É necessária uma luta popular organizada
“A grande maioria dos trabalhadores, de todas as pessoas, deve declarar isto ao poder do capital: Não acreditamos em nada do que dizeis. Nós nos mobilizamos para travar pequenas e grandes batalhas e finalmente a guerra”, sublinhou Alexa Papariga, dentre outras coisas, no seu discurso pronunciado no quadro de uma dinâmica mobilização de massa do KKE na noite de 25 de Maio na cidade de Larissa.
A secretária-geral do Comité Central do Partido sublinhou que hoje são necessárias lutas populares e operárias mais dinâmicas e melhor organizadas, assim como é preciso alcançar pequenas e grandes vitórias. Mas deve ser claro que devemos conduzir uma luta que levará ao derrube do poder dos monopólios.
Anteriormente, numa entrevista à estação de rádio “Real FM”, Aleka Papariga, respondendo a uma pergunta referente às tentativas a partir de 25 de Maio, em várias cidades gregas, de lançar mobilizações organizadas como aquelas que ocorrem em Espanha, observou:
“Nós, devido à nossa natureza como partido, encaramos sempre com simpatia – e digo-o com toda a sinceridade – as tentativas populares de encontrar um meio de se exprimir. O espontâneo existe sempre e desenvolve-se sobretudo quando existe simultaneamente uma actividade política consciente – o espontâneo nunca opera no vazio”.
“Por outro lado, somos muito prudentes quanto ao facto. Certas explosões sem organização, sem enraizamento nos locais de trabalho, nas indústrias, quer nas privadas quer nas públicas, não têm nenhuma direcção política fundamental. Tememos que não seja senão uma explosão, uma moda que vai passar. Não é algo negativo que jovens, à procura de um meio para se exprimirem, adquiram experiência. Ela será certamente uma experiência. Não adoptamos uma posição hostil a seu respeito. Mas isso deixa-me a impressão de que certos inimigos jurados do movimento apresentam isso como algo de ideal e de importante em oposição à greve. Isto é um erro. Uma das formas de luta, não a única, pela qual o trabalhador pode demonstrar a sua força, é a greve; pois ele deve ultrapassar o seu medo do patrão. É muito mais fácil reunirem-se nas praças das grandes cidades”.
Além disso, num comentário publicado pelo jornal Rizospastis, do KKE, a secretária-geral observou: “Quem tem um interesse particular num movimento com orientações ‘não-partidárias’, quando o adversário dispõe de partidos com uma linha e uma estratégia políticas específicas, nas quais as diversas fracções do capital identificam seu interesse particular?
Sem querer subestimar as intenções de numerosas pessoas que protestam contra a degradação contínua das suas condições de vida, é mais que certo que mobilizações que procuram libertar um sentimento de frustração são muito mais fáceis de manipular e muito mais fáceis de “desinchar”. A publicidade recebida pela iniciativa de ontem (24 de Maio) constitui uma exploração do espírito de resistência, que o sistema político burguês, numa demonstração de força, coloca contra a luta de classe. Deste modo, ele pode intervir para salvar-se, num momento em que a cólera popular aumenta perigosamente e as condições de uma radicalização estão em vias de serem cridas.
O movimento tem uma experiência de tais aventuras, quando dos diversos “fóruns”, em Génova, etc. Ele tem igualmente uma experiência de mobilizações via Internet, tais como aquelas organizadas após os incêndios florestais de 2007 e quatro anos mais tarde, continuando o trabalho da direita, o governo liquida o que resta da terra, do mar e do ar.
Devemos abordar estas pessoas do povo, que se mobilizaram espontaneamente a fim de que elas se alinhem conscientemente na luta de classe. O PAME já o fez, com uma resposta positiva. O inimigo tem uma estratégia, uma organização e um nome. O movimento popular deve fazer a mesma coisa para ganhar a guerra que foi declarada contra si”.
Convém recordar que o PAME efectuou sábado 28 de Maio manifestações em numerosas cidades gregas. A declaração comum do PAME, do PASEVE, do PASY, do MAS e do OGE afirma que: “No quadro do desenvolvimento capitalista, não pode haver futuro nem perspectivas favoráveis ao povo. Os sacrifícios, a que eles apelam que façamos, não terão fim. Não tendes a responsabilidade da crise capitalista. A dívida e o déficit pertencem à plutocracia. Não a reconheçam. Não ao consentimento, nenhum sacrifício; a plutocracia deve pagar pela crise”.
O original encontra-se em solidarite-internationale-pcf.over-blog.net/…
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/grecia/kke_02jun11.html