ONS: Choveu menos em janeiro do que o previsto

Mesmo tendo aumentado de intensidade nas últimas duas semanas, as chuvas de janeiro ficaram abaixo do previsto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e ainda não foram suficientes para recuperar o nível de armazenamento dos reservatórios, o que mantém incertezas para o restante do “período úmido”.

O programa mensal de operação do ONS estimava que as chuvas de janeiro chegariam a 89% da média histórica no subsistema Sudeste-Centro-Oeste e a 37% no subsistema Nordeste. Até o dia 30, ficaram em 80% e 31%, respectivamente. A média histórica contempla o registro dos últimos 82 anos e essas regiões têm as duas maiores capacidades de armazenamento do país, funcionando como uma espécie de caixa d”água para o sistema elétrico.

Para especialistas do setor, a frustração de janeiro não aumenta o risco de racionamento de energia, por enquanto. Mas joga pressão adicional para os próximos meses e inviabiliza o desligamento de usinas térmicas. Com isso, o problema é que a geração de eletricidade mais cara para economizar água nos reservatórios pode elevar os reajustes das contas de luz, principalmente em 2014.

“Em janeiro, houve uma recuperação dos reservatórios, mas não em patamar suficiente”, diz o meteorologista Alexandre Nascimento, da Climatempo. Para chegar a uma situação “minimamente confortável” no fim do período chuvoso, ele acredita que seria preciso acumular de 1.000 a 1.200 milímetros de água entre janeiro e março, no Sudeste. Estimativas atualizadas, no entanto, apontam para algo entre 700 e 800 milímetros. “Não é um volume que foge da normalidade. O problema é o ponto de partida muito ruim, o que dificulta o enchimento dos reservatórios. Saímos de um dezembro péssimo.”

No Nordeste, o nível dos reservatórios subiu de 32,2% no dia 1º para 32,6% no dia 30 de janeiro, o que representa o menor ganho para o mês pelo menos desde 2001. Em 2007, as chuvas também estavam muito fracas e os lagos da região aumentaram apenas 2,3 pontos percentuais. Há um ano, a folga era muito maior: o armazenamento atingia 71,7%.

No Sudeste-Centro-Oeste, os reservatórios ganharam 8,2 pontos percentuais em janeiro e estavam prestes a terminar o mês com 37% da capacidade. Há um ano, tinham 76,2% do total. “Até o começo de janeiro, a situação das chuvas estava muito ruim. A partir da segunda semana do mês, começamos a contar com sinais mais positivos”, afirma Paulo Toledo, sócio-diretor da Ecom Energia.

Embora os reservatórios tenham registrado uma ligeira recuperação, Toledo ressalta que não foram atingidos níveis confortáveis. “É fato que os reservatórios ainda estão muito depreciados”, observa. Para ele, a percepção no setor é de que o governo ficou mais cauteloso, a fim de garantir o abastecimento, não só em 2013, mas principalmente em 2014.

O ONS tem mantido as térmicas acionadas a plena carga durante o período chuvoso, o que é raro, e as chuvas ainda abaixo da média histórica inviabilizam o desligamento delas nas próximas semanas. “Isso se explica pelo cuidado de não termos que passar pelo mesmo sufoco no próximo verão”, diz Toledo.

Além de lidar com o desafio prático relacionado à falta de chuvas, ainda há outras fatores que impõem pressões sobre o governo. No entendimento dos especialistas, o governo não quer ver o tema risco de racionamento retornar ao centro do debate nacional em 2014, ano de Copa do Mundo e eleições presidenciais.

O gerente da consultoria Andrade & Canellas, Ricardo Savoia, considera que o uso das térmicas ao longo do ano é a única alternativa, além das chuvas, para garantir a recuperação do nível dos reservatórios. Ele acredita que, por essa razão, o consumidor deverá sentir uma alta nas contas de luz, além do aumento de 5% a 6%, previsto nas projeções dos índices de inflação. Isso ocorrerá, segundo ele, justamente em razão do impacto dos encargos, que são acrescidos pelo custo elevado das térmicas. “Hoje, o Brasil tem demanda crescente por energia, maior inclusive que as taxas do PIB. Em 2012, isso pode ser observado em todos os segmentos, na residência, no comércio e na indústria”, disse Savoia.

