Descrédito, o ‘campeão’ do 2º turno



A primeira delas é a falsa polarização entre as políticas propostas pela maioria acachapante dos candidatos: nada se ouviu sobre poder popular, participação direta da população na definição de políticas públicas, estatização do transporte público, ou contra a privatização “branca” da saúde e da educação.

Todos, com raríssimas exceções, foram defensores de alianças com a burguesia, governarão no “toma lá dá cá” com câmaras de vereadores inaptas e corruptas e estão comprometidos com seus “credores”, os doadores privados de recursos para suas campanhas – como empreiteiras e cartéis de empresas de ônibus, etc. O candidato do PT em São Paulo, por exemplo, recebeu R$ 100 milhões da iniciativa privada.

Setores da população que não dependem de políticas públicas, os “belgas” de nosso Brasil “Belíndia”, se eximiram de votar. Ganhariam quaisquer que fossem os eleitos… O mesmo ocorre com àqueles cujo estado de consciência chegou à correta avaliação de que a diferença entre os governos municipais da oposição de direita e da máquina do Governo Federal em nada diferem: o resultado de Salvador está aí para comprovar.

Mas há nesses 29% do eleitorado uma parte da população bombardeada pelo discurso midiático e os valores individualistas do capital que negam a opção transformadora da atividade política. O que, aliás, é muito preocupante – mas condizente com a era dos candidatos “pré-moldados” pelas mãos de publicitários.

Não à toa, o maior “vencedor” do 2º turno, Fernando Haddad (PT em São Paulo) definiu a si próprio, no discurso de vitória, como “um poste”. Poderia dizer-se “capacho do padrinho Lula”. Seria tão cômico, porém mais verdadeiro. Afinal de contas, os postes trazem luz…