Renúncia de premiê gera incerteza na Palestina

O primeiro-ministro da Palestina, Salam Fayyad, vai deixar o posto, criando um vácuo de liderança na região num momento em que os EUA tentam reiniciar negociações de paz e o governo palestino enfrenta uma crise financeira.

Fayyad apresentou a sua renúncia no sábado e o presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, a aceitou. Boatos sobre a saída iminente de Fayyad vinham circulando na mídia desde quinta-feira. Atribui-se a Fayyad, um ex-economista do Fundo Monetário Internacional admirado pelos governos ocidentais, um papel importante nas amplas reformas de preparação para tornar a Palestina um Estado.

Ao defender que os palestinos poderiam formar as instituições necessárias à sua independência apesar das restrições impostas pela ocupação militar de Israel, Fayyad ganhou elogios de palestinos e israelenses, que frequentemente o comparam a David Ben Gurion, o fundador e ex-primeiro ministro do Estado judeu.

Fayyad instituiu a transparência fiscal, após anos de má administração dos bilhões de dólares em ajuda estrangeira, e reformulou as forças de segurança para restaurar a lei e a ordem nas cidades da Cisjordânia, que ficaram em estado caótico durante os levantes palestinos de dez anos atrás.

Mas o sucesso de Fayyad, um político independente, provocou atritos com políticos do partido de Abbas, o Fatah, e o próprio presidente. Muitos do Fatah discordavam das decisões de Fayyad e o consideravam um adversário potencial, segundo analistas.

“É um acontecimento muito sério”, disse Ghassan Khatib, um ex-porta-voz do governo que respondia a Fayyad. “A renúncia dele está gerando muitas preocupações entre os palestinos porque sua liderança era associada à melhora do desempenho financeiro da Autoridade Palestina […] Muita gente receia que a ausência dele possa levar à deterioração”.

No mês passado, o presidente americano, Barack Obama, elogiou Fayyad durante uma viagem à região. Na semana passada, o Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que seu país apoiaria um pacote econômico para os palestinos como forma de estimular o crescimento e melhorar o ambiente para o recomeço das estagnadas negociações de paz.

A renúncia é um alerta de como a falta de progresso nas negociações políticas põe em perigo a posição de tecnocratas reformadores, disse Daoud Kuttab, um jornalista e analista político palestino.

“Ela representa a derrota do conceito de que é necessário desenvolvimento sócio-econômico em vez de, ou mesmo junto com, o político. Ela desmente a alegação de Israel de que, se os palestinos se concentrassem em construir a Palestina, em vez de atacar Israel, tudo seria resolvido”, escreveu Kuttab. O que tornava Fayyad “único tem logicamente uma duração limitada e, sem progressos, os abutres dos partidos políticos [a maioria do Fatah] foram incansáveis nos seus ataques a ele”.

Fayyad serviu como primeiro-ministro por quase seis anos, desde que o Hamas assumiu o governo da Faixa de Gaza e Abbas reconstituiu o seu na Cisjordânia ao nomear Fayyad. Durante as negociações entre Fatah e Hamas para eliminar as divergências quanto à criação de um governo nacional único, Abbas insistiu na permanência de Fayyad como premiê, mesmo sob a oposição do Hamas, que havia criticado Fayyad por encorajar a cooperação entre as forças de segurança de Israel e da Palestina contra os islâmicos da Cisjordânia. Fayyad quis entregar o cargo para não ser um obstáculo à reconciliação, mas Abbas recusou.

Recentemente, a tensão cresceu. Em meados de 2012, a decisão do governo palestino de aumentar impostos e acabar com alguns subsídios provocou greves e protestos contra o governo. Muitos sindicalistas e manifestantes pró-Fatah acusaram Fayyad.

O premiê também vinha lutando com uma crise de liquidez fiscal causada pelas doações externas insuficientes e pelas sanções econômicas de Israel, o que forçou o governo a atrasar o pagamento dos salários do funcionalismo.