Para o meteorologista da Climatempo, a atenção deverá se voltar mais à escassez de chuvas na região Sul, onde houve grande acúmulo de água nos primeiros dez dias de janeiro e depois um período de estiagem.

“É como se a torneira tivesse fechado abruptamente no Sul. Desde o dia 13, por exemplo, Itaipu registra a menor vazão para esse período desde 1988”, diz Nascimento. Os reservatórios da região estão com o nível mais baixo de armazenamento dos últimos 12 anos. No restante do país, não há nenhum fenômeno climático importante em curso para permitir prever uma extensão do período chuvoso, que normalmente termina no fim de abril, afirma.


Dilma resiste a pressão do PT e evita regular mídia

O Estado de S. Paulo

Mesmo após pressão do PT, a presidente Dilma Rousseff pretende manter na gaveta o projeto que cria mecanismos de controle dos meios de comunicação. Segundo auxiliares, ela não se sensibilizou com a insistência do presidente do partido. Rui Falcão, e do ex-ministro Franklin Martins. Ex-ministro Franklin Martins, que tratou de tema sob Lula, reuniu-se com presidente; Planalto deixa proposta na gaveta Mesmo pressionada por setores do PT e pelo ex-ministro da Comunicação Social do governo Lu­la Franklin Martins, a presidente Dilma Rousseff pretende man­ter na gaveta a proposta que cria mecanismos para o controle dos meios de comunicação, informa­ram auxiliares do governo. Segundo eles, Dilma não está sensibilizada com o esforço fei­to pelo presidente do PT, Rui Fal­cão, e por uma ala do partido co­mandada pelo ex-ministro José Dirceu, que insiste na regulação da mídia. Na quarta-feira, duran­te reunião com deputados do PT, em Brasília, Falcão atacou a mídia e acusou setores do Minis­tério Público Federal de atuação política, dizendo que eles fazem a “real oposição” ao governo. O PT promete insistir no tema da regulação ao longo do ano. As palavras do presidente do PT foram ditas um dia depois de a Procuradoria-Geral da Repúbli­ca confirmar que encaminhará à primeira instância as acusações do publicitário Marcos Valério contra o ex-presidente Lula. No depoimento ao procurador-geral Roberto Gurgel, em se­tembro, Valério chegou a dizer que o esquema do mensalão pa­gou despesas pessoais de Lula. A decisão da presidente de não mexer no projeto de contro­le da mídia ocorre também um dia depois de receber a visita do ex-ministro Franklin Martins, autor da proposta, entregue du­rante o final do governo de Lula. Franklin não quis dar detalhes da conversa com a presidente. “O assunto de uma audiência é exclusivo da presidente Dilma, de quem sou amigo e com quem converso sempre, quase todos os meses”, disse ele ao Estado. Prioridades do PT. No final do ano, logo depois de ter sido con­denado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção e formação de quadrilha no pro­cesso do mensalão, José Dirceu disse que neste ano o PT tem três prioridades: regular os meios de comunicação, fazer a reforma política e provar que o mensalão foi uma farsa. Dirceu e Rui Falcão acusaram os meios de comunicação de terem “pressio­nado” o Supremo a condenar os réus do mensalão. O presidente do PPS, deputa­do Roberto Freire (SP), afirmou que Falcão age como “pau man­dado” de Dirceu quando ataca a imprensa. “Se não existisse a imprensa para dar a conhecer à so­ciedade as malfeitorias do gover­no lulopetista, eles (os petistas) já teriam implantado um regime antidemocrático no qual só vale­riam suas opiniões e ideias.” O documento do 4º Congres­so do PT, realizado em 2011, “convoca o partido e a sociedade a lutar pela democratização da comunicação no Brasil, enfatizando a importância de um novo marco regulatório para as comunicações, que, assegurando de modo intransigente a liberdade de expressão e de imprensa, en­frente questões como o controle de meios por monopólios, a pro­priedade cruzada, a inexistência de uma Lei de Imprensa, a dificul­dade para o direito de resposta, a regulamentação dos artigos da Constituição que tratam do as­sunto, a importância de um se­tor público de comunicação e das rádios e TVs comunitárias”. Em 2004, Lula enviou ao Con­gresso projeto que criava o Con­selho Federal de Jornalismo (CFJ). O conselho teria poderes, segundo a proposta, para “orientar, disciplinar e fiscalizar” o exercício da profissão e a ativida­de de jornalismo. Diante da re­percussão negativa, o governo re­tirou o projeto de pauta.


