A Semana no Olhar Comunista – 0031

 


Em entrevista à imprensa, André propõe que o Pnuma – o Programa da ONU para o Meioambiente, hoje um organismo de estudos – tenha autoridade para tomar decisões. No encontro, um grupo de celebridades “notáveis” entregará aos chefes de Estado um documento com recomendações em temas como segurança alimentar, crise econômica energia, oceanos, erradicação da pobreza e outros.

Os desafios são enormes, pois vivemos um período em que os combustíveis fósseis, que têm sido a base principal fonte de energia o funcionamento da indústria, dos transportes, da vida em sociedade em geral, estão em fase terminal, em que recursos naturais como o chumbo e outros metais estão a poucos anos de esgotarem-se, se mantidos os níveis atuais de consumo, em que a poluição do ar, o desmatamento e outros fatores vêm agravando cada vez mais o chamado “efeito estufa”, causando o aquecimento do planeta e diversas alterações no clima, entre muitos outros problemas que vêm se agravando.

O quadro de crise econômica internacional traz impactos negativos para a esfera ambiental, pois os governos não querem gastar com medidas de controle, mitigação de problemas e muito menos em investimentos no setor, pressionados pelas grandes empresas que mais se preocupam em salvar-se ou aproveitar a crise para pagar menos e lucrar mais. Na esfera política internacional o fato se repete, a exemplo do ocorrido no encontro de Copenhagem, onde apenas declarações de intenções foram aprovadas. Mesmo o mercado de créditos de carbono, criado nos marcos do Protocolo de Quioto, apresenta uma forte baixa, estando a própria continuidade do Protocolo ameaçada.

O embaixador André aponta para a necessidade de redução do consumo das camadas médias dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, visto que é consenso entre os estudiosos que os atuais padrões são insustentáveis ambientalmente. Mas a questão de fundo é que o sistema capitalista desenvolve-se, em seu modo de acumulação atual, a partir da produção, em grande volume, de bens de consumo duráveis e não duráveis, numa proporção tão elevada que medidas de mitigação do problema – como um carro que consome menos combustível – tenham efeito irrisório. Mesmo os serviços, em geral, são intensivos em consumo de energia e materiais. Os países imperialistas seguem com suas ações políticas e militares para assegurar, apara si, reservas estratégicas de petróleo e outros insumos. No Brasil, discute-se uma proposta de Código Florestal que anistia desmatadores…

Declarações de boas intenções não resolvem. É preciso que esta conferência possa servir de tambor para as vozes que trazem propostas de solução de fundo para a questão ambiental, que passam, necessariamente, pela superação do capitalismo em si.

 


Crise econômica pode atingir o Brasil

A queda na cotação do dólar, facilitando os gastos no exterior e as importações, é um dos fatores que vêm preocupando o governo brasileiro. Importações em alta desestimulam a produção interna, gerando desemprego. Entre as medidas anunciadas para tentar reverter a situação, o governo aumentará as tarifas de importação de diversos produtos, a redução das taxas de juros, a redução de impostos como o IPI para diversos produtos e o fortalecimento do BNDES.

 


Elio Gaspari e a construção naval brasileira hoje

O colunista Elio Gaspari, de O Globo, atacou, em matéria publicada no dia 11 de março, a retomada da construção naval no Brasil, ocorrida a partir do início da última década por conta, principalmente, do boom da produção de petróleo no mar, no Brasil, que requer navios especializados, plataformas e equipamentos diversos. Com investimentos privados de diversas empresas, em sua maioria estrangeira, o setor expandiu-se e emprega, hoje, mais de 45 mil trabalhadores.

Gaspari critica duramente a opção da Petrobrás de privilegiar as encomendas no Brasil, mesmo pagando um pouco mais pelas embarcações. Para ele, os esforços feitos nos governos JK e nos governos militares de criar uma base industrial no setor naval, no Brasil, foi uma opção errada, como é errada, para ele, a idéia de privilegiar compras no Brasil. Citando números da década de 70, Gaspari denuncia desmandos e desvios nos programas e na gestão do estado, na época, e é enfático quando se coloca contra qualquer medida de proteção e incentivo à indústria nacional, pois, dessa forma, são pagos preços superiores aos preços cobrados por estaleiros de outros países.

É fato que, principalmente nos governos militares, houve muitos desmandos e desvios que resultaram em benefícios para a burguesia, principalmente, na área naval, no segmentos dos construtores, às custas de financiamento fácil e barato, reservas de encomendas e outras benesses então oferecidas, num modelo altamente concentrador de renda e gerador de miséria. É fato também que muitas ações do governo de hoje soam mal, como os financiamentos oferecidos pelo BNDES a empresas estrangeiras e as obras milionárias de novos estaleiros, garantidas com reserva de encomendas da Petrobrás, com aval do governo federal.

O que o colunista não vê ou não quer ver é que a “livre concorrência” deste setor e de muitos outros setores no mercado internacional leva à desindustrialização, leva o país à condição de exportador de produtos agrícolas e minérios, leva ao desemprego. Ele se esquece de mencionar, ainda, que foi com medidas de proteção e estímulo à indústria nacional, foi com a presença direta do Estado na economia que a grande maioria dos países hoje desenvolvidos cresceu, como nos casos mais recentes da Coréia do Sul, de Cingapura e da própria China. Se o governo atual erra, é exatamente porque tenta puxar o desenvolvimento do país com base no capital privado, erra porque concede privilégios aos capitalistas, com destaques para os banqueiros, erra porque não promove a distribuição da renda e os direitos sociais. Esse é o grande salto a ser dado, Gaspari, não o contrário.

 


Ministério Público quer apurar “crimes permanentes”

Procuradores da República que compõem o grupo de trabalho “Justiça na Transição” investigarão crimes como ocultação de cadáveres, resultados de ações como sequestro e desaparecimento de pessoas por organismos de repressão ocorridas durante a ditadura militar. Os responsáveis pelas ações, ao se negarem a declarar o paradeiro dos corpos, incorrem em crime de ocultação, vigentes até hoje.

 


A ação do estado capitalista: manifestantes ocupam sede da CHESF em Pernambuco

Cerca de 1.500 militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens ocuparam, no dia 13 de março, a sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco, para exigir garantias de direitos para as famílias atingidas pela construção de represas na região, onde mais de 200.000 famílias forma removidas nas últimas décadas, muitas das quais não conseguiram refazer suas vidas.

Esta é uma forma de ação comum nos Estado capitalistas, onde as ações, mesmo de empresas estatais, voltam-se para os interesses da burguesia, onde os direitos civis são desiguais, onde a expulsão de trabalhadores feita em geral com violência e sem qualquer reparação ou compensação é a tônica. Todo o apoio aos atingidos!!

 


EUA, Europa e Japão vão à OMC contra a China por causa de “terras raras”

A China, que responde por 97% da produção mundial dos chamados “metais de terras raras”, essenciais para a produção produtos eletrônicos e outras aplicações, está sendo acionada junto à Organização Mundial de Comércio para que levante as restrições que vem impondo às exportações de terras raras e outras matérias primas.

A ação é um ataque à soberania da China e pode levar a medidas semelhantes contra outros países que queiram salvaguardar reservas de recursos não renováveis escassos e estratégicos da sanha do mercado mundial capitalista.

Em tempo: o Brasil detém a maior reserva mundial de terras raras.

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