O PROBLEMA PALESTINO E A SOLIDARIEDADE DA ESQUERDA A LUTA DO POVO HEROICO DA PALESTINA

O PROBLEMA PALESTINO E A SOLIDARIEDADE DA ESQUERDA A LUTA DO POVO HEROICO DA PALESTINA

NICÓSIA – CHIPRE 25-26 DE FEVEREIRO DE 2011

Documento Conjunto em Solidariedade ao Povo Palestino

RECONHECIMENTO DO ESTADO PALESTINO AGORA

FIM IMEDIATO DA OCUPAÇÃO ISRAELENSE

O Encontro Internacional sobre “O Problema Palestino e a Solidariedade da Esquerda à luta do povo heróico Palestino”, ocorrido nos dias 25 e 26 de Fevereiro de 2011, em Nicósa, Chipre, organizado pelo AKEL, com a participação de partidos comunistas e de esquerda e das organizações de libertação listadas abaixo, condena os contínuos crimes cometidos contra o povo Palestino, solicita o fim imediato da ocupação Israelense na Palestina e pede o reconhecimento do estado Palestino nas fronteiras vigentes em 04 de Junho de 1967.

Conversas entre Palestina e Israel estão em um impasse completo devido à política intransigente Israelense de perpetuação da ocupação e destruição de qualquer possibilidade de estabelecimento de um Estado Palestino independente, soberano e viável. A agressão Israelense e a política intransigente estão sendo toleradas e apoiadas pelos Estados Unidos e pela cumplicidade da União Européia e, em particular, por um certo número de instituições e estados-membros da UE. O novo dogma da OTAN, adotado em Lisboa, consiste em aprimorar a aliança de agressividade; conseqüentemente, ela se tornará ainda mais perigoso para os povos na região e do mundo.

Quarenta anos depois da ocupação da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e da Faixa de Gaza, Israel, violando a lei internacional, segue implantando suas políticas expansionistas, continuando a criar novas ocupações, colonizando Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, expulsando Palestinos, demolindo casas Palestinas, roubando as terras, a água e os recursos que pertencem ao povo Palestino. Uma política que remete à limpeza étnica.

Quase sete anos depois da opinião indicativa da Corte Internacional de Justiça ter declarado que a construção do muro da vergonha construído por Israel é contrária à Lei Internacional, Israel continua fortificando o muro, dilacerando a terra e a sociedade Palestinas, deixando as cidades e vilas Palestinas sem terra e água, dividindo comunidades, separando os fazendeiros de suas terras, os pacientes dos hospitais e as crianças de suas escolas.

Dois anos depois da guerra Israelense em Gaza, em Dezembro de 2008, que resultou na morte de mais de 1350 cidadãos, milhares de civis inocentes feridos, incluindo mulheres, crianças e idosos, destruiu lares, propriedades e a infraestrutura que continua em ruínas, a tragédia humana permanece. Os residentes de Gaza ainda estão privados de muitas coisas básicas e serviços. O ataque Israelense em Gaza é, na realidade, uma agressão contra todo o povo Palestino. Quase cinco anos depois do cerco à Gaza, apesar do ligeiro abrandamento havido, mais de um milhão de Palestinos continuam a viver em condições de uma prisão a céu aberto.

Os ataques diários do exército de ocupação Israelense contra a população Palestina desarmada, defendendo sua terra e o direito de liberdade e de ter um Estado, causam vítimas diariamente, o que se constitui em um derramamento de sangue constante e crimes de guerra silenciados, principalmente, pela imprensa internacional.

Em vista do que foi exposto acima, os representantes dos Partidos e organizações participantes consideram que essas políticas e fatos fecham todas as portas e oportunidades para uma solução justa e abrangente do problema Palestino no Oriente Médio num todo.

Baseado nisso, os signatários desejam declarar o seguinte:

1) Reafirmamos nosso apoio e solidariedade ao povo Palestino na sua luta para reconquistar sua legitimidade e seus direitos nacionais inalienáveis, incluindo o direito de auto-determinação e o estabelecimento de um estado independente e soberano, de acordo com as referências do dia 4 de Junho de 1967, com Al-Quds (Jerusalém Oriental) como sua capital, assim como o direito de retorno para todos os refugiados Palestinos, conforme a Resolução 194 da ONU;

2) Exigimos o fim imediato da ocupação Israelense em todas as terras Palestinas e Árabes, incluindo as Colinas de Golã da Síria e as Fazendas Shebaa do Líbano, que estão, ilegalmente, sob controle Israelense desde 1967; chamamos a comunidade internacional a proceder com o reconhecimento de um estado Palestino independente nos conforme as referências de 1967, com a implementação das resoluções da ONU;

3) Condenamos o caráter racista do movimento Sionista e seus planos e atrocidades contra o povo Palestino e expressamos nosso apoio total ao direito de resistência dos Palestinos contra a ocupação;

4) Condenamos a política intransigente de Israel vis-à-vis às conversações e á contínua criação de fatos consumados, principalmente no que diz respeito à política de ocupação que resultou em um impasse sobre o qual Israel é inteiramente responsável;