Petrobras vence licitação e volta a investir na Bolívia

Valor Econômico

Quase sete anos após a estatização de seus ativos pelo presidente Evo Morales, a Petrobras volta a investir na Bolívia. Em 30 de dezembro, a estatal venceu licitação para explorar um campo de 1,1 milhão de hectares no Departamento de Santa Cruz, região que abriga as maiores reservas de gás natural do país.

A Petrobras informou ao Valor que vai assinar contrato de prestação de serviço com a estatal boliviana YPFB e estimou que os trabalhos no local podem começar no segundo trimestre. Não divulgou, porém, dados sobre o investimento previsto ou o tamanho das reservas.

O reajuste dos preços da gasolina e do diesel, além de ficar abaixo das expectativas do mercado, não conseguiu tirar as atenções dos investidores para o resultado da Petrobras no quarto trimestre do ano passado, e consequentemente no exercício de 2012, que será conhecido na segunda-feira. A aposta no mercado é que o resultado da companhia será pior que o de 2011.

A perspectiva negativa se deve ao crescimento da demanda interna por combustíveis no quarto trimestre, o que levou a estatal a importar um volume maior dos produtos a preços mais elevados que aqueles praticados no mercado nacional. Devido a isso, o J.P. Morgan reviu para baixo a previsão de lucro líquido para a Petrobras no último trimestre de 2012, que passou de R$ 11 bilhões para R$ 6,7 bilhões.

O Deutsche Bank é ainda mais severo e prevê um lucro trimestral de R$ 4,3 bilhões, o que representa uma queda de 15% em relação ao resultado apurado pela Petrobras de outubro a dezembro de 2011. O banco alemão estima que as perdas operacionais do setor de abastecimento da Petrobras alcancem R$ 10,3 bilhões no quarto trimestre de 2012.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou em novembro que a petroleira importou em média 80 mil barris de gasolina por dia naquele mês e que a expectativa era aumentar o volume de importação em dezembro, por causa das férias de fim de ano. A previsão da companhia era atingir uma média de importação entre 80 mil e 90 mil barris por dia de gasolina em 2012, contra os 43 mil barris diários no ano anterior.

O aumento do volume de importação de combustíveis afeta diretamente o resultado da área de abastecimento, a segunda mais importante, atrás apenas da Exploração e Produção (E&P).

Diante do cenário negativo, todos os bancos de investimentos consultados pelo Valor estimam queda no lucro anual da Petrobras em 2012, em comparação com o ano anterior. As previsões variam de R$ 17,7 bilhões, do Deutsche Bank, até R$ 30 bilhões, calculado pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA). Em 2011, a Petrobras reportou lucro líquido de R$ 33,3 bilhões.

“A expectativa é que o resultado venha muito fraco. Deve ser um número nada agradável”, afirmou o analista Pedro Galdi, da SLW Corretora. Ele acredita que o reajuste dos combustíveis aplicado nesta semana pela companhia não evitará uma reação negativa dos investidores com relação aos papéis da empresa após a divulgação do resultado. A Petrobras acumula perdas de 7,38% no ano, com valor de mercado de R$ 237 bilhões.