Um comunicado da agência de notícias oficial da Palestina, a Wafa, disse que Abbas pediu a Fayyad para continuar como chefe de um governo provisório até que a formação de um novo governo seja concluída.


Inflação tem mais impacto no juro futuro

Valor Econômico

Representantes do Banco Central têm dito que a mudança na comunicação da autoridade monetária já provocou um aperto das condições financeiras mesmo antes de uma eventual alta de juros. Mas uma análise detalhada dos dados mostra que a inflação fora do controle é o que mais tem puxado os juros futuros neste ano.

Desde 14 de janeiro, véspera da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC deste ano, o juro futuro real embutido nos contratos de swap entre a taxa DI e a prefixada de 360 dias subiu 0,88 ponto percentual. Cerca de metade dessa alta (0,46 ponto percentual) ocorreu em dias em que foram divulgados índices de inflação, o IPCA e o IPCA-15, maiores do que o esperado.

Nos dias em que o Copom mandou mensagens ao mercado, nas atas e comunicados das reuniões e o relatório de inflação, os juros futuros subiram um total de 0,24 ponto percentual. Na sexta-feira, uma entrevista coletiva do presidente do BC, Alexandre Tombini, no Rio, provocou uma alta de mais 0,22 ponto percentual na taxa. Ele disse que o BC acompanha “atentamente” todos os indicadores econômicos, usando uma palavra que no passado indicou o início de ciclos de alta na taxa básica de juros.

Um único participante do mercado teve influência sobre os juros futuros tão grande quanto o Banco Central. Em 15 de fevereiro, o sócio da Mauá Sekular Investimentos, Luiz Fernando Figueiredo, concedeu uma entrevista ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor, prevendo um aperto monetário. Os juros futuros subiram 0,23 ponto percentual em apenas um dia. Figueiredo é visto pelo mercado como próximo de Tombini, por terem trabalhado juntos no BC.

Os dados colocam em xeque a visão de que a comunicação do BC, por si só, tem um efeito central para alterar as condições monetárias da economia e para conter as pressões inflacionárias. Também corrobora dúvidas de que o BC seria capaz de manter as condições restritivas sem levar a cabo altas na taxa básica – estratégia que o mercado chama de “manter os juros altos no gogó”.

Economistas do próprio Banco Central, em seus estudos, têm examinado o real poder da comunicação da instituição sobre os juros futuros. Um dos mais completos desses trabalhos, intitulado “O Impacto da Comunicação do Banco Central do Brasil sobre o Mercado Financeiro”, de Marcio Janot e Daniel El-Jaick de Souza Mota, não encontrou evidências de que os comunicados, as atas e o relatório de inflação do Banco Central afetam significativamente a inclinação da curva de juros. A inflação medida pelo IPCA tem um peso maior.

Mais importante ainda para definir a inclinação dos juros futuros são as surpresas na alta da taxa básica, conclui o estudo. Por esse princípio, pronunciamentos como o de Tombini na sexta-feira têm impacto mais forte nos juros porque sinalizam a intenção de passar da conversa para a ação.

Desde fins de março, Tombini vem afirmando que a comunicação do Banco Central não é apenas uma forma de preparar para uma eventual alta de juros.

“Essa mudança na comunicação do Banco Central é parte integrante da condução da política monetária”, disse Tombini. ” Nós já tivemos algum impacto nas condições financeiras e monetárias em função dessa alteração na postura. Se olhar as taxas de um ano, subiram 100 pontos.”

De fato, de janeiro para cá, a comunicação do Banco Central teve alguma repercussão no aumento dos juros futuros. Em 7 de março, por exemplo, os juros subiram 0,13 ponto percentual, em virtude do comunicado divulgado na reunião do Copom encerrada na noite anterior que indicou possível alta nos juros. No entanto, o IPCA de fevereiro, divulgado um dia depois, ficou acima do esperado e teve um efeito ainda mais forte sobre os juros, que subiram 0,2 ponto percentual naquele dia.