5) Condenamos o apoio das forças imperialistas a Israel, que encoraja a continuação e a escalada de suas políticas criminosas. Usar o direito de veto dos EUA no Conselho de Segurança no que diz respeito às ocupações Israelenses é um exemplo recente desse apoio das forças imperialistas a Israel; também condenamos as forças políticas que estão diminuindo as distâncias entre a vítima e o algoz através da aceitação, ou até mesmo do apoio, da política agressiva de Israel;

6) Exigimos o levantamento completo e imediato do cerco a Gaza, a reabertura das fronteiras, a abertura da passagem de Rafah com o Egito, a rápida reconstrução de tudo aquilo que foi danificado ou destruído por essa agressão injustificável de responsabilidade Israelense; o relatório Goldstone e as recomendações que consideram Israel responsável pelos crimes de guerra e possíveis crimes contra a humanidade deve ser implementado e a impunidade Israelense deve ser parada; o Oriente Médio, Gaza e Jerusalém Oriental são parte do futuro estado Palestino e nenhuma divisão entre eles tornaria inviável ou inaceitável o estado Palestino;

7) Condenamos veementemente a construção perpetuada do muro racista, assim como dos assentamentos coloniais na Cisjordânia ocupada que violam todas as resoluções relevantes da ONU e constituem uma violação flagrante da Lei Internacional. Exigimos a remoção imediata do muro e de todos os assentamentos;

8) Exigimos a entrega imediata, sob custódia, de todos os prisioneiros livres na detenção de Israel, incluindo mulheres, crianças, idosos e representantes eleitos;

9) Estendemos nossa solidariedade às forças de resistência na sociedade Israelense e denunciamos as criminosas políticas Israelenses contra os Palestinos e contra a democracia;

10) Nós pedimos a todos os setores do movimento nacional da Palestina para avançarem no diálogo nacional e trabalharem seriamente e de forma responsável para colocar um fim à divisão e restabelecer a unidade nacional Palestina. Esse processo deve ter como objetivo reforçar o papel da Organização de Libertação da Palestina (OLP) como o legítimo e reconhecido representante do povo Palestino e, também, seu status, com base democrática, de portas abertas para todas as forças e organizações Palestinas que desejarem se unir a ela. A respeito disso, damos boas vindas ao anúncio de eleições Presidencial, legislativa e locais à frente da possível declaração de estado Palestino;

11) Declaramos nossa decisão de ser parte vital da campanha internacional de apoio ao objetivo de reconhecimento internacional do estado Palestino. Neste quadro, até Setembro de 2011 devemos proceder com as seguintes iniciativas concretas:

(a) Levar adiante uma campanha internacional para aumentar as assinaturas de apoio ao objetivo de reconhecimento internacional do estado Palestino, entre as fronteiras de 1967;

(b) Depois, uma coordenação com o grupo GUE-NGL para organizar um encontro no Parlamento Europeu com o objetivo de levantar a questão do reconhecimento internacional do estado Palestino;

(c) Organizar uma visita internacional de solidariedade à Cisjordânia no qual o objetivo principal também será o esforço pelo reconhecimento internacional do estado Palestino;

(d) Empreender diversas outras iniciativas de níveis nacional e internacional, pelas partes individuais, no quadro político acima.

Lista de partidos e organizações que assinaram este documento – 26 de Fevereiro de 2011:

 

N

Pais

Partido

1

Brasil

Partido Comunista Brasileiro

2

Brasil

Partido Comunista do Brasil

3

Chipre

AKEL

4

Dinamarca

Partido Comunista na Dinamarca

5

Dinamarca

Aliança Vermelho Verde

6

Georgia

Partido Comunista Unificado da Geórgia

7

Alemanha

Partido Comunista Alemão (DKP)

8

Grécia

Esquerda Democrática

9

Grécia

Partido Comunista da Grécia (KKE)

10

Hungria

Partido dos Trabalhadores Comunistas Húngaros

11

India

Partido Comunista

12

Irã

Partido Tudeh

13

Iraque

Partido Comunista Iraquiano

14

Irlanda

Partido Comunista da Irlanda

15

Israel

Partido Comunista de Israel

16

Itália

Comunistas Italianos

17

Luxemburgo

Partido Comunista de Luxemburgo

18

Malta

Partido Comunista de Malta

19

México

Comunistas Mexicanos

20

Marrocos

Partido do Progresso e do Socialismo

21

Holanda

Novo Partido Comunista da Holanda

22

Paquistão

Partido Comunista do Paquistão

23

Palestina

Partido dos Povos Palestinos

24

Palestina

Partido Comunista da Palestina

25

Rússia

Partido Comunista da Federação Russa

26

Sudão

Partido Comunista Sudanês

27

Suécia

Partido Comunista da Suécia

28

Tunísia

Movimento Ettajdid

29

Turquia

Partido Comunista Turco

30

Reino Unido

Novo Partido Comunista da Grã-Bretanha

Fonte original: http://www.solidnet.org/index.php/cyprus-akel/1368-akel-akel-cyprus-joint-statement-on-solidarity-with-the-palestinian-people

Traduzido por PCB