Exportações sobem, mas balança tem déficit no mês

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 878 milhões na segunda semana de janeiro, com US$ 4,027 bilhões em exportações e US$ 4,905 bilhões em importações. No mês, a balança comercial está com déficit de US$ 978 milhões. Os números foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento.

Apesar do déficit, as exportações subiram 6,9% na comparação entre a média diária das duas primeiras semanas deste mês (US$ 784,6 milhões) e a média de janeiro de 2012 (733,7 milhões).

A média diária de embarques dos produtos semimanufaturados cresceu 10,5%, na comparação, passando de US$ 113,8 milhões em janeiro de 2012 para US$ 125,7 milhões até a segunda semana deste mês. O avanço ocorreu devido ao desempenho de vendas de ferro fundido, ouro em formas semimanufaturadas, celulose, açúcar em bruto e semimanufaturados de ferro e aço.

Os embarques de manufaturados avançaram 5,5% pelo conceito da média diária até a segunda semana deste mês (US$ 297 milhões), em relação a US$ 281,7 milhões diários, em janeiro de 2012. Os principais responsáveis pelo aumento foram torneiras e válvulas, etanol, suco de laranja e óxidos e hidróxidos de alumínio.

Já os produtos básicos avançaram 7,2%, dos US$ 316,1 milhões da média diária de janeiro de 2012 para US$ 338,8 milhões até a segunda semana de janeiro de 2013, por conta, principalmente, de milho em grão, trigo em grão, minério de cobre, carne bovina e minério de ferro.

O déficit comercial foi impulsionado pelo aumento de 14,3% das importações até a segunda semana de janeiro de 2013, com média diária de US$ 906,9 milhões, ante US$ 793,1 milhões em todo o mês de janeiro de 2012.


Chuvas aumentam no fim de semana e nível de reservatórios volta a subir

O Globo

Voltou a chover no fim de semana nas bacias hidrográficas que alimentam os sistemas de geração de energia hidrelétrica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), entre sexta-feira e ontem, a chuva foi quase constante nas bacias do Paraná e do São Francisco.

De acordo com Mozar Araújo, meteorologista do Inmet, diante dos 100 milímetros médios de chuva registrados na segunda semana de janeiro nessas bacias, que eram as que estavam em situação mais preocupante, o mês fechará com o nível de chuvas em linha com o histórico de cada região.

– O perfil meteorológico mudou totalmente do dia 9 para cá, e a previsão é seguir com pancadas de chuvas em cima das principais bacias – afirmou.

Os gráficos do Inmet já mostravam que ontem o nível de chuvas atingira a metade do total esperado para todo o mês. Em algumas regiões, essa marca já havia até sido superada, caso de Patos de Minas (MG) e de Votuporanga (SP), principais regiões responsáveis pela vazão da Bacia do Paraná.

– Nas próximas semanas, a tendência é que os sistemas chuvosos se desloquem mais para o Norte, atingindo as bacias sobretudo do Tocantins. Em seguida, a chuva volta para as bacias do Paraná e de São Francisco, que são as principais para a geração de energia – disse Araújo.

Com as chuvas mais intensas, o nível dos reservatórios das hidrelétricas começa a dar sinais de melhora. Na última medição do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no domingo, as regiões Sudeste e Centro-Oeste aparecem com 29,83% de água, contra 28,9% da sexta-feira – a pior situação é a da usina de Itumbiara, com 11,9% da capacidade. Já em Mascarenhas de Moraes, a medida aponta 77,69% da capacidade do reservatório abastecida.

Os níveis dos reservatórios da região Nordeste estavam com 29,33% da capacidade, na média, contra 29,31% na sexta-feira. A melhor situação era a da usina de Itaparica (39,28%), e a pior, de Sobradinho (23,91%).

No Norte, os níveis se mantinham estáveis desde sexta-feira, em 42,04% – Serra da Mesa tinha 38,58% do reservatório cheio, e Tucuruí, 28,41%. No Sul, as hidrelétricas tinham média de 49,4% da capacidade, ante 27,4% na semana passada.


Inflação faz brasileiro cortar até alimentos

Correio Braziliense

O governo terá que contar com a sorte para que a inflação não fure o teto da meta deste ano, de 6,5%. A maioria dos economistas espera um primeiro trimestre de preços sob pressão, principalmente os dos alimentos. E como ninguém acredita que o Banco Central mexerá na taxa básica de juros (Selic) tão cedo — o indicador deverá permanecer em 7,25% em 2013 — para não prejudicar a retomada do crescimento, qualquer evento extraordinário pode provocar uma disparada no custo de vida.

Na avaliação da economista Tatiana Pinheiro, do Banco Santander, a inflação deste ano ficará em ao menos 6%. Para ela, não haverá alívio no valor dos alimentos a curto prazo, sobretudo porque tudo dependerá de um fator imponderável, o clima, que afetará, além dos produtos agrícolas, o frágil sistema de eletricidade do país. Para piorar, a maior seca dos últimos 50 anos nos Estados Unidos continua a fazer estragos. Ou seja, há a possibilidade de eventos externos e domésticos elevarem os preços dos alimentos para muito além do desejável.

