leniência com a Siemens, empresa alemã deten­tora de uma série de contratos com o governo paulista nas últi­mas décadas. Nesse acordo de leniência – em que a empresa assume irregularidades para amenizar sanções futuras a Siemens confessou a existência do cartel e disse que ele atuou nas gestões tucanas no Estado entre os anos de 1998 e 2008.

Assim que o conteúdo do acordo veio à tona, em julho deste ano, integrantes do governo Geraldo Alckmin (PSDB) acusaram o órgão federal de vazar informações de forma seletiva motivado por questões políticas.

Simão Pedro, que hoje ocupa o cargo de secretário de Serviços da gestão Fernando Haddad (PT) na capital paulista, afirmou que se trata de uma coincidência o fato de o caso Siemens, denunciado inicialmente por seu gabinete, emergir no Cade após seu antigo assessor ter assumido a presidência do órgão.

Em um documento enviado ao Senado pela então ministra da Casa Civil Erenice Guerra, em 2010, por exemplo, Carvalho lista suas “atividades profissionais” de fevereiro de 2002 a janeiro de 2003 e, na sequência, as de fevereiro de 2005 a feverei­ro de 2006. Há um hiato justa­mente no período em que atuou para o deputado petista. Na ocasião, Carvalho era conse­lheiro do Gade e estava sendo reconduzido ao cargo. O currí­culo é detalhado, com nove pági­nas, elenca oito “atividades pro­fissionais”, mas silencia sobre a passagem pelo gabinete de Simão Pedro. Em 2012, a ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, também encaminhou o currícu­lo de Carvalho ao Senado. Ela apresentava seu nome para a presidência do Cade por quatro anos. A relação de “atividades profissionais” não mencionou, igualmente, sua passagem pela Assembleia Legislativa.

Os senadores aprovam as in­dicações para cargos públicos com base em sabatina e no currí­culo que recebem da Casa Civil. A única menção ao trabalho na Assembleia consta de documen­to enviado ao Senado em 2008, na primeira indicação de Carva­lho para o conselho. Na ocasião,

; ele informou que foi chefe de gabinete na Assembleia, sem ci­tar o deputado estadual petista.

Os dois históricos profissio­nais do site do Cade também omitem que Carvalho traba­lhou para Simão Pedro.

O deputado apresentou ver­balmente suspeitas de irregula­ridades nos contratos de trens ao Ministério Público paulista em 2010. A representação pe­dindo investigação foi protocolada meses depois, em fevereiro de 2011. Nela, o deputado men­cionava carta de um ex-executivo da multinacional enviada à ombudsman da companhia, de­talhando as irregularidades.

Em junho e dezembro de 2012 Simão Pedro fez mais de­núncias ao Ministério Público apontando suspeitas na reforma de 96 trens das linhas 1 e 3 do Metrô, nas quais a Siemens atuou. Naquele mesmo ano, Carvalho assumia a presidência do Cade. “Esse negócio da Sie­mens entrou no radar do Cade em 2012. Até chegar ao acordo de leniência, levou um tempo”, disse o presidente do órgão.

“Alento”

A autodelação foi oficializada, enfim, em maio deste ano, o que detonou o escânda­lo. Nas palavras de Simão Pedro, foi “alento”,já que as inves­tigações não andavam 110 Minis­tério Público paulista. “Para mi­nha sorte, (0 caso) foi ao Cade, O Ministério Público sempre me disse que as provas que eu apresentei não eram suficien­tes para apresentar uma denún­cia”, disse o deputado.

Após o acordo de leniência vir à tona, o Ministério Público rea­tivou 45 ações civis e abriu uma ação criminal para apurar as lici­tações dos governos tucanos e as suspeitas de pagamento de propina a agentes públicos.

 

O deputado estadual nega ter mantido contato com Carvalho durante seu período no Cade, Já Carvalho diz não aceitar “acusa­ção de politização da investiga­ção do cartel”. “8e a empresa vem ao Cade, como o órgão po­de ser acusado de estar politizan­do?”, disse em 17 de agosto, nu­ma reação às acusações dos inte­grantes do governo tucano se­gundo as quais o órgão estaria vazando informações de forma seletiva para atingir o PSDB.

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