Solidariedade ao companheiro Achille Lollo
Achille Lollo nasceu em 1950. Salvatore Lollo, seu pai, comunista italiano e resistente, prisioneiro nos campos de concentração e de trabalho fascista, participou da guerra de libertação na Iugoslávia.
Em abril de 1973, aos 23 anos, Achille Lollo e outros dois companheiros da organização Potere Operaio (Poder Operário) foram acusados de ação contra dirigente neofascista que resultou em duas mortes, reconhecidas pela Justiça como não intencionais. O caso foi e segue sendo explorado pela imprensa de direita e neofascista italiana.
Achille Lollo passou dois anos em prisão preventiva e, em liberdade condicional, em 1975, refugiou-se em Angola, onde prosseguiu sua militância internacionalista, colaborando ativamente com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), com a Organização do Povo do Sudoeste African (SWAPO) e com o Congresso Nacional Africano (ANC). Participou da organização da imprensa escrita e radiofônica do Estado e do Exército revolucionário angolano. Em 1980, acompanhou como correspondente de guerra os combates contra a invasão sul-africana do país.
Durante os dez anos em que trabalhou em Angola, foi duramente assediado por instituições do Estado italiano e por dirigentes neofascistas, sob as mais diversas e estapafúrdias acusações.
Achille Lollo jamais negou a responsabilidade pelas consequências inesperadas do ato no qual participou, negando-se sempre ao “arrependimento” (“pentitismo”) de suas convicções de comunista internacionalista, que lhe garantiria o fim da perseguição que golpeou a ele e consequentemente a sua família.
Em 1986, casado com cidadã luso-angolana, com quatro filhos, transferiu-se para o Brasil, onde trabalhou inicialmente como professor de italiano. Militando no PT (Força Socialista), em junho de 2004, participou da fundação do PSOL. No Rio de Janeiro, de 2004 a 2010, dirigiu três prestigiosas revistas de esquerda – Nação Brasil, Conjuntura Internacional e Crítica Social – e produziu múltiplos documentários sobre as lutas sociais na América Latina, com destaque para a Colômbia e a Venezuela.
No Brasil, seguiu o assédio que conhecera em Angola. Em 1994, esteve preso, por quase um ano, na Polícia Federal do Rio de Janeiro, devido às perseguições das autoridades italianas.
Em janeiro de 2005, prescreveu a pena de dezoito anos de prisão a que fora condenado, mantendo-se milionária pena de ressarcimento econômico – um milhão de euros – que lhe impede de possuir qualquer bem.
Em 2010, com problemas de saúde, retornou à Itália, dedicando-se profissionalmente à agricultura ecológica, atividade comprometida pela pandemia. Seguiu escrevendo sobre a situação internacional para publicações de esquerda, sobretudo do Brasil e da Itália.
Atualmente, Achille Lollo, hospitalizado, conhece uma grave deterioração de suas condições de saúde, que lhe impede, no melhor dos casos, de retornar ao trabalho, por diversos meses. O que nos leva a propor um pequeno esforço de solidariedade para com o companheiro.
Conta:
Florence Carboni – CPF – 766 893 447 – 20
Banrisul, 041, Agência 0100, C.C. 08.281515.0.2
Comissão de solidariedade ao Aquille Lolo no Brasil (Plínio de Arruda Sampaio Jr., Virgínia Fontes, Milton Temer, Milton Pinheiro, Marcelo Badaró, Ivan Pinheiro, Mario Maestri, Florence Carboni, Ricardo Antunes, Renato Cinco, Sofia Manzano, Caio Navarro Toledo).