Equador aceita indenizar Petrobras

QUITO. O Equador concordou, na última segunda-feira, em pagar US$ 217 milhões à Petrobras pelos ativos que a companhia estatal brasileira desenvolveu quando operou um dos maiores blocos petrolíferos do país andino. A Petrobras abandonou o Equador em 2010 devido a um desentendimento com o presidente equatoriano, Rafael Correa, nas negociações para mudar o contrato de participação de prestação de serviços. Diante do impasse, a petrolífera brasileira decidiu encerrar sua operação no bloco 18 na floresta equatoriana.

Desde esta época, o governo equatoriano vinha negociando com a petrolífera o montante da liquidação que lhe correspondia, em meio a ameaças da Petrobras de entrar com um processo contra o Estado equatoriano.

Campo passou para as mãos da Petroamazonas

O ministro de Recursos Naturais Não Renováveis do Equador, Wilson Pástor, afirmou durante assinatura de acordos para exploração de três campos para a produção de 15 mil barris diários, que o acordo pode ser concretizado ainda este mês.

– Chegamos a um acordo sobre o montante e a forma de pagamento com a Petrobras que poderá se concretizar nas próximas semanas. Estamos falando de um total de US$ 217 milhões a ser pago em duas quotas anuais – acrescentou o ministro, ao indicar que ainda falta acertar detalhes tributários que não alterariam o acordo entre as partes.

Durante a negociação, o governo equatoriano ofereceu um montante menor à petrolífera brasileira por seus ativos no país. O campo que era operado pela Petrobras passou para as mãos da estatal Petroamazonas.

Com a renegociação dos contratos, há dois anos, o Equador conseguiu aumentar sua renda petrolífera, garantir investimentos das empresas privadas e aumentar a produção, segundo autoridades locais.

 


Bancos ‘aproveitam’ feriado e se calam sobre críticas

O Estado de S. Paulo

A folga pelo Dia do Trabalho foi providencial para os principais executivos dos bancos de varejo do País. Com o feriado, puderam se manter em silêncio após as duras críticas da presidente Dilma Rousseff ao setor em rede nacional de rádio e televisão. Desde que as declarações do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, irritaram o governo, o cuidado com as palavras foi redobrado. Nada indica que o panorama mudará. Como observou um interlocutor dos bancos, o discurso da presidente “foi mais do mesmo, mas em um tom mais alto”. A tendência é de que a reação dos bancos seja inversamente proporcional às ações do governo: pressão pública mais forte provocará mais retração. O governo considera tímida a redução dos juros promovida pelos bancos privados até agora. Por isso, aperta mais o cerco. Os bancos argumentam que os altos índices de inadimplência impedem quedas mais expressivas. Se fizerem isso, poderão ter novas perdas logo à frente. Em última instância, estão dizendo que a celebrada solidez do sistema financeiro nacional pode ser posta em risco.

Quem tem razão? Declarações do presidente do Santander, Marcial Portela, na semana passada podem dar uma pista. O principal executivo do terceiro maior banco privado do País disse que a inadimplência, aqui, é maior do que em todos os outros lugares em que a instituição atua. Em compensação, lembrou, o spread (diferença entre o que banco paga na captação do dinheiro e o que cobra no empréstimo) é  o mais elevado do mundo. Pergunta inevitável: o spread é alto porque a inadimplência é alta ou a inadimplência é alta porque o spread é alto? Resposta de Portela: “Não sei o que vem primeiro.” A incerteza do executivo indica que os bancos podem não ter como fugir de novas reduções do juro. Do debate, porém, eles vão continuar fugindo.

 


Espanha prepara “banco podre” para salvar setor

Valor Econômico

Com o crescimento de seus prejuízos com contratos de crédito imobiliário, os bancos espanhóis iniciaram discussões sobre a criação de uma instituição à parte – um “bad bank” (banco podre) – para assumir esses ativos e atenuar as pressões enfrentadas pelo setor financeiro. O objetivo da nova organização será reduzir a pressão financeira sobre os bancos e evitar a necessidade de lançar mão de uma operação de socorro financeiro do governo, mais onerosa, ou de um resgate internacional semelhante ao oferecido a Grécia, Portugal e Irlanda.