Com a defasagem dos preços dos combustíveis, o que poderia contribuir positivamente para o resultado da Petrobras em 2012 seria um aumento da produção de petróleo e gás natural, mas isso não ocorreu.

A companhia ainda não divulgou a produção de dezembro de 2012, mas no acumulado até novembro do ano passado, a produção doméstica de petróleo da Petrobras totalizou uma média de 1.975,3 milhão de barris ao dia. O volume foi 2,3% inferior à média obtida no ano anterior e ligeiramente abaixo da meta da petroleira para 2012, de 2% para mais ou para menos em relação à produção em 2011.

O desempenho abaixo do esperado da produção da Petrobras levou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a cobrar da companhia a revisão do plano de desenvolvimento da produção de alguns de seus campos gigantes, o que deverá exigir da estatal um volume maior de investimentos, além dos US$ 236,5 bilhões previstos no seu ousado plano de negócios 2012-2016.

Segundo projeções do J.P. Morgan, em relatório assinado pelos analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, a produção média de petróleo da estatal no Brasil em 2012 ficará em 1,975 milhão de barris ao dia, mantendo a queda de 2,3% em relação ao ano anterior. O Deutsche Bank prevê um volume de produção menor no quarto trimestre de 2012, totalizando 1,960 milhão de barris/dia, com uma diferença maior em relação ao volume produzido pela companhia em 2011.

De acordo com o analista Marcus Sequeira, que assina o relatório do Deutsche Bank, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) do segmento de E&P da Petrobras no quarto trimestre deve alcançar R$ 20,5 bilhões, com alta de 5% em relação a igual período de 2011 e de 4% frente ao trimestre exatamente anterior.


Mesmo com estímulos, indústria deve encerrar 2012 com queda de 3%

Valor Econômico

A alta esperada para a produção de veículos em dezembro será insuficiente para puxar outros ramos de atividade e o setor industrial deverá mostrar queda pelo segundo mês consecutivo. Em novembro, a produção manufatureira recuou 0,6% em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal. Para dezembro, a média das estimativas de 11 consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data é de queda de 0,5% do indicador ante novembro, com ajuste sazonal. As projeções variam entre recuo de 0,3% até baixa de 1%.

Para os economistas, a indústria aproveitou a série de estímulos dados pelo governo para normalizar estoques, que estão mais ajustados neste início de ano, mas sem recuperação consistente dos investimentos, será difícil manter trajetória mais firme de retomada. No ano, a indústria deverá acumular queda de 2,7%, estimam os economistas, ante crescimento de 0,3% em 2011. O resultado será divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Marcelo Arnosti, economista-chefe da BB-DTVM, revisou para baixo a estimativa para a produção industrial depois da divulgação do consumo de energia elétrica pela indústria, que recuou 3% entre novembro e dezembro, na série com ajuste sazonal. De uma queda de 0,2% na passagem mensal, o economista passou a estimar recuo de 0,6% da indústria entre novembro e dezembro, na série dessazonalizada. O Itaú também alterou sua projeção para o indicador, de queda de 0,2% para retração de 0,4%, porque o consumo de gás e energia elétrica decepcionou.

A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, afirma ainda que outros indicadores coincidentes de atividade mostraram fraco desempenho no último mês de 2012. A expedição de papel ondulado recuou 2,1% entre novembro e dezembro, de acordo com dados da Associação Brasileira de Papel Ondulado (ABPO), sempre na série com ajuste sazonal da consultoria. Já o tráfego de veículos pesados em rodovias caiu 3,6% na passagem mensal.

A produção de veículos, influenciada pelo último mês de redução integral de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, subiu 0,9% entre novembro e dezembro, o que ajudou a impedir retração maior da indústria no mês. Os dados são da Anfavea, entidade que reúne as montadoras instaladas no país, também com ajuste sazonal da Rosenberg.

Para Thaís, a principal nota negativa do resultado esperado para a indústria em dezembro será a quinta queda seguida da produção de bens de capital, o que sugere que a recuperação dos investimentos ainda não ocorreu.

