Venezuela: NÃO ao bloqueio imperialista!

imagemA ingerência imperialista dos Estados Unidos e seus aliados sobre a Venezuela tem tentado minar a soberania e o direito de autodeterminação do povo venezuelano, de diferentes e criminosas formas, desde o bloqueio econômico até o embate ideológico e ações militares.

Ressalte-se que o bloqueio econômico serve como tentativa de curvar o povo venezuelano aos interesses econômicos da burguesia estadunidense, e não cessa mesmo em tempos de pandemia, mostrando às claras que, para alguns , os lucros estão acima das vidas. Apesar disso, porém, na Venezuela a pandemia vem sendo encarada de maneira séria e responsável, e o país apresenta números positivos em comparação com outros países da região – como é o caso do Brasil.

Com o bloqueio, a indústria venezuelana vem sendo cada ano mais comprometida e, com vistas a remediar a situação, Venezuela e Irã – país que também sofre sanções estadunidenses – estabeleceram uma cooperação bilateral, da qual já resultou o envio à Venezuela de combustível, de produtos químicos e de insumos médicos.

Mas não é só na frente econômica que os Estados Unidos operam para atacar a Venezuela. São recorrentes as tentativas de golpe e de atentados contra o governo democraticamente eleito de Nicolás Maduro: desde ataques por drones com explosivos, em 2018; passando por um deputado da oposição que se autoproclamou presidente da Venezuela, com apoio dos Estados Unidos e de seus lacaios; até a última tentativa de invasão de um grupo paramilitar interceptada por pescadores socialistas, na fronteira com a Colômbia, no dia 3 de maio: a Operação Gedeón.

Perceberemos que não é por acaso que a Operação Gedeón se tenha tentado realizar na fronteira da Venezuela com a Colômbia, se considerarmos a subserviência do governo de Iván Duque ao governo de Donald Trump. Em maio, foi anunciado que neste mês de junho seria enviado um contingente de militares das Brigadas de Assistência às Forças de Segurança dos Estados Unidos, supostamente para combater o narcotráfico na Colômbia. Essa medida, no entanto, além de ilegítima e inconstitucional, claramente representa uma ameaça à paz e à estabilidade no continente.

Reforça ainda a tensão no continente o comunicado do Ministério das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, que determinava a expulsão de todos os diplomatas venezuelanos do Brasil. Embora o STF tenha suspendido a decisão, esta suspensão se fundamentou no contexto de pandemia que estamos vivendo, não na soberania e no direito de autodeterminação do povo venezuelano. Embora também seja legítima a preocupação com a saúde dos diplomatas venezuelanos no Brasil, sabemos que a ameaça dessa expulsão ainda paira no ar, e mais: um grupo de venezuelanos residentes no Brasil realizou atos pedindo a expulsão desses mesmos diplomatas. É de se considerar, também, a invasão à embaixada venezuelana em Brasília, por parte de grupos alinhados à extrema-direita bolsonarista, em novembro do ano passado.

E há ainda a investida no campo ideológico. Para citarmos apenas o Brasil, são de se rechaçar as covardes, vis e desonestas comparações, na imprensa burguesa, de Hugo Chávez ou Nicolás Maduro a Jair Bolsonaro, numa tentativa de colocar esquerda e extrema-direita num mesmo saco; e a propagação de mentiras e distorções sobre a Venezuela.

Considerando os elementos expostos, a legitimidade do governo de Nicolás Maduro, a soberania e o direito de autodeterminação do povo venezuelano, a ilegitimidade das investidas imperialistas sobre o país e ameaça à paz no continente, vimos manifestar nosso repúdio à ingerência imperialista na Venezuela e sua solidariedade ao povo venezuelano nesse grave momento.

#ImperialistasManosFueraDeVenezuela

#PorLaPazContinental

Comitê de Solidariedade aos Povos e pelo Socialismo (Ceará)