Nota da Unidade Classista – Fração Nacional de TI
Posicionamento contra a chantagem da extrema direita e Big Techs contra a PL das Fake News
Recentemente, a extrema direita brasileira, aliada com Big Techs das redes sociais (destaque para a Google, Twitter e a Meta), atuou para barrar a aprovação do Projeto de Lei (PL) das Fake News e, de fato, conseguiram por um momento. Devemos entender o que é o PL, os interesses das grandes corporações e o que a classe trabalhadora tem a ver com isso.
Certamente algum de nós conhece alguém ou uma pessoa que morreu de Covid-19 durante o auge da pandemia de Coronavírus no Brasil. Sabemos da campanha massiva de informações falsas (fake news), por exemplo, contra o uso de máscaras, o distanciamento social e até contra a vacinação. Campanhas de fake news, associadas ao descaso do último governo, levaram à morte de quase 800 mil brasileiros em um intervalo menor do que dois anos.
No plano político, as fake news foram responsáveis diretas por eleger deputados, senadores, governadores e até o presidente brasileiro anterior, todos de extrema direita. Enquanto isso, a campanha de manipulação tirou do cenário político institucional representantes da classe trabalhadora e progressistas. Enfim, fake news são campanhas de desinformação com adulteração da verdade para benefícios políticos de grupos de extrema direita, na maioria dos casos.
Nesse sentido, o PL 2630/2020 visa a minimamente regulamentar as redes sociais coibindo que conteúdos falsos, distribuídos por pagamento (impulsionados) ou gratuitamente sejam espalhados, seus responsáveis facilmente identificados e punidos no rigor da lei. O texto pode ser limitado e ainda trazer algumas contradições, mas já traz à tona um debate inicial para punir pessoas que estejam cometendo crime de desinformação.
Porém, as Big Techs supracitadas, vendo que fake news são uma grande fonte de lucro (por causa do conteúdo impulsionado), são contrárias ao projeto e usaram de todo o seu aparato econômico para fazer uma propaganda nunca antes vista nesse país vindo delas! Por exemplo, na página inicial do Google (que é o maior buscador do planeta), tinha um link para um texto que se posicionava contra o PL, o qual inclusive usava argumentos que não são verídicos, como a limitação da liberdade religiosa nas redes sociais. O projeto diz exatamente o contrário.
As redes sociais fazem parte da evolução da tecnologia na disseminação da comunicação. Ora, inicialmente tínhamos o rádio, depois criou-se a televisão, veio a internet e com ela as redes sociais, que também fazem parte de um grande aparato de defesa e de propaganda do capitalismo. Mudar as redes sociais para que se adequem aos interesses da classe trabalhadora ainda não está em jogo, o ideal é que nossa classe tivesse seus próprios mecanismos de comunicação e agitação, mas enquanto não temos organização o suficiente para impor nossos interesses, defender a regulamentação das redes, enfrentar a extrema direita e os interesses das Big Techs é meramente uma questão de sobrevivência humana, dada a capacidade que as fake news tem de destruição, basta lembrar os mortos da Covid 19 no Brasil.
Pela regulamentação das redes sociais!
Unidade Classista, Futuro Socialista!
Fração Nacional de TI da Unidade Classista