Em alguns momentos, a comunicação do BC levou à queda nos juros futuros. É o caso da ata da reunião do Copom de março. Os juros futuros caíram 0,02 ponto percentual no dia da divulgação desse documento, que pregava “cautela” no manejo da política monetária. No dia do depoimento de Tombini na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), a taxa apresentou um recuo de 0,03 ponto percentual.

Ruídos produzidos por outros setores do governo também levaram à queda – e mais volatilidade – nos juros futuros. Em 11 de março, por exemplo, o anúncio do corte de tributos sobre a cesta básica levou o mercado a entender que havia restrições no governo a uma eventual elevação dos juros básicos. Os juros futuros recuaram 0,12 ponto percentual naquele dia.

Declaração da presidente Dilma Rousseff na África do Sul questionando a validade de esfriar a economia para baixar a inflação levou a questionamentos sobre a autonomia do Banco Central para fazer um aperto monetário, estimulando uma queda de 0,05 ponto percentual nos juros futuros.


Indústria acaba com esperança de alta de preço

O Estado de S. Paulo

O produtor de laranja, que prevê aumento de preço este ano em razão de uma safra menor, vai ter de dormir um pouco mais preocupado. Representantes das indústrias argumentam que a queda no consumo mundial somado ao alto estoque impedem um reajuste no valor pago ao produtor.

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrasBR), a demanda por suco de laranja vem caindo. Nos últimos cinco anos, cerca de 220 milhões de caixas da fruta deixaram de ser exportadas na forma de suco. A queda na venda seria em razão da concorrência com outras bebidas como energéticos, isotônicos, sucos diversos e até água – que agora já é comercializada também em sabores.

A indústria também alega que comprou e processou toda a laranja possível, o que resultou no aumento dos estoques ainda em 2011. E que depois disso não tinha espaço físico para acomodar mais suco. Segundo a CitrusBR, cerca de 20 milhões de caixas ficaram sem comprador e simplesmente apodreceram no pomar.

A entidade – que representa o setor industrial – informa em nota que uma auditoria constatou que o estoque é de 1.114 toneladas de suco concentrado, o que “corresponde a mais do que todo o consumo no ano de 2012”. Para 2013, a Citrus estima a safra em 281 milhões de caixas, 22% menor que a do ano passado.


Indústria acaba com esperança de alta de preço

O Estado de S. Paulo

O produtor de laranja, que prevê aumento de preço este ano em razão de uma safra menor, vai ter de dormir um pouco mais preocupado. Representantes das indústrias argumentam que a queda no consumo mundial somado ao alto estoque impedem um reajuste no valor pago ao produtor.

Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrasBR), a demanda por suco de laranja vem caindo. Nos últimos cinco anos, cerca de 220 milhões de caixas da fruta deixaram de ser exportadas na forma de suco. A queda na venda seria em razão da concorrência com outras bebidas como energéticos, isotônicos, sucos diversos e até água – que agora já é comercializada também em sabores.

A indústria também alega que comprou e processou toda a laranja possível, o que resultou no aumento dos estoques ainda em 2011. E que depois disso não tinha espaço físico para acomodar mais suco. Segundo a CitrusBR, cerca de 20 milhões de caixas ficaram sem comprador e simplesmente apodreceram no pomar.

A entidade – que representa o setor industrial – informa em nota que uma auditoria constatou que o estoque é de 1.114 toneladas de suco concentrado, o que “corresponde a mais do que todo o consumo no ano de 2012”. Para 2013, a Citrus estima a safra em 281 milhões de caixas, 22% menor que a do ano passado.


40 grandes projetos de infraestrutura

O Estado de S. Paulo

Um grande projeto de “reconstrução” da infraestrutura nacional (como é chamado por seus autores) que vai demandar investimentos da ordem de R$ 50 bihões para começar está sendo posto em marcha nesse outono, sendo previsto seu término em 2018.