Arnosti, da BB-DTVM, afirma que dois meses consecutivos de queda da atividade manufatureira, com algum grau de disseminação entre os setores, coloca, de fato, alguma dúvida em relação à recuperação da economia. De acordo com seus cálculos, a indústria recuou 0,3% no quarto trimestre, após ter crescido 1% entre julho e setembro, sempre na comparação com os três meses imediatamente anteriores, com ajuste sazonal.

Ainda assim, para Arnosti a perspectiva é que o primeiro trimestre de 2013 mostre comportamento mais positivo da indústria. A Sondagem da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, apontou continuidade da normalização dos estoques em janeiro, além de recuperação da demanda interna. Mesmo a percepção em relação ao ambiente externo avançou. “Continuamos, portanto, com projeção de recuperação da indústria em 2013”, diz o economista, que projeta alta de 2,75% da produção neste ano.

No entanto, pondera o economista, o resultado esperado para a indústria eleva o risco de que o quarto trimestre tenha crescimento inferior ao projetado pela gestora, que trabalha com expansão de 1% da atividade no período, sobre o trimestre anterior.

Para Thaís, da Rosenberg, essa lenta recuperação do setor já está embutida na projeção de crescimento de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre, em relação ao terceiro. O resultado, se confirmado, mostrará retomada bastante gradual da economia doméstica, já que o PIB avançou 0,6% no terceiro trimestre.

Sem aumento dos investimentos, afirma a economista, é difícil que a indústria mostre recuperação mais forte.


Para cortar custos, China pode abrir portos a supernavios da Vale

O Estado de S. Paulo

Um representante da associação que reúne as siderúrgicas chinesas afirmou ontem que a entidade poderá mudar de posição e apoiar o uso de mega-cargueiros da Vale, caso isso leve a uma queda na cotação do minério de ferro. Construídos para atender o mercado chinês, os navios ainda não conseguiram autorização para atracar nos portos do país, em razão do lobby contrário das empresas locais de transporte marítimo e das fabricantes de aço. “Essa é uma questão para as autoridades de transporte, mas as siderúrgicas chinesas esperam que o preço do minério de ferro caia e que os custos de transporte diminuam. Se (o uso dos navios) for bom para isso, nós apoiaremos”, afirmou ontem o secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China, Zhang Changfu. A elevada cotação do minério é fonte constante de atrito entre a Vale e seus clientes chineses, a maioria dos quais são estatais controladas pelo governo. A empresa enfrenta ainda a desvantagem da maior distância em relação a seu principal mercado na comparação com as australianas BHP e Rio Tinto. Para reduzir o custo de transporte e ganhar competitividade, a Vale investiu US$ 2,35 bilhões na construção de uma frota de megacargueiros para levar minério de ferro para a China. Mas as autoridades de Pequim proibiram os navios de atracar em portos locais, alegando questões de segurança. Apenas um carregamento foi entregue, em 2011. Por isso, o minério é levado a países vizinhos e transportado em navios menores à China. Maior importador de minério de ferro, o país se considera prejudicado pela cotação da commodity e se queixa do controle da produção por um pequeno número de companhias – Vale, BHP e Rio Tinto respondem por dois terços do comércio global. Quarta maior siderúrgica da China, a Wuhan Iron 8c Steel (Wisco) pretende atingir autos-suficiência em minério de ferro em cinco anos com aquisições no Brasil e no Canadá. “O preço está em US$ 150 a tonelada. Todos sabemos que o custo de produção gira em torno de US$ 40”, disse o diretor de Comunicações da siderúrgica, Sun Jing. Brasil. A Wisco investiu US$ 400 milhões no Brasil em 2009 na compra de participação de 21,5% da mineradora MMX, de Eike Batista. O minério de ferro é o principal produto de exportação do Brasil e respondeu por 16,33% dos embarques de US$ 242,6 bilhões do ano passado. As vendas somaram US$ 31 bilhões, dos quais US$ 15 bilhões foram destinados à China.

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