Partido Comunista Sudanês chama por solidariedade

Na noite de quarta-feira, 4 de julho de 2012, os principais partidos políticos oposicionistas, nos quais se incluem o Partido Umma  e o PCS, assinaram o documento político intitulado “Alternativa Democrática”. A assinatura ocorreu no vigésimo dia das contínuas manifestações de massa contra o regime Albashir. Estas manifestações pacíficas que envolveram as principais cidades e vilas do país estão sendo enfrentadas com as medidas mais cruéis de repressão, prisões em massa, grave tortura dos detidos, negação de tratamento médico e espancamentos. Apesar de tudo isso, os manifestantes continuam a desafiar a repressão da segurança e encher as ruas. Ontem os alunos da Universidade de Cartum tomaram as ruas.

Os jornalistas, membros da Rede Jornalista Democrática, manifestaram-se em centenas em frente ao prédio dos Direitos Humanos da ONU, exigindo um fim aos ataques das forças de segurança, intervenção, respeito à liberdade de expressão e libertação de jornalistas detidos. Vale mencionar que as forças de segurança libertaram duas jornalistas egípcias e as deportaram de volta para o Egito.

Advogados, às centenas, fizeram piquetes no Ministério da Justiça exigindo respeito pela Constituição, julgamentos justos para os manifestantes, condições melhores e mais humanas para os presos, incluindo o direito de ver  médicos e advogados de defesa, e exigiram ainda a libertação de todos os prisioneiros e presos políticos . Está claro que as manifestações, que começaram como protestos contra o aumento dos preços e as medidas de austeridade, estão gradualmente tomando uma forma diferente, com novas forças se juntando ao movimento de protesto e novas reivindicações políticas vindo à tona. O slogan exigindo a derrubada do regime é a principal demanda do povo.

Em resposta às crescentes manifestações em curso e às lutas do povo sudanês, o documento sobre a “Alternativa Democrática” foi assinado. O documento chama por um período de transição durante o qual o país será governado sob um regime constitucional especial, começando com a criação de um governo de unidade nacional e terminando com a organização de eleições livres, justas e honestas. Além disso, o documento pede pela separação entre a religião e o Estado, pela proibição da exploração da religião para fins políticos, mas que sua utilização na luta política se faça de modo a promover a paz social e a estabilidade. O documento define as táticas para derrubar o regime por meio de greves, manifestações pacíficas, ocupações, desobediência civil e pela revolução popular.

As diferentes forças políticas concordaram em continuar a luta até a vitória final, sublinhando que não há caminho para diálogo com o regime.

O principal desafio agora é transformar o documento em um manifesto popular que possa ajudar a reunir todas as forças da oposição no empurrão final contra o regime. O   Partido Comunista Sudanês, que assinou a declaração, gostaria de salientar que a adesão e o apoio ao documento por parte de todas as forças que estão travando uma luta feroz em Darfur, Kordufan do Sul e Nilo Azul, bem como da solidariedade internacional, irão todos pavimentar o caminho para o fim do regime atual, dos sofrimentos do nosso povo e para o estabelecimento de um Sudão democrático.

Viva a Solidariedade Internacional.

Vitória ao Povo Sudanês.

Secretariado do CC do PCS

http://www.midan.net