O que Tatiana vê nas projeções dos gráficos do computador, a dona de casa Maria Eunice Oliveira, 32 anos, já está sentido no orçamento doméstico. Com renda familiar mensal de R$ 700 e nove bocas para alimentar, manter o mínimo de bem-estar da família tem sido uma tarefa difícil, tamanha é a carestia nos supermercados. “Tivemos que diminuir a quantidade das compras, porque não temos como pagar tudo. Hoje, com R$ 300, R$ 400, não dá mais para levar nem o necessário. E olha que isso é quase a metade de tudo o que ganhamos”, reclamou.

Além do marido, Edilson Santos de Oliveira, 42, que é caseiro, dos três filhos e do irmão, Jail Gonçalves de Brito, 44, que está desempregado, Eunice alimenta cunhadas e sobrinhos, que vêm de longe para trabalhar e estudar. “Está muito difícil dar o que comer para todo mundo. A cada semana que vou ao supermercado, tudo está mais caro”, assinalou. Apenas para comprar um pacote de cinco quilos de arroz, um quilo de feijão, um litro de leite, um quilo de tomate, uma lata de óleo e um quilo da carne mais barata, precisa desembolsar mais de R$ 50. O problema é que esses produtos duram, no máximo, quatro dias, assim mesmo, com muito racionamento.

Repasses

Responsável pelo mercado Dona de Casa, no Paranoá, Morais Alves disse que a alta de preços está assustando a todos. “Os alimentos já chegam às distribuidoras com preços bem elevados. Os reajustes vêm desde o meio do ano passado. Está impossível para nós não repassar os aumentos para a clientela”, frisou. A faxineira Maria José Rodrigues, 51, notou os  reajustes. Ela contou que gasta a maior parte do salário no supermercado, com comida. “Nos últimos meses, só levo para casa o básico”, ressaltou.

Além das despesas com alimentação, Maria sente o aumento dos medicamentos. “De uns três meses para cá, deu para ver uma diferença de até R$30 em alguns remédios. Às vezes, abro mão de cuidar da minha saúde para não deixar de comer”, afirmou. A situação não é muito diferente na casa da comerciante Irani Oliveira da Silva, 42. “Estou cortando uma série de produtos da minha lista de supermercado. Tomate, por exemplo, não compro mais, pois está custando até R$ 9 o quilo. Iogurte e suco, só das marcas mais baratas. Tudo ficou muito caro de uns três meses para cá: óleo, arroz, carne, feijão. Ela lembrou que, há um ano, gastava cerca de R$ 350 com a compra mensal de alimentos. Hoje, desembolsa, no mínimo, R$ 700.

Diante desse quadro, está difícil para os consumidores entenderem a tranquilidade do governo quando se refere à inflação. Pelos dados oficiais, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,84%, com os alimentos subindo quase o dobro. Segundo o Banco Central, apesar de pressionados no primeiro trimestre deste ano, os preços vão ceder ao longo de 2013, fechando em 4,7%. “Sinceramente, não acredito nesses números. Para mim, a inflação real é a que encontro nas gôndolas do supermercado. E ela está muito alta, subindo todos os meses”, disse o marceneiro José Antunes, 34.

O economista Eduardo Velho, da Planner Corretora, reconhece o descontentamento dos consumidores. E avisou que, com a carestia dos alimentos e a alta dos preços dos serviços e da educação, a inflação ficará, nos próximos meses, bem acima do centro da meta, de 4,5%, perseguida pelo Banco Central. Nas suas contas, somente na primeira quinzena de janeiro, o reajuste médio dos alimentos foi superior a 2,5%.

Não à toa, Sílvio Campos Neto, economista da Consultoria Tendências, mostra preocupação com os fatores de risco que podem elevar o IPCA nos próximos meses. Além da retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para 3,2% no ano, haverá reajustes nas tarifas de ônibus urbanos e nos combustíveis, e o retorno do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros e eletrodomésticos, que estavam zerados. “O sinal é de alerta”, disse.


China usará reservas para financiar suas empresas no exterior

Valor Econômico

A agência reguladora do mercado cambial na China anunciou que uma nova unidade vai usar parte dos US$ 3,3 trilhões em reservas internacionais do país para ajudar empresas chinesas em expansão no exterior, possibilitando novas formas de uso para o maior acúmulo de recursos do mundo.

A Administração Estatal de Câmbio (Safe, em inglês) informou ontem que vem buscando “usos inovadores” para as reservas e “ajudando instituições financeiras a atuar no crescimento econômico da China e na estratégia de expansão”. Já o diretor do fundo soberano da China disse que ampliou a alocação de recursos a projetos de infraestrutura e outros ativos para reduzir a dependência de títulos de dívidas dos EUA.

