OLHAR COMUNISTA – 10/07/2017

imagemReunião do G-20: manifestações contra o capitalismo e isolamento de Trump

A reunião do chamado G-20, o grupo dos 20 países capitalistas mais desenvolvidos, realizada nessa semana, em Hamburgo, na Alemanha, foi pautada por tentativas de ampliação dos acordos de livre comércio e por uma intensa discussão sobre a questão ambiental. Nas ruas, ocorreram massivas manifestações contra a realização do evento e contra o capitalismo.

Não é por acaso que os líderes se debruçam sobre a questão do meio ambiente, pois todos sabem que há bombas-relógio ambientais já acionadas, como no que diz respeito às mudanças climáticas, causadas pelo aquecimento global e pela aproximação do esgotamento de recursos naturais não renováveis, fatores que podem levar a um estrangulamento da produção em todo o planeta, em futuro não distante. O presidente estadunidense Donald Trump foi o único a não referendar a resolução, aprovada pelos demais 19 líderes, de apoio aos acordos de Paris sobre o clima.

Houve manifestações em que foi utilizada a tática “black-bloc”, com ações violentas e forte repressão policial, assim como passeatas e atos públicos reunindo milhares de manifestantes. Nas duas formas prevaleceu o consenso da constatação de que o capitalismo não irá resolver os problemas e necessidades da grande maioria da população mundial, que, por conta da lógica do sistema e da crise em curso, vive em condições cada vez piores. Também fica claro, para os manifestantes, que o “livre comércio” beneficia apenas os países ricos e as grandes empresas internacionais, trazendo cada vez mais prejuízos aos trabalhadores, na forma de ataques sistemáticos, nos países capitalistas, aos direitos sociais e trabalhistas historicamente conquistados.


USP decide reservar metade de suas vagas nos cursos de graduação para cotas

A medida, votada no Conselho Universitário da instituição, a maior universidade brasileira, que sempre ocupa os primeiros lugares nos sistemas de classificação acadêmica, inclui estudantes que fizeram o ensino médio em escolas públicas, pretos, pardos e indígenas. A medida, já em vigor no sistema federal e, em proporções diferenciadas, nas universidades estaduais, gerou reações contrárias de setores mais conservadores da USP.

Trata-se, sem dúvida, de um passo importante no caminho do combate à exclusão e à desigualdade no sistema universitário brasileiro.


Cresce apoio a ideias de esquerda no Brasil

A pesquisa do Datafolha, divulgada na semana passada, mostrou que, em relação à pesquisa anterior realizada em 2014, hoje, 77% dos entrevistados entendem que a pobreza está associada à falta de oportunidades iguais para todos. A tolerância em relação à homossexualidade cresceu, entre as duas edições da pesquisa, de 64% para 74%, assim como a aceitação de migrantes pobres. A rejeição à pena de morte cresceu de 52 para 54%. Para 74% dos entrevistados, o Estado deve ser o principal responsável por fazer a economia crescer. A pesquisa aponta, ainda, que a maioria rejeita as medidas tomadas pelo governo Temer e entende que o PT não detinha o monopólio da corrupção no Brasil. Há outros itens pesquisados, no entanto, em que posições vistas como conservadores prevalecem, como no tema da legalização das drogas – 80% são contrários, contra 82% em 2014.

As propostas e concepções da direita enfrentam dois grandes inimigos: a realidade objetiva e o debate aberto. Os resultados das políticas neoliberais estão cada vez mais claros, como o desemprego em massa, a retirada dos direitos dos trabalhadores, o desmonte do sistema público de seguridade social e dos programas sociais em geral. O crescimento do debate político, envolvendo cada vez mais grupos sociais, contribui para a destruição de mitos e preconceitos. E pode servir como um instrumento de combate à hegemonia burguesa, desde que os partidos de esquerda e os movimentos sociais continuem mobilizados nas lutas e apontem mais claramente que não há saída possível para os trabalhadores e os setores populares dentro do capitalismo.


O “Mercado” abandonou Temer

Este é o título da matéria publica na coluna de Elio Gaspari, na edição de O Globo de 09 de julho. Segundo o colunista, depois de frustrar-se com a derrota de Aécio Neves, o “Mercado” animou-se com a derrubada, por meio de um golpe, da presidente Dilma e com a posse de Temer na presidência, hoje sob ataque cerrado dos mesmos grupos que o levaram ao poder. Como Temer não conseguiu aprovar as contrarreformas trabalhista e da previdência, o “Mercado” reagiu bem à perspectiva de derrubada de Temer e sua substituição por outro defensor das reformas e, hoje, aposta em Rodrigo Maia.

O “Mercado” é apresentado pelo empresariado e pela direita em geral como um ser que tem vontade própria e pode ter reações emocionais, como os humanos, com uma diferença essencial: é um ser supremo, que não pode ser contrariado ou questionado, um ser que ordena a alocação de recursos econômicos de forma ideal e dirige a sociedade. Essa visão, à medida que o tempo passa e os resultados das políticas liberais aparecem – desemprego, fome, falta de perspectivas, desmonte da seguridade social -, mais demonstra a sua fragilidade e o seu verdadeiro papel, que é o de impedir e mascarar a discussão dos rumos do país, comprovando ainda a incapacidade do sistema capitalista de resolver os problemas e demandas da imensa maioria da população.


Carreta com carros do IBAMA é incendiada no Pará

Uma carreta com oito caminhonetes recém-adquiridas pelo Ibama para a fiscalização de extração ilegal de madeira, na região de Altamira, no Pará, foi incendiada na última sexta-feira, por um grupo de criminosos. O episódio ocorreu próximo à floresta de Jamanxin, onde ocorrem, costumeiramente, crimes ambientais. As polícias Federal e Rodoviária Federal foram acionadas, e as serrarias da área foram bloqueadas, por prevenção.

A extração ilegal de madeira, assim como a criação extensiva de gado na região amazônica são crimes ambientais de grande porte, causadores de desmatamento. São ações promovidas por empresas ilegais, que cometem, também, em geral, outros crimes, como o tráfico de animais e a ocupação, com violência, de territórios indígenas. Trata-se de uma faceta do lado mais cruel e selvagem do capitalismo, que movimenta muitos milhões de reais e que deve ser duramente combatida.