EUA querem incluir Caracas em sua ‘agenda de guerra’, diz vice-presidente venezuelano
Opera Mundi – Redação*
Vice de Maduro, Tareck El Aissami é alvo de sanções impostas pelo Departamento de Tesouro dos EUA, que o acusa de ligação com narcotráfico; ‘não há uma só prova’ de tais alegações, diz Aissami
O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, afirmou neste domingo (26/02) que o governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, pretende colocar seu país em sua “agenda de guerra”, em referência às recentes declarações do presidente norte-americano e de sua administração contra o governo de Nicolás Maduro e às sanções impostas a Aissami pelo Departamento de Tesouro dos EUA.
Em entrevista a um programa de TV na emissora Televen, o vice-presidente venezuelano disse que as acusações dos EUA de que ele estaria vinculado ao narcotráfico são um novo ataque contra o governo e o povo venezuelano, e classificou as acusações como “calúnia e infâmia”.
“Não há uma só prova” das alegações norte-americanas, disse Aissami. “É uma medida arbitrária, ilegal, extraterritorial, que viola todo tipo de direito (…) O OFAC (Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros dos EUA) não emitiu uma só prova e não vai emitir porque não existe prova alguma”, afirmou.
Segundo o vice-presidente venezuelano, as autoridades norte-americanas recolheram os depoimentos de quatro narcotraficantes detidos na Venezuela sob sua gestão quando foi ministro de Interior do país e estão utilizando-os em “uma farsa” para acusar o Estado venezuelano de narcotráfico.
O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, durante entrevista neste domingo (26/02); acusações contra ele são ataques a governo e povo venezuelanos, afirmou
No último dia 13 de fevereiro, o governo dos EUA impôs sanções econômicas a El Aissami por supostamente “desempenhar um papel significativo no tráfico internacional de narcóticos”.
As autoridades norte-americanas explicaram que estas ações são o resultado de “anos de investigação” e afirmaram que não significam uma represália diplomática contra o governo da Venezuela, mas se dirigem a dois indivíduos “exclusivamente”.
Estas sanções congelaram “dezenas de milhões de dólares” nos ativos do vice-presidente venezuelano – e de um empresário acusado de ser seu testa-de-ferro, Samark López – sob jurisdição norte-americana. O Departamento do Tesouro dos EUA, porém, não apresentou provas das acusações contra Aissami.
O vice-presidente venezuelano afirmou que trata-se de “calúnias que se caem por si só”, já que, segundo ele, não possui contas nos EUA nem visto norte-americano. “Nunca tive visto e também nunca o solicitei. Eu não tenho conta nem nos Estados Unidos, nem em nenhum lugar do mundo. Nada”, afirmou.
Trump pediu libertação de Leopoldo López e “presos políticos” na Venezuela
Dias após o governo dos EUA impor as sanções contra Aissami, o presidente norte-americano, Donald Trump, se reuniu com Lilian Tintori, esposa de Leopoldo López, opositor venezuelano condenado a 14 anos de prisão pelos atos violentos durante protestos contra o governo Maduro convocados por ele que acabaram com a morte de 43 pessoas no início de 2014. Na ocasião, Trump pediu a libertação de López, o que foi rejeitado pelo governo Maduro como “intromissão” e “agressão” norte-americana contra a Venezuela.
Na mesma semana, os EUA divulgaram um comunicado pedindo “a imediata libertação” de “presos políticos” na Venezuela, assim como o “respeito do Estado de direito”, “da liberdade de imprensa”, “da separação dos poderes constitucionais” e “da restauração de um processo democrático que reflita a vontade do povo da Venezuela”.
Ilustração: Reprodução Twitter @TareckPSUV
*Com Agência Efe
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