HONDURAS: Berta Cáceres, líder indígena de Honduras, foi assassinada
3 de março de 2016 – A líder indígena trabalhava pela comunidade indígena de Honduras.
Desconhecidos entraram no interior de sua casa na madrugada desta quinta-feira e tiraram sua vida.
A coordenadora do Conselho de Povos Indígenas de Honduras (COPINH), Berta Cáceres, foi assassinada na madrugada desta quinta-feira por desconhecidos.
A correspondente da teleSUR em Honduras, Gilda Silvestruci, confirmou que a líder hondurenha foi assassinada à 01H00, hora local, no interior de sua casa, localizada em La Esperanza, departamento de Intibucá, no sudoeste do país.
Segundo fontes locais, os assassinos esperavam que ela dormisse para forçar as portas de sua casa e mata-la. Na ação, o irmão de Cáceres também ficou ferido.
Silvestrucci lamentou o ocorrido e manifestou que, após estabelecer comunicação com seus companheiros, informaram que tinham chegado funcionários da polícia na casa.
“Existe muita confusão daqueles que estavam dentro da casa e, agora, as autoridades iniciam as investigações”, disse a jornalista.
Na semana passada, ofereceu uma coletiva de imprensa na qual denunciou que quatro dirigentes de sua comunidade foram assassinados e alguns receberam ameaças.
Cáceres lutou contra a privatização do Rio Gualcarque.
A líder indígena organizou a comunidade lenca contra a construção de um projeto hidroelétrico do Banco Mundial na região noroeste de Honduras.
A líder indígena hondurenha, Berta Cáceres, assassinada nesta quinta-feira, foi a principal promotora de uma campanha contra a construção de uma represa hidroelétrica no Rio Gualcarque, lugar sagrado para a etnia lenca.
Sua luta permitiu que recebesse o Prêmio Goldman de Meio Ambiente, reconhecimento máximo, em escala mundial, para defensores do meio ambiente, apesar das constantes ameaças de agressão e morte que eran feitas contra sua pessoa, familiares e amigos.
Cáceres conseguiu que a maior construtora de represas em escala mundial, Sinohydro, desistisse de sua participação no processo devido à resistência das comunidades indígenas ao projeto.
Dita empresa também contava com a participação da Corporación Financiera Internacional, instituição do Banco Mundial que tinha estipulado um forte investimento econômico para a construção no Rio Gualcarque.
Cáceres comentou na BBC que a aprovação desse projeto “significava a remoção e impede que a comunidade desenvolva suas atividades agrícolas. Não só se privatiza o rio, mas também vários quilômetros ao seu redor”.
Perigo
De acordo com um informe da organização não governamental Global Witness, com sede em Londres, Honduras é um dos países mais perigosos do mundo para os defensores dos direitos do meio ambiente, junto com o Peru e o Brasil.
Segundo o documento, entre os anos de 2002 e 2014 foram registrados um total de 111 assassinatos vinculados a pessoas defensoras do meio ambiente.
A Global Witness questionou que líderes internacionais se reúnam para discutir sobre a mudança climática, enquanto os defensores do meio ambiente são assassinados de forma impune e sem cobertura midiática.
Fonte original: TELESUR
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2016/03/03/honduras-asesinan-a-berta-caceres-lider-indigena-de-honduras/
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)