É Chapa 1: União e Luta!

imagemJornal O Poder Popular nº 31 (edição de abril de 2018)

Eleições do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil em Fortaleza: a necessidade de manter uma categoria em luta

Todas as manhãs, os operários da construção civil recebem a visita, nos canteiros de obra, dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza. Os diretores se concentram às seis da manhã na sede do sindicato, no centro da capital, e dividem-se em equipes, chegando às sete horas em diversos canteiros espalhados pela cidade e região metropolitana. Ao chegar, para desespero dos patrões, a direção sindical é recebida pelos operários no refeitório para uma longa conversa.

Os diretores do sindicato falam sobre a campanha salarial, sobre a importância de estar sindicalizado e vão muito além: reforma trabalhista e da previdência, necessidade de se organizar e consciência de classe são pautas constantes trazidas para os operários. Entretanto, esse é um período em que outras questões são colocadas nos canteiros: as eleições para a direção do sindicato.

A Unidade Classista, corrente sindical do PCB, está compondo com os camaradas do MAIS, corrente interna do PSOL, a chapa 1: União e Luta. Unidade essa que vem de muito tempo, nas lutas, na categoria e no Bloco de Esquerda Socialista. Infelizmente, o PSTU não compôs a chapa, quebrando a unidade, ao compor sozinho a chapa 3. Enquanto isso, um setor que rompeu com a direção sindical há alguns anos, se intitulando “grupo É nós”, construiu a chapa 2, com um discurso atrasado, falando nos canteiros que o sindicato não precisa de luta, mas sim de clube, assistência médica, etc. Apesar de criticar a presença dos partidos no sindicato, a chapa 2 é apoiada por setores da CUT.

Diante da conjuntura em que estamos, essa é uma eleição sindical muito importante, pois definirá o futuro de luta da categoria, que está no olho do furacão: é uma categoria que está na base da escala de exploração, onde a patronal tem muito interesse em que o sindicato tenha uma direção pelega, com um discurso contra as lutas, como tem feito a chapa 2. A situação atual exige unidade para resistir diante dos ataques da burguesia, sem ações isoladas, sectarismo, hegemonismo ou práticas excludentes, como temos constantemente criticado a posição do PSTU em diversos momentos.

O dia a dia do período eleitoral não tem sido diferente dos demais momentos do sindicato: os diretores vão aos canteiros pela manhã, durante o almoço e no fim do expediente, sempre colhendo as críticas dos trabalhadores com relação à precária estrutura de segurança das obras, a pressão dos patrões e problemas na alimentação. Com a reforma trabalhista, o futuro da categoria está em xeque, pois, ao atingir o sindicato, atinge em cheio o movimento operário.

Enquanto alguns andam dizendo que o sindicato está ocupado demais com luta e não traz nenhum resultado concreto para a categoria (uma visão, por sinal, totalmente equivocada do papel do sindicato, ao dizer que o combate à exploração não traz resultado, querendo trocar a luta por um clube de lazer), os camaradas da Unidade Classista e do MAIS estão comprometidos em manter o sindicato na tradição do enfrentamento aos ataques promovidos pelos patrões, para impedir novas derrotas que atinjam a categoria e o conjunto dos trabalhadores brasileiros.

A saída para os operários da construção civil e para todos aqueles que vendem sua força de trabalho para a burguesia é intensificar as mobilizações para barrar os ataques aos nossos direitos e, desta forma, avançar na construção do Poder Popular. Isto somente será possível se tivermos sindicatos comprometidos com as batalhas operárias e com a ruptura desse sistema de exploração que é o capitalismo. União e luta!

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