Os investimentos não financeiros da China no exterior poderiam aumentar ainda mais, depois da elevação de 25% observada nos primeiros 11 meses de 2012, para US$ 62,5 bilhões, em meio à desaceleração da expansão doméstica. O governo chinês vem encorajando as empresas a comprar ativos no exterior e seguir uma estratégia de “expansão para fora” para assegurar fontes de energia e outras commodities, bem como para comprar tecnologias e criar empresas com competitividade internacional.

“Acredita-se que uma parte maior das reservas da China será usada para financiar acordos de investimento no exterior”, disse Zhang Zhiwei, economista-chefe da China na Nomura Holdings, em Hong Kong. “Tendo em vista o tamanho das reservas da China, uma pequena alteração porcentual significa uma grande quantia.”

Zhang disse que apenas uma pequena parte das reservas deverão ser usadas pela nova unidade.

O chefe da China Investment Corp (CIC), Lou Jiwei, disse em fórum ontem, em Hong Kong, que os títulos do Tesouro dos EUA “ainda [são] um ativo seguro no momento”, mas com a recuperação da economia americana “é apenas questão de tempo para que as taxas de juros dos EUA subam e o valor desses bônus se deprecie”.

“Portanto, comprar dívida dos EUA é uma decisão muito difícil”, disse Lou. “Não comprar reduz a capacidade de nosso portfólio de se proteger contra riscos. Se comprarmos, no longo prazo, não é um bom ativo. Portanto, nossa abordagem é a de compras moderadas. Esperamos agregar alocações a ações e ativos com retornos estáveis e retornos absolutos, entre outros, para reduzir a dependência em relação às dívidas dos EUA”.

A CIC, que ajuda a administrar as reservas internacionais chinesas, contabilizará lucro com seus investimentos externos em 2012, uma vez que o afrouxamento monetário em países ocidentais incentivou os mercados de capitais e os retornos, disse o vice-presidente executivo da CIC, Jesse Wang, em fórum na China em dezembro.

A Safe disse que vai respeitar a “disposição e a escolha dos mercados” e promover o “jogo limpo”, segundo nota em seu site. Operações desse tipo “promoveram o desenvolvimento econômico e social da China, expandiram o alcance dos investimentos e os campos das reservas internacionais e promoveram uma abordagem de administração diversificada”, segundo a agência, que faz parte do banco central e tem sede em Pequim.

Separadamente, o chefe da Safe, Yi Gang, disse que a China precisa procurar evitar investimentos decepcionantes no exterior e que precisa de mais justificativas para a alocação das reservas do que simplesmente as de que essas transações aumentam a segurança e os recursos do país.

Empresas locais pediram ao governo moeda estrangeira a baixos juros, “sustentando que essas transações estão comprando recursos para o país ou melhorando a segurança estratégica nacional”, escreveu Yi Gang em artigo na revista chinesa “Century Weekly”, de 14 de janeiro. O “financiamento barato” apenas encoraja as compras cegas no exterior e leva a investimentos decepcionantes, disse Yi.

A Safe já iniciou as operações de “cofinanciamento” antes de a unidade ter sido criada, principalmente com o China Development Bank, segundo a Caixin Media. Quase 70% dos US$ 250 bilhões em empréstimos em moedas estrangeiros do banco de desenvolvimento são fornecidos pela Safe, informou a Caixin Media.


Europa saiu do fundo do poço, indica a OCDE

Valor Econômico

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta sinais de estabilização econômica na maioria dos principais países desenvolvidos e emergentes. Os indicadores compostos da entidade sugerem que o fundo do poço na zona do euro está chegando ao fim e que as perspectivas para Alemanha, França e Itália se estabilizaram.

Nos EUA e no Reino Unido, a sinalização é de crescimento econômico sustentável. Na China e na Índia, desenha-se retorno mais forte ao crescimento do que no indicador anterior. Para a OCDE, parece “emergir” uma estabilização do crescimento no Brasil e no Japão. No Canadá e na Rússia, deve haver uma expansão econômica fraca.

Os indicadores compostos da OCDE procuram antecipar mudança da atividade em relação à sua tendência, sem levar em conta opiniões de seus economistas sobre o cenário global. O que mais chamou a atenção ontem foi a percepção de que a zona do euro dificilmente vai se contrair ainda mais do que ocorreu nos últimos meses.

A produção industrial na região recuou em novembro, pelo terceiro mês consecutivo. A zona do euro terminou, assim, 2012 em recessão pelo terceiro mês. Mas a avaliação no mercado é que 2013 terá recuperação gradual da atividade.

A produção industrial caiu 0,3% em novembro, mais do que o esperado. A queda foi de 3,5% desde agosto. Ocorreu principalmente no setor de bens duráveis, refletindo a relutância dos consumidores em gastar. A contração foi maior na Espanha e na Itália, com queda de 7% menor ante novembro de 2011. Na Holanda, houve alta. Alemanha e França tiveram ligeira melhora. As pesquisas sobre atividade industrial e sentimento de confiança na Europa parecem ter melhorado, sugerindo recuperação do setor neste início de ano.

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