Trata-se de um grande plano de governo, para estimular o crescimento e o desenvolvimento, através da melhoria da infraestrutura nacional, que está carecendo de urgentes intervenções.

São 40 grandes projetos no total, começando por um programa de investimentos em ferrovias como nunca foi feito no país desde os anos 1900, com toda a remodelação da malha ferroviária para transporte de cargas e passageiros, inclusão de trens de alta velocidade e viabilização das grandes linhas atravessando as regiões norte-sul e leste-oeste.

Depois os projetos de telecomunicação, através do barateamento dos custos de utilização, modernização da banda larga para se tornar acessível em todo o país e tornar-se a mais rápida existente em toda a região, o mesmo acontecendo com a telefonia móvel que receberá investimentos e nova tecnologia como 4G.

Cuidando das ferrovias e telecomunicações, virão em seguida as rodovias onde estão previstas igualmente obras de toda natureza, começando pela renovação e atualização de toda a malha existente, assim como o lançamento de um grande projeto de concessão de novas autoestradas, buscando solucionar os gargalos e congestionamentos existentes.    .

A seqüência desse grande projeto de governo vem com as intervenções nos portos, aeroportos e metrôs urbanos nas grandes cidades. Nesse ponto há projetos de novos portos já em implantação, sendo que um deles vai aumentar a capacidade atual para mais 500 mil containers. A conclusão das obras está prevista para 2015. O diagnóstico é que o setor de portos precisa ser modernizado, não apenas na sua infraestrutura,; mas sobretudo na relação do pessoal empregado com as novas técnicas de logística e manuseio de cargas.

Nos aeroportos, a ideia é renovar e expandir os atuais com investimentos, via concessões e participação da iniciativa privada, de mais de R$ 18 bilhões e a abertura de novos hubs, como alternativa para o desvio das rotas dos aeródromos já congestionados e geração de novos polos de desenvolvimento. A segurança de voo é uma das preocupações do projeto e a melhor aparelhagem dos aeródromos é também uma de suas prioridades. Não adianta nada reformar e melhorar as estações de embarque e desembarque e não cuidar dos equipamentos de controle de voo, radares e todo o sistema de proteção de voo.

Os metrôs urbanos terão a prioridade do governo e esse trabalho começará com a ampliação e modernização urgente das redes atualmente existentes nas grandes cidades e criação de novas linhas, devendo o governo financiar ou proporcionar as garantias necessárias para que os municípios possam contrair os financiamentos necessários a tal projeto.

Trata-se de um grande esforço conjunto dos diversos níveis de governo para viabilizar e possibilitar o funcionamento a curto prazo dos metrôs urbanos, sempre contando com a parceria da iniciativa privada.

Ainda dentro desse super plano de infraestrutura, o governo volta seus olhos para a geração de energia limpa, seja via incentivo à geração eólica e também às novas fontes existentes, assim como na modernização das linhas de transmissão atuais e de todo o sistema elétrico nacional, realizando os investimentos necessários para ampliação da capacidade, atendendo a demanda que deverá vir após a crise. Preocupam-se os autores do projeto com o volume de perdas no transporte de energia e a atual ineficiência constatada, que acaba contribuindo para os altos custos atuais suportados pelos consumidores em geral.

Finalmente, há todo um projeto para proteger as grandes cidades das inundações recorrentes e das suas conseqüências, estando em implantação nesse momento 93 projetos de contenção de inundações onde anualmente estas ocorrem. Um levantamento dos custos suportados pelo governo no pós catástrofes naturais revelou ser muito mais econômico agir por prevenção, além de salvar vidas e evitar os traumas delas oriundos para a população atingida.

Tudo isso será feito não no Brasil, infelizmente, onde tanto necessitamos urgentemente, mas surpreendam-se porque trata-se de um projeto do governo inglês! Nós brasileiros quando vamos a Inglaterra admiramos sua organização e sua infraestrutura que é muitas vezes superior à do Brasil e os ingleses estão preocupados em melhorá-la e fazendo grande esforço de investimento em plena crise europeia.