A crise e a luta da classe trabalhadora
NOTA POLÍTICA DO FÓRUM SINDICAL E POPULAR DE LUTA POR DIREITOS E LIBERDADES DEMOCRÁTICAS
A crise brasileira se aprofunda, o país volta a ser impactado pela fome diante do término do auxílio emergencial e do aumento do desemprego, que já alcançou patamares absurdos e encontra-se entre 14% e 22%, a depender da metodologia utilizada na pesquisa.
A inflação para os pobres é duas vezes maior do que para os ricos, gerando uma carestia de grande impacto na cesta básica; o gigantesco número de mortes e contaminações provocadas pela pandemia e o fracasso da campanha nacional de vacinação, por irresponsabilidade do governo federal, consolidam-se como tragédia com circunstâncias de crime contra a humanidade, com destaque para o caso de Manaus.
A crise da indústria interna, com o fechamento da Ford e de outras fábricas, além das altas semanais de preços dos diversos derivados de petróleo, são outros exemplos da catástrofe diária em que vivemos.
A miséria brasileira é o projeto que se afirmou com a disputa entre as frações das classes dominantes no bloco do poder e no balcão das oportunidades que o governo de extrema direita abriu através da lógica neoliberal.
Neste momento, tudo aquilo que é de interesse dos trabalhadores e do povo pobre está sendo atacado. A natureza da crise brasileira é tão forte que a burguesia quer destruir os serviços públicos e acena para uma reforma que busca retirar dos servidores públicos a estabilidade para que voltemos aos velhos tempos do coronelismo.
As universidades e institutos federais estão sendo atacados em seus recursos e na sua autonomia; o SUS, que poderia ser um grande agente de enfrentamento à COVID 19, vem sendo desarticulado pela ação criminosa do governo; a ciência brasileira está sendo destruída pela lógica obscurantista e negacionista do governo federal; as políticas de acompanhamento e reparação social desapareceram da ação do governo, e o Brasil tornou-se uma imensa carteira de negócios privados.
Para enfrentar o governo do agitador e fascista Jair Bolsonaro e as frações da burguesia por ele representadas, a classe trabalhadora precisa tornar-se protagonista na luta de classes. A movimentação do bloco proletário, popular e de juventude é fundamental para que a correlação de forças seja modificada e, para isso, precisamos unificar milhões de trabalhadores na luta por direitos, serviços públicos de qualidade, defesa das liberdades democráticas, emprego e renda.
A atual conjuntura nos apresenta um cenário difícil e uma correlação de forças institucional amplamente desfavorável, pois tanto as eleições de 2020 quanto as eleições para a presidência das duas câmaras federais foram vencidas pela direita tradicional, pavimentando o caminho para os próximos ataques.
Nesta conjuntura, não existem atalhos, precisamos avançar no combate a Bolsonaro e às classes dominantes, construindo mobilizações a partir do movimento sindical, popular e da juventude na cidade e no campo.
Para construir a contraofensiva, precisamos partir das pautas imediatas, pois somente elas serão capazes de mobilizar a classe. Para isso se faz necessário ampliar a comunicação com o conjunto dos trabalhadores nas ruas e nos locais de trabalho e avançar na construção de fóruns regionais de luta por todo o Brasil.
Não vamos derrotar o governo somente com ações nas redes sociais, temos que retomar as manifestações de rua com os devidos cuidados sanitários, porque só construiremos a contraofensiva e reorganizaremos a classe trabalhadora a partir das lutas.
Nosso calendário:
20 e 21/02 – Final de semana de mobilizações pelo Fora Bolsonaro (carreatas);
03/03 – Dia nacional de luta da classe trabalhadora, em defesa dos serviços públicos, contra a reforma administrativa e as privatizações;
08/03 – Dia Internacional de Luta das Mulheres.
Nossas bandeiras:
– Fora Bolsonaro e Mourão;
– Em defesa da vida, do SUS e da vacinação para todos;
– Em defesa do auxílio emergencial até o fim da pandemia;
– Pela implantação das frentes de trabalho na cidade e no campo;
– Pela revogação da emenda do teto dos gastos, da reforma trabalhista e da previdência;
– Em defesa da educação pública, das empresas públicas e contra a reforma administrativa e as privatizações.
– Pela construção de fóruns regionais e estaduais de luta;
– Pela construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora.