A primeira grande vitória do povo egípcio
Após o tirano Benali ser “derrubado” pela classe trabalhadora, pela juventude e pelo povo tunisiano, agora, foi a vez do tirano Mubarak “cair”. Quem será o próximo amanhã, em ambos os lados do Mediterrâneo?
O PRCF congratula-se com a vitória do povo egípcio, que pagou com sangue para que o primeiro passo em direção à liberdade fosse dado. Felicitamos os comunistas e os militantes do movimento operário egípcios que estão à frente das greves e protestos, apesar da ilegalidade declarada pelo o regime de Mubarak, apoiado pelas “democracias ocidentais”, com os EUA e Sarko-Land à frente, que haviam condenado, sem dúvida, em nome do “anti-totalitarismo”. É bom notar o constrangimento dos líderes da extrema-direita que lidera Israel, e Sarkozy que, em vez de saudar o povo egípcio, prefere saudar a “decisão corajosa” do seu amigo Mubarak …
Ninguém pode esquecer que o regime de Mubarak não foi apenas um regime despótico, mas totalmente subserviente ao imperialismo dos EUA, às transnacionais, defensor das piores desigualdades sociais, um traidor da causa palestina e da revolução anti-imperialista dirigida por Nasser nos anos 50, uma revolução traída por Sadat e depois por Mubarak.
Ninguém pode esquecer que os palestinos na Faixa de Gaza estão famintos e sofrem bloqueios, não só pelo Estado predatório de Israel, mas pelo governo egípcio com o total apoio de seu exército.
Naturalmente, nós não somos enganados pela manobra de Obama que, depois de tanto tempo apoiando o tirano, esperava a sua saída a fim de preservar o essencial: a dominação imperialista do Egito, a “aliança” entre o governo egípcio e o Estado de Israel para trair o povo palestino, mantendo o mundo árabe no sistema capitalista.E não temos dúvida de que a parte mais avançada do povo egípcio verá claramente estas manobras destinadas a privá-lo de sua revolução popular em marcha; a partida de Mubarak é apenas o primeiro ato. Sim, é bom que o povo egípcio tenha sido capaz de usar as contradições no seio da classe dominante, incluindo as contradições entre o regime e os seu guardião americano para obter a liberdade: todos a favor do movimento insurgente, a classe trabalhadora egípcia, principalmente nos principais portos do Delta entrou em greve para exigir, não só as liberdades democráticas, mas o direito ao trabalho, salários mais elevados, redução acentuada das desigualdades de classe. Em suma, mais uma vez, aqueles que negavam a existência da luta de classes estão desiludidos, pois a classe operária não se contenta com promessas vagas, ela procura ter um papel central nesta revolução, que será do povo. Mais do que nunca, o povo da França pode orgulhar-se do que está acontecendo em todo o Mediterrâneo e é uma derrota direta para Alliot-Marie e outros Fillon, que eram “unha e carne” com esses regimes podres e sangrentos.
Para todos os povos, inclusive o nosso, que teve a sorte de se deixar dormir na quinta-feira pelo monólogo de um “presidente da República”” que se isola cada vez mais, inclusive de alguns setores do aparelho do Estado, e que não tem mais nada a “propor” que o total desmantelamento da nação francesa, de suas liberdades democráticas e as suas conquistas sociais. Para todos os trabalhadores da França, que lutaram no outono, a lição é clara: este não é um compromisso a la Chérèque com um poder fascista que conduz à vitória, é a luta, especialmente a luta de classes levada até o fim!
Para todos os povos do mundo, surge a pergunta agora: o momento em que termina a era das contra-revoluções que deu início ao reacionário desmantelamento da URSS e do campo socialista, o tempo das revoluções vai superar isso? As pessoas estão prontas para a luta. Resta aos militantes revolucionários e aos verdadeiros comunistas em todo o mundo se unirem em ação, em nível nacional como internacional, para garantir que a primavera dos povos árabes remeta á ordem do dia para todos os povos a frase imortal de Robespierre presente na primeira constituição republicana da França: “Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é para o povo e para qualquer parte do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais essencial dos deveres”. “