Comunidade Mapuche inicia processo de retomada de territórios ancestrais

Os índios mapuches de Huañaco Millao, na Comunidade de Ercilla, Departamento de Temuco, na região de Araucania, iniciaram, no ultimo sábado, 09 de agosto, a ocupação, de forma pacífica, dos prédios San Manuel e San Jose de Pailahu que, atualmente, pertencem a empresas madeireiras. Na sexta-feira, 08, por meio de um comunicado público, os indígenas informaram que reiniciariam o processo de retomada de seus territórios. Eles alegam que as terras em questão são de propriedade da comunidade mapuche, pois pertenciam aos seus ancestrais.

Os moradores de Huañaco Millao assinalam que 50 famílias mapuches não têm condições dignas para viverem, pois não possuem um espaço para o desenvolvimento da vida em comunidade como seus ancestrais e pedem que o território seja restituído, bem como que os presos políticos que militam em prol da questão indígena mapuche sejam libertados.

Os mapuches declaram que a decisão de recuperar suas terras é definitiva e pedem que o governo chileno não use a força policial para contê-los. Informam ainda que a ocupação é pacifica e que estão abertos ao diálogo. Eles afirmam que querem apenas que o direito sobre suas terras ancestrais sejam respeitados pelo governo e pelos madeireiros.

Desde junho último, cerca de 40 índios mapuches, de Ranquilco, Comunidade de Collipulli, também estão acampados em um prédio particular de uma empresa madeireira para mobilizar o governo e os empresários a devolverem suas terras, mas, até o momento, nenhum diálogo foi mantido com o governo.

A luta mapuche é antiga, tem origem em 1892 quando o exército chileno começou a ocupar os territórios das comunidades mapuches à época. Em maio deste ano, presos políticos mapuches , detidos com base na Lei Antiterrorista, ficaram 39 dias em greve de fome para sensibilizarem o governo sobre suas demandas por liberdade e restituição do território ancestral. Em meados de julho último, os presos políticos fizeram nova greve de fome e, atualmente, tentam novo acordo com governo.

Para mais informações sobre a ocupação mapuche acesse: http://meli.mapuches.org