Anistia Internacional diz que Feliciano é “inaceitável” e pede substituição

A sede brasileira da Anistia Internacional, movimento global em prol dos direitos humanos, publicou nesta segunda-feira (25) uma nota pública sobre a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. No comunicado, a organização se declara preocupada com a indicação de Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão e pede para que o “equívoco” da nomeação do pastor seja reparado. De acordo com a nota, a escolha de Feliciano é “inaceitável” devido a suas posições preconceituosas.

Feliciano, que assumiu a presidência da CDHM no início de março, tem sido alvo de protestos de diversos setores da sociedade por suas declarações consideradas racistas, machistas e homofóbicas. A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, é uma das personalidades que já se manifestou sobre o caso, pedindo que Feliciano ouvisse a seus opositores. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, prometeu na última quinta-feira (21) que uma decisão sobre a presidência da Comissão seria tomada nesta terça-feira (26).

Leia na íntegra a nota da Anistia Internacional Brasil:

A Anistia Internacional vem a público expressar sua preocupação com a permanência do Deputado Marco Feliciano na Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, mesmo após enorme mobilização de diferentes setores da sociedade brasileira, especialmente daqueles ligados às lutas pelos direitos de populações tradicionalmente vítimas de intolerância e violência, solicitando a sua substituição.

A Comissão de Direitos Humanos é uma instância fundamental para a efetivação das garantias de cidadania estabelecidas na Constituição. É essencial que seus integrantes sejam pessoas comprometidas com os direitos humanos e possuam trajetórias públicas reconhecidas pelo compromisso com a luta contra discriminações e violações que continuam a fazer parte do cotidiano da sociedade brasileira.

As posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres, expressas em diferentes ocasiões pelo deputado Marco Feliciano, o tornam uma escolha inaceitável para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Proteção de Minorias. É grave que tenha sido alçado ao posto a despeito de intensa mobilização da sociedade em repúdio a seu nome.

A Anistia Internacional espera que os(as) parlamentares brasileiros(as) reconheçam o grave equívoco cometido com a indicação do Deputado Feliciano e tomem imediatamente as medidas necessárias à sua substituição. Direitos fundamentais não devem ser objeto de barganha política ou sacrificados em acordos partidários.


Lula diz que não descarta disputar a Presidência da República em 2018

Portal Estadão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta terça-feira, 27, que não descarta se candidatar à presidência da República mais uma vez, em 2018.

“Vai saber o que vai acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada”, disse o petista.

Em relação às eleições de 2014, Lula avalia que Dilma “tem ampla chance de ganhar no primeiro turno” e que ainda “é muito cedo” para falar da candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). No entanto, ele afirma que “jamais” pedirá a Campos que não seja candidato à Presidência, com quem afirma ter uma relação de amizade “inabalável”.

“Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata (…) Acho bom para a democracia. E precisamos de mais lideranças”, afirmou.

O petista aproveitou para alfinetar o PSDB. Disse que os tucanos “estão sem liderança” e que o ex-governador José Serra se desgastou. “Eu avisei: não seja candidato em a prefeito que não vai dar certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora”, ironizou. Quanto a Aécio Neves, disse que o governador mineiro ” não tem a performance que as pessoas esperavam dele”.

Lula ainda defendeu suas viagens ao exterior, custeadas por empreiteiras, e disse que viaja para “vender confiança”. “Adoro fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o país pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo”.

O petista se recusou a fazer uma análise do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal, pois prefere aguardar a análise dos recursos da defesa, mas garantiu que fará isso após o trânsito em julgado da ação. “Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo ‘Ah, gostei de tal votação’, ‘tal juiz é bom’. Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é que eu penso do mensalão”, afirmou.


Dilma descarta subir juro para conter inflação

O Globo

A um dia da divulgação do relatório de inflação pelo Banco Central, a presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta quarta-feira ser contra medidas de redução do crescimento como forma de diminuir a pressão inflacionária. Alguns economistas têm defendido o aumento da Taxa básica de juros (Selic).

Em reunião da cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bloco dos países emergentes), Dilma criticou “as mesmas vozes de sempre” que relacionam políticas de combate à inflação com uma redução no ritmo de crescimento econômico.