A premência da questão foi posta em destaque pela agência de classificação de risco Standard & Poor”s, que rebaixou os títulos de onze bancos espanhóis – entre os quais os do Santander, o maior da zona do euro em termos de capitalização de mercado. A S&P atribuiu sua decisão a preocupações em torno dos efeitos do encolhimento da economia espanhola e advertiu que cinco outros bancos correm o risco de sofrer rebaixamento semelhante.

Uma autoridade do Ministério da Economia disse na segunda-feira que o setor bancário espanhol está discutindo a criação de uma organização privada que assumirá os ativos podres dos bancos. Entre esses ativos estão empréstimos não quitados, como créditos não honrados remanescentes da implosão do mercado imobiliário. A nova organização aliviará também os bancos do encargo de tentar vender imóveis arrestados e os permitirá concentrar-se em fornecer crédito ao setor privado.

A autoridade, que falou sob a condição de manter seu nome em sigilo, em cumprimento às regras do ministério, acrescentou que o governo não injetará qualquer volume de recursos dos contribuintes na criação dessa organização, limitando-se a formular as regras de seu funcionamento. Os bancos poderão transferir ativos podres para a nova instituição apenas se já tiverem reservado dinheiro para cobrir os prejuízos causados por eles.

Não se sabe em que medida esse sistema ajudará os bancos do país, uma vez que muitos estão sem recursos e precisarão levantar capital para fazer as provisões previstas. A Irlanda, que, a exemplo da Espanha, sofreu o colapso de seu mercado imobiliário, criou um “banco podre” desse tipo em 2009. Usou, no entanto, dinheiro do contribuinte para comprar das instituições os ativos podres a preços reduzidos.

Um fator que reforçou as preocupações em torno da Espanha foi o recente anúncio do Instituto Nacional de Estatística de que o país entrou oficialmente em recessão no primeiro trimestre deste ano, quando a economia encolheu 0,3% comparativamente aos três meses anteriores. A contração segue-se à queda semelhante registrada no último trimestre do ano passado e conduz a Espanha à sua segunda recessão nos últimos três anos.

O estouro, em 2008, de uma bolha imobiliária que impulsionou a economia por mais de uma década sobrecarregou os bancos, principalmente os bancos de poupança (conhecidos como “cajas”), com enormes volumes de empréstimos não quitados. O Banco de España, o BC do país, diz que o setor ainda está curvado ao peso de cerca de € 175 bilhões em ativos imobiliários “problemáticos”. Há preocupações de que, num momento em que a economia em encolhimento da Espanha cobra seu preço sobre os bancos, o governo, e possivelmente os bancos internacionais, sejam obrigados a intervir para salvar o setor.

O governo já vem pressionando os bancos a fortalecer suas finanças por meio de fusões e lançou normas que exigem que os bancos façam reservas de um total estimado em € 50 bilhões a mais em provisões até o fim de 2012 para cobrir seus ativos imobiliários podres.

No fim da semana passada, a S&P rebaixou a classificação de risco do país em duas marcas, de “A” para “BBB+”, atribuindo a medida ao agravamento do déficit público, a preocupações em torno do sistema bancário e às sombrias perspectivas da economia.

No domingo, dezenas de milhares de pessoas saíram em passeata por toda a Espanha para protestar contra o pacote de reformas emergenciais e de medidas de austeridade. Mas, em discurso pronunciado naquele dia, o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, disse que o governo continuará a promover reformas, semana por semana, sustentando que a gravidade da situação exigia essa providência.

O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, reuniu-se ontem com o comissário antitruste da União Europeia, Joaquín Almunia, em Bruxelas, segundo uma porta-voz do Ministério da Economia que pediu anonimato. Ela preferiu não dar detalhes sobre a pauta de discussões.

