Por que lembramos dos 200 anos de Marx?
Coordenação Nacional da UJC
No dia 5 de maio, comemoramos os 200 anos do nascimento de Karl Marx, revolucionário alemão fundador do socialismo científico.
Marx foi responsável pelo desenvolvimento do materialismo histórico, uma teoria social que explica o funcionamento da sociedade a partir de suas relações de trabalho. Foi essa teoria que permitiu, pela primeira vez, a compreensão científica sobre o funcionamento da sociedade capitalista. Foi ela também que apresentou como caminho para sua superação a luta revolucionária dos trabalhadores, com o objetivo de acabar com a exploração do trabalho.
Marx sabia o tamanho dessa tarefa. Sabia que ela jamais se realizaria pela obra de um pequeno grupo de revolucionários iluminados, mas pelas mãos dos próprios trabalhadores. Por isso, muito mais do que apenas se dedicar aos estudos sobre o capitalismo, Marx dedicou toda sua vida à organização do proletariado. Associou-se a suas organizações e foi fundador e dirigente da Associação Internacional dos Trabalhadores, primeira organização internacional dedicada à organizar a luta mundial dos trabalhadores contra o capital.
200 anos depois de seu nascimento, Marx continua vivo. Em todos os países do mundo, de maneira mais ou menos consciente, os trabalhadores e a juventude bebem da sua contribuição para compreender sua dura realidade e a necessidade da revolução e do comunismo, organizando seus instrumentos de luta para transformar o mundo.
Para a juventude trabalhadora brasileira, a obra de Marx é valiosa para compreender nossos principais problemas. Ela nos ajuda e enxergar por que tantos de nós estamos desempregados, por que quando conseguimos um trabalho recebemos menos pelo mesmo serviço, por que o Estado nos mata nas favelas e periferias, por que nossos bairros são abandonados pelos governos enquanto prédios gigantes se erguem ao nosso redor, por que o ônibus de cada dia é tão caro e funciona tão mal, por que entrar nas universidades ainda é um sonho distante pra nossos iguais e, quando conseguimos, tantas vezes somos expulsos delas.
A obra de Marx nos ajuda a enxergar como todos esses problemas estão relacionados e são frutos de um mesmo problema: nosso mundo é o mundo do lucro sobre a vida, nosso sofrimento enche o bolso de alguém. Cada bala atirada, cada casa derrubada pra virar um prédio aumenta a conta de um acionista anônimo que não faz nada além de direcionar seu capital por trás de uma tela de computador.
Mas quem atira e morre quase sempre é da nossa cor. Os operários que constroem os prédios, também são da nossa classe. Eles também não vão morar lá. Passarão meses construindo e, no fim de cada dia, retornarão a suas casas, do outro lado da cidade, recebendo pouco e pagando muito pra uma empresa de ônibus, até a hora de suas casas também seres destruídas. Enquanto isso, o acionista lucra, bebe um vinho fino e chama de vagabundas as famílias que foram despejadas de um bairro e tiveram que ocupar um prédio abandonado. Sua construtora também tinha interesse naquele terreno.
Não queremos viver nesse mundo.
Estudamos e divulgamos o marxismo para outros jovens trabalhadores compreenderem sua realidade e nos organizamos em uma juventude marxista-leninista para transformá-la. Temos a certeza de que um mundo melhor é possível e de que vale a pena lutar por ele. Esse mundo é o fim da linha do acionista, porque agora os operários não trabalharão mais para seu lucro, mas para suprir as necessidades de trabalhadores como eles e como todos nós. Nós mesmos diremos o que vamos construir e como queremos construir.
O mundo que queremos é o mundo da vida sobre o lucro, com toda a riqueza que a humanidade criou servindo à coletividade, e não a lucros privados. Por isso tudo, nesse 5 de maio lembramos de Marx e de sua gigante contribuição para os trabalhadores de todo o mundo. Sua luta foi pela construção desse mundo novo, do comunismo, e a geração de jovens brasileiros, da qual fazemos parte, pouco a pouco desperta a consciência para a necessidade dessa tarefa.
Karl Marx, presente!
“Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?” (Rosa Luxemburgo)