— Eu acredito no seguinte: esse receituário que quer matar o doente em vez de curar o doença, ele é complicado. Eu vou acabar com o crescimento do país — indagou — Isso daí está datado. É uma política superada — acrescentou.

Considerada como um aviso ao mercado, a entrevista da presidente foi acompanhada pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

— Nós não achamos que a inflação está fora do controle. Pelo contrário. O que há são flutuações e alterações conjunturais. Mas estaremos sempre atentos— disse.

Dilma disse ainda que 2013 é fundamental para fazer reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) e ampliar a presença dos países emergentes.

Durante o discurso, ela citou que pela primeira vez, em 2012, os países em desenvolvimento atraíram mais investimentos externos diretos do que os países desenvolvidos. Segundo ela, somente os Brics receberam US$ 263 bilhões em investimentos, o equivalente a 20% dos investimentos externos diretos. O Brasil ficou na quarta posição, recebeu em torno de US$ 65 bilhões.

—Resistimos à crise global, que afeta os mercados dos países desenvolvidos, com políticas que reforçam nossa capacidade e nossa estabilidade econômica, nossa capacidade de crescimento.


Desemprego em 7 regiões sobe para 10,4% em fevereiro, diz Dieese/Seade

Valor Econômico

A taxa de desemprego no conjunto de sete regiões metropolitanas do país subiu para 10,4% em fevereiro, ante 10% em janeiro. No mesmo período do ano passado, o desemprego atingiu 10,1%.

Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED),  divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).

O levantamento é realizado nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e no Distrito Federal.

De acordo com a PED, o contingente de desempregados no conjunto das sete regiões foi estimado em 2,311 milhões de pessoas, 82 mil mais que em janeiro.

A população economicamente ativa (PEA) das sete regiões ficou em 22,163 milhões de pessoas, 92 mil menos que em janeiro.

A única em que o desemprego diminuiu foi Porto Alegre (de 6,3% para 6,2%).

Houve aumento em Recife (12,6% para 12,9%), São Paulo (10% para 10,3%), Belo Horizonte (5,6% para 6,2%), Distrito Federal (12% para 12,8%); Fortaleza (8,1% para 8,5%) e Salvador (17,3% para 18,6%).

Setores

Na comparação de fevereiro com janeiro, o setor que mais demitiu foi a indústria de transformação (-66 mil pessoas, ou -2,2%) e da construção (-38 mil, ou -2,3%), seguida por serviços (-68 mil, ou -0,6%), comércio e reparação de veículos (-20 mil, ou -0,5%).

Renda

Em janeiro, no conjunto das sete regiões pesquisadas, o rendimento médio real dos ocupados caiu 1,8%, para R$ 1.577, em relação a dezembro. Já o rendimento médio real dos assalariados ficou em R$ 1.607, queda de 1,5% no período.

Na comparação com janeiro do ano passado, o rendimento médio real dos ocupados cresceu 2,2% e o dos assalariados caiu 0,7%.

A massa de rendimentos dos ocupados nas sete regiões caiu 2,2% em relação a dezembro, e a dos assalariados recuou 1,6%. Ante janeiro de 2012, a massa dos ocupados subiu 3,8% e a dos assalariados subiu 1,0%.

Na pesquisa do Dieese/Seade, os dados relativos à renda referem-se sempre ao mês anterior ao do levantamento.


Sentimento econômico recua na zona do euro em março

Valor Econômico

O índice de sentimento econômico da Comissão Europeia, que agrega pesquisas com consumidores e empresas, caiu para 90 pontos em março ante os 91,1 pontos dos mês anterior. O resultado marca a primeira queda desde outubro do ano passado e ficou abaixo das projeções de economistas, que previam 90,5 pontos.

Depois da leve recuperação observada no fim de 2012 e no início deste ano, consumidores e empresários da zona do euro voltam a ter incertezas em relação às perspectivas do bloco, movimento que pode ter se exarcebado com a situação do Chipre.

A queda do índice de sentimento econômico sugere que a zona do euro irá ter dificuldades para sair do longo período de contração nos próximos meses. Empresas não estão dispostas a investir, enquanto consumidores estão relutantes em gastar.

A maior parte da pesquisa foi concluída antes da semana caótica de eventos nos Chipre, que resultou no resgate do país. É provável que haja um enfraquecimento da confiança no próximo mês em resposta ao período de tensão nos mercados da zona do euro.

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