Menos de três meses depois de enrijecer a legislação a fim de obrigar os bancos a reconhecer prejuízos mais profundos no setor imobiliário, a Espanha procura novas maneiras de convencer os investidores de que os prejuízos dos bancos não sobrecarregarão as finanças públicas.

 


Fundos de hedge apostam contra países centrais da zona do euro

Valor Econômico

Os gestores de fundos de hedge tendem a constituir um grupo pouco provável de partidários de François Hollande, o candidato socialista às eleições presidenciais francesas. Mas é para a vitória potencial de Hollande no segundo turno das eleições francesas, marcado para o dia 6, e, com ela, uma significativa deterioração do sentimento relativo à percepção da capacidade financeira da França no mercado de bônus, que muitos fundos de hedge estão se preparando agora.

Na verdade, suas apostas contra os bônus de países “centrais” da zona do euro – não apenas França, mas Alemanha e também Holanda – representam um nível novo, mais profundo, de mercado vendedor nas perspectivas da área da moeda única.

As operações de renegociação de longo prazo do Banco Central Europeu (BCE) constituíram uma enorme injeção de ânimo para os bancos e as bolsas no primeiro trimestre do ano e desencadearem uma maciça recuperação do crédito. Mas seu impacto está agora sendo questionado por um número crescente de fundos de hedge.

“Os problemas mais profundos de balanço de pagamentos da zona do euro continuam sem solução e não podem ser resolvidos apenas por assistência na área de liquidez”, observou Brevan Howard, o maior fundo de hedge macromundial, em sua mais recente carta aos investidores. Embora Brevan não esteja entre eles, um grupo de gestores de fundos de hedge, situado, supostamente, entre os investidores mais experientes que há, está apostando diretamente que os problemas da União Europeia se tornaram tão arraigados que vão levar a uma crise muito mais grave nos próximos meses do que a vivenciada pela zona do euro.

Entre eles está John Paulson, um bilionário de fundo de hedge que goza da distinção de ter ao mesmo tempo ganhado e perdido mais dinheiro para seus clientes do que qualquer de seus colegas na história do setor.

Em telefonema particular feito duas semanas atrás, Paulson disse a seus investidores que previa um agravamento significativo na situação da UE.

Embora a Espanha deva ser o epicentro da crise, segundo suas previsões, foi contra os países centrais, no entanto – mais notadamente a Alemanha – que Paulson posicionou sua carteira. A aposta de Paulson e de outros é de que, em relação à periferia, onde se concentra boa parte dos problemas imediatos da zona do euro, são os países centrais da Europa os que detêm preços a serem corrigidos.

O rebaixamento da Espanha pela agência de classificação de risco Standard & Poor”s na semana passada, por exemplo, voltou a puxar os rendimentos dos bônus espanhóis referenciais para níveis superiores a 6%, mas os “bunds” da Alemanha continuaram relativamente inabalados.

Os fundos de hedge acham que uma situação como essa é insustentável e que, quando os problemas dos bancos espanhóis ficarem mais agudos – obrigando, possivelmente, a uma operação de socorro financeiro completa para o governo espanhol -, os bunds terão apenas um caminho a seguir.

Parte das atrações da transação é sua assimetria.

“O problema na negociação de papéis soberanos da zona do euro nos últimos dois anos não foi que estávamos errados, foi a volatilidade que houve no período”, diz o gestor de um dos maiores fundos de hedge macro do mundo.

“Quando acontece uma coisa como as Operações de Refinanciamento de Longo Prazo do BCE, conhecidas como LTROs, isso muda o sentimento do mercado. A atratividade de apostar contra os bônus dos países centrais é que eles são menos afetados por essas oscilações positivas de sentimento.”

Com os rendimentos dos bunds – cuja variação ocorre em sentido inverso ao dos preços – próximos do recorde de baixa de todos os tempos, os administradores de fundos poderão, por seu lado, fazer credit default swaps (CDS), uma forma de proteção contra a inadimplência, por um custo de manutenção de uma operação desse tipo, conhecido como “carry” em inglês, muito baixo.

