PC da Bélgica se retira do Partido da Esquerda Europeia
O Partido Comunista da Bélgica decidiu, em seu último Congresso, realizado recentemente, se retirar do Partido da Esquerda Europeia – PEE – um partido-frente formado por organizações de esquerda. A decisão se deu por voto secreto e foi referendada por 83% dos delegados.
Entre as principais razões apresentadas para a decisão estão a a hostilidade mostrada pelo PEE em relação às experiências de construção socialista no século XX – o chamado “Socialismo Real”, que, para os belgas, proporcionou inúmeras conquistas à classe trabalhadora dos países socialistas e era uma “relação de poder que foi favorável aos trabalhadores como um todo”. Com o seu colapso, para os comunistas belgas, abriram-se as portas para a globalização capitalista.
O PEE foi caracterizado pelos comunistas belgas como “um clube de discussão, elitista e tecnocrático”, que não considerou a sua reivindicação de caracterizar a situação na Ucrânia como um verdadeiro golpe de estado fascista e tampouco concordou com a proposição de saída da OTAN e de sua dissolução. Por fim, a recente visita de um representante do Partido da Esquerda Europeia a um dos assentamentos israelenses perto da Faixa de Gaza, onde ele plantou árvores como parte da cooperação com a organização sionista “Keren Kayemet” (Fundo Nacional Judaico), conhecida por sua grande responsabilidade na política de limpeza étnica contra os palestinos, foi outro fato decisivo para a saída dos comunistas belgas do PEE.