Uma aposta contra a Alemanha, por exemplo, custa apenas 86 pontos-base ao ano, com base nos preços atuais. Mesmo se os spreads dos CDS da Alemanha voltarem aos níveis em que se encontravam em dezembro de 2010 – de 121 pontos-base -, um fundo de hedge estaria em condições de ganhar 40% sobre sua carteira.

A julgar pelo nível em que se encontram agora, os CDS espanhóis teriam de alcançar 660 pontos-base, uma alta de 188 pontos-base, para produzir o mesmo efeito.

Além disso, os bônus espanhóis têm muita probabilidade de subir no caso de uma solução, flutuante ou permanente, para as dificuldades do país. Poucos, comparativamente, preveem que os preços dos CDS da Alemanha caiam para um patamar significativamente mais baixo.

O que ressalta esses temores para os países centrais da UE são dados do próprio BCE. Embora os empréstimos destinados às economias mais severamente atingidas – Grécia, Irlanda e Portugal – tenham permanecido relativamente estáveis, os dados mostram que o financiamento a tomadores espanhóis e italianos cresceu substancialmente, tanto quanto o crédito destinado aos países centrais.

E esse aumento dos empréstimos está aumentando as ligações entre os países supostamente mais seguros e os que reúnem maior número de problemas.

“Os recursos [do BCE] ajudaram a financiar déficits acumulados dos balanços de pagamentos dos países não classificados com AAA em relação aos países classificados com AAA (Alemanha, Holanda, Finlândia e Luxemburgo)”, destacaram analistas do Deutsche Bank em nota a clientes dos fundos de hedge emitida há poucos dias.

Mesmo assim, apesar de toda a certeza expressada por muitos gestores de fundos de hedge sobre os resultados desses desequilíbrios, apostar neles continua envolvendo um alto risco.

A aposta de Paulson nos bunds, feita no início do ano, não está se saindo especialmente bem. Fundos que têm posições agressivamente vendidas em euro foram prejudicados pela capacidade de superação da moeda, tal como aconteceu em 2011.

“[Os fundos de hedge] foram atingidos muito fortemente na tentativa de jogar em fundamentos econômicos da zona do euro no ano passado”, observa Ben Funk, diretor de pesquisa do fundo de hedge Liongate, que gere US$ 3 bilhões.

 


O peso da inadimplência no spread

Valor Econômico

O brasileiro vem comprometendo mais e mais a sua renda e ampliando o nível de endividamento. Essa combinação poderia ser assustadora para credores em geral, mas não é. A inadimplência no crédito, embora em leve alta a partir do segundo semestre de 2011, é cadente se comparada ao passado recente.

Há três anos, quando os empréstimos foram incentivados pelo governo na estratégia contra os efeitos da crise financeira internacional, a taxa de inadimplência das famílias superou 7%. Hoje, ronda 5,5%. Esse declínio tem, porém, uma peculiaridade. É resultado, sobretudo, da queda vertiginosa da inadimplência nos bancos públicos. De 2009 para cá, esse indicador recuou de até 4,4% para 2,7%. No sistema bancário privado, os maus pagadores mostraram maior resistência. No mesmo período, a taxa de inadimplência deslizou do pico de 8,95% a cerca de 7,8%.

A evolução da inadimplência, apontada pelo Banco Central (BC) no Relatório de Estabilidade Financeira do segundo semestre de 2011, é  apontada pelos bancos privados como limitadora para a redução do spread bancário. Há um mês, o governo trava um embate com as instituições privadas para forçar a queda do spread, mas as discussões não terminam, inclusive, porque as estatísticas para essa taxa de juro são variadas. No balanço mensal que o BC faz sobre o crédito, o spread médio em dezembro do ano passado era de 33,7%. No semestral Relatório de Estabilidade Financeira, que cita dados do Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (Cosif), o spread médio em dezembro era de 10,06%.

Em 1999, quando mudou o paradigma da política econômica brasileira – a partir da implementação do regime de metas para inflação, adoção do câmbio flutuante e meta para o superávit primário -, o spread bancário aproximava-se de 60%. A quebra da âncora cambial tornou-se condição primária para maior equilíbrio das contas externas, livrando o país de uma das amarras do juro alto. Isto é, atrair capitais estrangeiros para financiar o balanço de pagamentos. No segundo semestre de 1999, o déficit em transações correntes acumulado em 12 meses superava 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Desde o segundo trimestre de 2010, esse déficit está em torno de 2% do PIB, após um longo período bem abaixo dessa marca.

A nova configuração das contas correntes e da política fiscal não foi suficiente para levar a reduções maiores da taxa de juro – usada quase exclusivamente para manejo da política monetária e combate à  inflação até as medidas macroprudenciais que chegaram com força após a crise de 2008/2009. Não é sem motivo que o juro brasileiro, embora declinante no tempo, tenha se mantido em dois dígitos até março deste ano, quando foi cortado a 9,75% ao ano. Em abril, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic novamente, para 9%.

A taxa básica bem próxima à mínima histórica de 8,75% deveria – mas não garante – promover queda consistente dos juros do crédito ou do spread – diferença entre o custo de captação e aplicação de recursos pelos bancos. Em 1999, o Departamento de Estudos e Pesquisas do BC (Depep), responsável pelo mapeamento do spread bancário e sob a chefia de Alexandre Tombini, já alertava que o patamar de taxas de juros básicas explica, “somente em parte, o elevado custo imputado aos tomadores finais”.

O estudo do Depep, de 1999 submetido a uma releitura no início da década de 2000, concluiu que a inadimplência é o custo que mais onera o spread bancário. Em termos médios, cita o BC, a inadimplência significava 35% do spread no fim do primeiro semestre de 1999. Também importantes na composição do spread, continua o estudo, são os valores de despesas administrativas (22%), impostos diretos (11%), o lucro líquido das instituições (18%) e os impostos indiretos, incluindo a CPMF, que representavam 14% do spread bancário.

A releitura do spread bancário, feita em 2004 pelos economistas Ana Carla Abrão Costa e Márcio Nakane, do BC, com um elenco bem maior de instituições financeiras analisadas, apontou dois problemas fundamentais na decomposição do spread bancário: o viés de seleção, fruto da utilização de uma amostra reduzida de bancos – todos privados – e a alocação das despesas administrativas. A atualização desses cálculos acrescentou o custo dos recolhimentos compulsórios como parcela do spread, abandonando a ideia de independência entre mercados de captação e empréstimo, utilizada como justificativa teórica para a exclusão dessa componente na formação do custo final dos empréstimos bancários.

O alvo de análise dos técnicos do BC, inicialmente de 17 instituições, avançou para 77 bancos em dezembro de 2003. A análise foi concentrada em operações firmadas a taxas prefixadas e referente a dez modalidades de crédito para famílias e empresas. Nessa releitura do spread, a decomposição leva a inadimplência equivalente a 17,85% do total, custos administrativos (23,64%), custos tributários explícitos e implícitos (27,35%). A margem líquida dos bancos – também denominada resíduo do banco – responde por 31,17%.

 


1º de Maio contra a austeridade na Europa

Valor Econômico

Milhares de trabalhadores protestaram ontem na Europa contra a política de austeridade lançada para tentar conter a atual crise financeira. Sindicatos na França, Espanha, Itália, Portugal e Grécia usaram as marchas tradicionais do Dia do Trabalho para expressar repúdio à  política de corte de gastos. Na França, os sindicatos organizaram 290 protestos pelo país (na foto, em Paris), reunindo 316 mil pessoas, um aumento expressivo em relação aos 77 mil do ano passado. O presidente Nicolas Sarkozy, que tenta a reeleição no domingo, atraiu outros 100 mil ao que chamou de ato pelos “verdadeiros trabalhadores”, em oposição ao da CGT, maior central sindical do país, que pediu a seus filiados que votem contra ele. Em Atenas, 5 mil marcharam com faixas de “Revolta Já” e “Taxem os Ricos”. Assim como a França, a Grécia terá eleições no próximo domingo.